Em 09 de Outubro , no Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, será realizado o Grande Prêmio Paraná, tradicional prova do calendário clássico brasileiro e que tem, em sua galeria de vencedores, grandes campeões.
Disputado, primeiramente, no antigo Hipódromo de Guabirotuba, passou, depois, a ser corrido no Hipódromo do Tarumã, inaugurado em 10 de dezembro de 1955. Num momento histórico de recuperação, após a ameaça de ter as corridas paralisadas, a carreira do próximo domingo cresce em importância, pois, certamente marcará a volta por cima de um turfe fundamental para o cenário brasileiro.
Vamos conhecer um pouco da história do turfe paranaense.
No início, as canchas retas predominavam.
Como em outros estados brasileiros, as corridas de cavalos no Paraná, começaram nas chamadas canchas-retas e se constituíam em grande atrativo. No dia 29 de novembro de 1873, o extinto jornal “Dezenove de Dezembro” publicava a seguinte matéria: “Convido os habitantes desta cidade, de todas as nacionalidades para uma reunião que deve ter lugar amanhã na casa da Câmara Municipal, ás 16 horas, a fim de tratar de fundar um clube de corridas de cavalos”. O chamado era feito por Luiz Jácome de Abreu e Souza, que já era conhecido por suas iniciativas no Rio de Janeiro, em 1865. Dias depois, em 2 de dezembro de 1873, era fundado o então “Club de Corridas” sob a presidência do Major Manoel Marcondes de Sá, e posteriormente chamado “Club de Corridas Paranaense”. No dia 29 de Janeiro de 1874 foi inaugurado o “Prado Jácome” no lugar onde hoje está o Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, com sua pista totalizando 1.700 metros, pouco mais de uma milha. No dia 31 de janeiro teve no lugar uma programação inaugural.
As corridas de cavalos continuaram a fazer sucesso e já se pensava na construção de um outro hipódromo.
O Clube de Corridas Paranaense continuou promovendo suas reuniões no Prado Jácome, que na década de 1880 passou a ser chamado Prado Curitibano, até os últimos anos daquele século. No início do novo século as exigências do público eram por melhores instalações, a sociedade passou a trabalhar na construção de um novo prado. Foi na presidência de Ernesto de Campos Lima, em 1898, que se deu início as obras do novo hipódromo. Com a presença do Governador Santos Andrade, no dia 25 de junho de 1899, o presidente Ernesto de Campos Lima, inaugurava o Prado Paranaense, que mais tarde passou a ser chamado Hipódromo do Guabirotuba.
O começo da era Tarumã.
Em 1950, Linneu Ferreira do Amaral era o presidente do Clube e foi trocado o terreno onde estava instalado o Jockey Club Paranaense, no bairro Guabirotuba, pelo atual, localizado no Tarumã. Ali foi construído o atual hipódromo, inaugurado em 10 dezembro de 1955, sob a presidência do Sr. Pedro Alípio Alves de Camargo. O primeiro GP Paraná foi disputado na distância de 3.000 metros e vencido por Salomão, um gaúcho, filho de Confesso e Salameira, dirigido por R.Arede e treinado por Nereu Miltzarek.
Um time de craques ao longo do tempo.
Desde aquela época, desfiaram pelo Hipódromo do Tarumã uma galeria de craques como Guaraz, Ferino, Away, Canavial, Gavroche, El Asteróide, Grão de Bico, Riadhis, Big Lark, Clackson, Kigrandi, Innamorato, Baccarat e muitos outros. As instalações do Hipódromo do Tarumã, contam com duas pistas de areia, uma para corridas e outra para trabalhos, com eficiente sistema de iluminação e moderno totalizador eletrônico. A grande proximidade entre Curitiba e São Paulo faz com que exista um forte intercâmbio entre os hipódromos, sendo numerosos os animais que competem no eixo Tarumã/Cidade Jardim.
A importância do GP Paraná para o turfe brasileiro.
Prova mais importante do turfe paranaese, o GP Paraná, este ano, estará completando seu 64º aniversário. Prova de Grupo I, em 2.400 metros, já revelou campeões. Ao longo dos anos, teve momentos marcantes, como a presença de Martha Rocha, a Miss Brasil, no ano de 1954. É considerada histórica a reta de 1957. Os animais Canavial e John Araby realizaram uma disputa sensacional, com o resultado conhecido apenas no photochart, quando foi revelada a vitória de Canavial, montado por Luiz Rigoni. Na última década, três de seus vencedores foram exportados, sendo dois para os Estados Unidos (Innamorato e Mr.Pleasantfar) e um para Dubai (Baccarat). Desde 1942 até o ano de 2004, apenas um Grande Prêmio não pode ser realizado, em 1963, quando um forte surto de gripe eqüina atingiu os animais.
Que em 9 de outubro , a festa seja completa, com sucesso de público e apostas. O turfe paranaense merece voltar a brilhar.
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