Jeane Alves
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
"Dá-lhe Rossano! 25 anos sobre as pastas dos cavalos"
Este é o título do livro contando a história do jóquei Mario Rossano e a sua trajetória no turfe do Rio Grande do Sul.
Desde a primeira página com texto do presidente do JCRGS José Vecchio Filho com o título "Mario Rossano foi enorme numa época de gigantes", em alusão ao jóquei Ganganelli Cunha, o "Gigante", líder por vários anos da estatística no Hipódromo dos Moinhos de Vento, com quem Mario Rossano disputava vitórias e construia a história do turfe gaúcho.
M.Rossano ( 1.280 vitórias) teve como melhores cavalos o tordilho "Lord Chanel" com o qual venceu o "Cidade de Rio Grande" em 1960, dois Grade Premios "Protetora do Trufe" (G.II) em 1960/61 e perdeu o "Bento" de 1961 por supostos prejuízos ao concorrente "Argonaço", que jamais foi "engolido" pelo público turfista gaúcho. E "Malvin": cavalo histórico gaúcho. Venceu quase todos os G.Ps. no estado do RGS e foi, sem dúvida nenhuma, o mais virtuoso e carismático jóquei gaúcho de todos os tempos.
Ainda há pouco, neste domingo 18 de dezembro, tive a honra de participar em sua residência de um churrasco de "cordeiro mamão", considerado "nobre" nas plagas gaúchas, regado a chope gelado, vinho chileno e saladas várias.
Eramos vários os amigos presentes. Eramos aqueles que usufruíram das histórias e por fim dos mistérios dos sessenta e três anos em que Mário Rossano atuou com cavalos PSI. Desde a sua infância (treze anos) quando começou no Jockey de Rio Grande( RS) até a sua aposentadoria no JCRGS. E Rossano é uma pessoa emotiva: possui o "dom" de emocionar-se às lágrimas, ao narrar hitórias que povoavam a nossa imaginação. Nós, que durante tantos anos, tanto tempo, o idolatráva-mos como a um ídolo.
Então nos falou da história de "Malvin", um zaino filho de "Bengali"e "Virazon", ambos uruguaios. "Malvin" era um potro muito feio. Parecia um "camelo": pescoço comprido, cabeça baixa, corpo sem expressão. Foi adquirido pelo grande proprietário da época dr. Augusto Maria Sissom, que possuia nos "Moinhos de Vento" mais de 100 cavalos em treinamento defendendo a sua blusa.
Ao ver "Malvin" mais de perto o dr. Sissom não teve dúvidas: devolveu-o ao criador. Então outro proprietário o adquiriu e por uma soma bem menor.
Já na estréia em 1.200 metros, "Malvin" deu um "vareio"! Na segunda venceu ainda mais longe. E assim foram por dezessete vezes. Venceu páreos comuns, "handicaps" e páreos clássicos. O "Patinho Feio" tornou-se um lindo cavalo que possuia a característica de jamais perder em raia "ambarrada". Tomava a dianteira e fazia o outros correrem atrás da sua cola...
Então aconteceu o que tornou-se "lenda" nas histórias do turfe riograndense: foi num domingo de um verão de "rachar" em Porto Alegre. Fazia meses que não chovia e "Malvin" sem nenhuma chance estava inscrito em um G.P. na distância de 1200 metros, páreo composto com o que de melhor havia de "ligeiros" no estado do RGS. E naquela tarde quente o hipódromo "fervia" de gente e de calor!
Quando foi dada a largada "Malvin" com Rossano "up" foi rápido para a dianteira, livrou dois e três corpos, galopou na frente e venceu disparado, sem nunca se dar conta dos adversários, pagando uma "fortuna" em vencedor! Sempre pela raia "um" por junto à cerca, por onde durante toda a noite do sábado anterior, o "carro pipa" do Jockey Club havia despejado água a mando e pago pelo treinador Leonel Pereira de "Malvin"...
por Gilberto Werner
transc. de De Turfe um Pouco
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