Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Gadahar, História do Turfe




Em tempos de disputa do Grande Prêmio São Paulo, o retrospecto nos remete para a uma eterna rivalidade entre os cavalos brasileiros e argentinos nessa prova, e como não poderia deixar de ser ambos os lados têm razões de sobra para se vangloriarem.

A excelente criação argentina sempre trouxe verdadeiras "máquinas " que vinham para fulminar o páreo, mas a criação nacional também não ficava atrás e um clima mais do que eletrizante cercava a disputa do páreo. Basta mencionar a antológica vitória de Adil sobre Tatan, para muitos o melhor cavalo argentino de todos os tempos.

Em 1.959, iniciou-se a seqüência de láureas portenhas com um dos grandes cavalos da história argentina, Atlas que venceu o "São Paulo" com o freio Oswaldo Nardi, batendo Gaudeamus e Escorial.

Em 1.960 e 1961, Arturo A, com a lenda Irineo Leguisamo ampliava o placar e seguiram-se os êxitos de Snow Crown (M. de Santis) em 1964, Maanin (A.Etchart) em 65, Tagliamento (Orestes Consenza) em 1967 (em tempo record), Decorum (Orestes Conzenza) em 1969, Severus (J.C.Tapia) em 1970, El Virtuoso (Orestes Consenza) em 1972 e Moraes Tinto (Roberto Rutti) em 1974.

Chegamos em 1.975 e num GP São Paulo todo especial, pois nesse ano se comemorava o Centenário do Jockey Club de São Paulo, e dada as incontestes vitórias argentinas tudo se configurava para mais uma provável vitória estrangeira. Aqui cabe um parêntese para lembrar ao leitor que a criação nacional com Escorial (F. Irigoyen), Elizabeth (Antonio Bolino), Major´s Dilema (Luiz Rigoni) e Derah (Omário Reichel), venceram os principais páreos da jornada argentina por ocasião das comemorações do Centenário da Independência daquele país. Um feito sem qualquer comparação na história de rivalidade entre os dois países. Voltemos ao GP São Paulo.

Com um campo formado com a nata da criação dos dois países, e na presença do Presidente da República à época, o General Ernesto Geisel e comitiva, além do Governador do Estado, a consagração nacional veio por intermédio de um grande cavalo, criado por um grande haras, treinado por um grande treinador e montado por um grande jockey.

Gadahar, venceu de forma antológica um dos páreos mais importantes da história do Jockey Club de São Paulo, e assim encerrando um ciclo de vitórias argentinas nesse páreo. Após essa vitória nunca mais um cavalo argentino levantaria essa prova.

Ao tradicionalíssimo Haras Faxina, de Henrique de Toledo Lara e Margarida Polak Lara, coube a primazia de criar um animal (entre outros) fora de série, ao treinador Amazílio Magalhães, uma referência em Cidade Jardim, uma vitória ímpar em sua carreira e ao excelente freio Loacir Cavalheiro a honra de vencer uma corrida feita de forma tão inteligente.

O leitor deve notar no retrospecto que depois de Gadahar, somente no quinto lugar vai aparecer um cavalo brasileiro, o que amplifica e muito sua vitória.

Este espaço rende as justas homenagens a esses personagens que estão para sempre na história do turfe paulista.



Gadahar (Brz) - Farda Ouro e Preto

Grande Prêmio São Paulo, 4 de maio de 1.975 - 2.400 metros - grama leve

1º) Gadahar (Brasil) (Earldom e Queeny), Loacir Cavalheiro, Amazílio Magalhães, Haras Faxina.

2º) Snow Body (Arg) por (Snow Cat´s e Lady Blanche), H.C. Libre, J.A.Maldotti, Studo Luiz Geronimo.

3º) Satánas (Peru) por (Babu´s On e Nativa), Sergio Vera, E Teixeira, Haras América.

4º) Jadar (Chile) (Jalon e Estela), J.M. Aravena, J. Inda, Stud Mardim.

Chegaram a seguir: Yanbarberik (A. Ramos), La Ranchera (A. Barroso), Good Bloke (J.T. Benitez), Proteisa (S. Vasquez), Uleanto (J. Borja), Arnaldo (S. Azócar), El Andaluz (E. Jara), Uníssono (J. Fagundes), Manacor (E. Ferreira), Tajante (E. Amorim), Maison II (J.M.Amorim), Snow Carcaj (W. Baez).

Tempo: 2min27s3/10 (Recorde Tagliamento com 2min27

créditos Turfe Brasil

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