Os Mitos do Turfe

Os Mitos do Turfe

"Cavalo que larga em baliza muito externa não ganha corrida..."
Tanto não ganha que no último sábado o vencedor do Derby Paulista foi o número 16 e venceu tendo largado pela baliza 18. Se formos analisar as estatísticas, poucos animais venceram largando por este tipo de baliza. Mas quantos páreos nos dias de hoje ultrapassam 12 animais? Poucos, muito poucos. Em um páreo de 1000 metros na gávea, ou distancias curtas como 1300 metros a 1600 metros, se o campo do páreo for muito parelho, no final o terreno a mais percorrido por animais que largam de balizas muito externas pode fazer diferença. Mas não se deve analisar as chances de um animal primeiramente em função de sua baliza.

"Cavalo que tira último e chega longe não tem chances de vencer..."
Quem segue esta afirmação, é porque não assiste as corridas do hipódromo da Gávea dia de segunda-feira ou de sexta-feira.

"Cavalo que vai leve tem mais chance que cavalo que vai pesado..."
Esta afirmação funciona melhor que as anteriores. Visto que um animal que vai montado por um joquei com 51kg terá menor esforço que um cavalo montado por um joquei de 60kg. Mas esta regra não funciona quando os dois animais são de enturmações diferentes. Recentemente o animal Heller venceu um páreo de amadores com 80 kg no lombo (se não me engano), correu de uma maneira como nunca correu em toda a sua carreira (onde muitas corridas foram com joqueis pesando aproximadamente 56kg). E aí, o peso foi empecilho? Vale o mesmo raciocínio que para a comparação entre balizas, pois entre animais que regulam, até 1 kg de peso pode fazer diferença.

"Animais que reaparecem o fazem com poucas chances..."
Outra afirmação comum. Muitos acreditam que o animal precisa de aguerrimento para voltar a vencer. Porém, muitos treinadores recuperam animais de operações e tratamentos e os deixam em tamanha forma que estes não sentem as ausências das pistas. A corrida de um animal há meses atrás pode ter sido contra outros rivais muito mais gabaritados do que aqueles que ele irá correr agora.

"Treinador fulano de tal não vence com favorito..."
Acredito que todo treinador goste de vencer páreos, seja com favoritos ou não. Mas este tipo de comentário é muito comum vindo de turfistas que acompanham com mais atenção páreos de segunda-feira e sexta-feira na Gávea (como já citado mais acima). A diferença de performance de animais acontece. É claro que como o ser humano, os cavalos também amanhecem melhor dispostos um dia do que em outro. Quando as coincidências começam a se tornar constantes, aí é que está o perigo.

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