Jeane Alves
sábado, 24 de dezembro de 2011
REFLEXOS DO BENTO - 2011
Floreando, por Milton Lodi
O grande sucesso do BENTO-2011 foi uma natural conseqüência do trabalho da adequada Diretoria do Jockey Club do Rio Grande do Sul. A maioria dos detalhes, quase todos, foram favoráveis, fruto de competente empenho.
Um dos pontos fracos era um partidor obsoleto, quase imprestável, sem condições para um BENTO. Originariamente o Jockey Club Brasileiro tinha um grupo de três partidores, sendo dois de doze boxes cada e um de oito. Na Administração Fragoso Pires (de 1992 a 2000) em 1995, foram importados do Japão novos conjuntos, o que havia de melhor à época. Os antigos dois de doze foram doados ao Jockey Club de Campos e ao Jockey Club de São Vicente, ficando o de oito boxes como uma reserva.
No segundo trimestre de 2011, o Jockey Club Brasileiro comprou novo grupo de partidores, desta vez da Austrália, o que de melhor há no mundo. Então deu os dois japoneses de doze boxes, um para o Jockey Club do Paraná e outro para o Jockey Club do Rio Grande do Sul, colocando o japonês de oito lugares na pista diagonal para os habituais exercícios, principalmente, para os potros em iniciação. Os partidores australianos começaram a funcionar na semana seguinte à do G.P. Brasil, e o mais antigo de oito, o velho que havia ficando de reserva, já uma carcaça obsoleta e imprestável, foi desarmado. O desmonte da velha e imprestável carcaça foi objeto de infundadas críticas políticas.
O Jockey Club do Rio Grande do Sul recebeu o seu partidor japonês de doze boxes na quarta-feira da semana do BENTO, e de imediato, um trabalho intenso chefiado por Sérgio, o responsável pelo setor no Jockey Club Brasileiro, que acompanhou o partidor para sua montagem no Rio Grande do Sul. Em regime de urgência, o novo partidor japonês ficou pronto para funcionar. Na madrugada de domingo chegou a Porto Alegre o ótimo starter oficial do Jockey Club Brasileiro, convidado para colaborar naquela oportunidade com a competente starter oficial do Jockey Club do Rio Grande do Sul, a ex-jôqueta e professora dos jóqueis aprendizes Suzana Davis, a primeira das jôquetas brasileiras que obteve enorme sucesso.
Malaio, o starter do Jockey Club Brasileiro acompanhou todo o trabalho de Suzana Davis, colaborando com informações e sugestões para o melhor desempenho do novo aparelho. Malaio foi muito prestigiado pelo próprio presidente do Jockey Club do Rio Grande do Sul, em demonstrações do interesse e de apreço. É assim que funciona uma boa administração de um Jockey Club. Todas as partidas foram boas, e Suzana Davis conta agora com um partidor adequado.
Detalhe negativo foi o atraso que se verificou a partir do meio do programa. O BENTO marcado para as 18 horas só largou com 55 minutos de atraso e o último páreo com uma hora e meia. Nada justifica isso. O que pode ser explicado é no sentido de que houve um estrondoso sucesso financeiro e de público, muito maior do que era previsto, com muita gente por todos os lados. Houve ainda uma falta de sintonia entre o setor das corridas e o do social. Por exemplo, os competidores do BENTO ficaram aguardando perto do partidor por vários minutos, enquanto no Salão Amarelo havia o tal bonito concurso de elegância, que por sinal foi muito bonito. Nada deve impedir ou obstaculizar o desenrolar do programa de corridas. O concurso devia ter sido realizado em outro momento, que fosse entendido como o mais indicado.
Outro ponto negativo, que já vem de longa data, é o hábito de o público invadir a pista, principalmente, para participar das fotografias. O público tem que permanecer nas arquibancadas, e para as fotografias só os dirigentes do Clube para a entrega de prêmios, o proprietário e o criador, com suas famílias e o treinador, e só. A mania da invasão depõe contra a organização de evento, insinua uma ausência do setor administrativo, o que não é o caso da atual Diretoria.
Um detalhe que deveria procurar ser sanado é a poeira, em função da areia seca. Nem sempre é fácil molhar superficialmente a pista, requer um caminhão especial ou um sistema qualquer de irrigação, isso custa dinheiro, mas pelo que se viu no dia do BENTO-2011, não há nada que a Diretoria do Jockey Club do Rio Grande do Sul não consiga resolver. Foi um brilhante BENTO.
Uma curiosidade interessante está no fato de que os cariocas preferem prestigiar as corridas no Cristal, tendo que viajar mais de 1.600km até Porto Alegre, contra apenas 800 km até Curitiba, e os paulistas também preferem viajar com os seus animais cerca de 1.200km em vez de 400. Em parte, em função disso, os campos do BENTO e do PARANÁ são tão distintos em qualidade, não se trata das qualidades dos dois vencedores JECA, vencedor do PARANÁ, é bem melhor do que Stockholder, ganhador do BENTO, mas o padrão médio técnico dos concorrentes de cada uma dessas duas provas é muito diferente. No PARANÁ um ótimo cavalo contra perdedores e ganhadores comuns, no BENTO bons ganhadores e até com figurações em provas de grupo. O campo do BENTO foi muito melhor que o do PARANÁ.
O BENTO de 2011 foi bom e, certamente, o de 2012 será ainda melhor.
Parabéns ao Dr. José Vecchio Filho e aos seus diretores.
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