Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Síndrome de exaustão equina

Exaustão é a síndrome caracterizada por transtornos físicos e mentais, desencadeados por exercício físico intenso em condições de calor e umidade elevadas, ocorrendo por sobrecarga ou falha no sistema de termorregulação equino. Durante a atividade física, em condições de temperatura e umidade elevadas, a termorregulação é dificultada e o organismo equino tem dificuldade para conseguir eliminar o calor gerado pela musculatura exercitada, acrescido do calor ambiente. Quanto maior forem à temperatura e a umidade ambiente, menor será a perda de calor.

Dois mecanismos são utilizados pelo cavalo para promover a termorregulação: a transpiração, através do sistema respiratório e a sudorese realizada pela pele, como no homem, sendo o principal mecanismo. A eficiência da termorregulação equina através do suor dependerá da sua evaporação, que se tornará diminuída ou impedida se o ar estiver saturado de umidade. Quando isso ocorre, os pulmões são obrigados a aumentar a frequência respiratória para tentar compensar a ineficiência da sudorese.

Quando a corrida de cavalos é realizada em clima quente, aumentam concomitantemente as demandas de energia e irrigação sanguínea para a musculatura continuar a se exercitar e para a pele promover troca calórica. Alguns problemas podem sobrevir da competição entre a necessidade do aumento do fluxo sanguíneo para a musculatura exercitada e para a pele promover perda de calor. Para tanto, o sistema cardiovascular aumenta seu trabalho elevando a frequência cardíaca e aumentando o volume de sangue ejetado pelo coração. Se a perda de água e eletrólitos através do suor for grande, ou se o cavalo se encontrar antes da corrida, levemente desidratado, como ocorre nos animais medicados com furosemida, o volume circulante de sangue a ser movido pelo sistema cardiovascular estará diminuído. A pressão arterial sofrerá queda. Em resposta, o coração irá trabalhar mais intensamente.

Com a diminuição do volume sanguíneo, o fluxo para a pele estará diminuído, assim como a sudorese, prejudicando a termorregulação. Menor quantidade de substratos energéticos chegarão à musculatura e ao sistema nervoso central, podendo levar ao colapso e morte.

Havendo prejuízo à termorregulação sobrevirá a hipertermia que terá efeitos avassaladores sobre todos os tecidos orgânicos, principalmente cérebro, coração e vasos sanguíneos, rins, fígado, musculatura esquelética, pulmões, etc.



Por Rosalie Joslin Kowal - Foto: João Cotta

CRMV RJ: 5728

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