Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lecca pede cocheira ocupada pela mesma família de treinadores desde 1926

Nova covardia.

Em 1926, fundação do Hipódromo da Gávea, dezenas de cocheiras recém construídas foram cedidas aos treinadores oriundos do Hipódromo do Derby Club e do Prado do Engenho Novo para alojar os animais que também de lá vieram. Todas as cocheiras tinham casas, já que se fazia necessário que os treinadores estivessem junto aos seus animais, pois pouquíssimas moradias havia no entorno do Jockey.

Era uma época feliz, marcada pelo forte incentivo do então Presidente Linneu de Paula Machado, bem como de toda a sua diretoria, todos eméritos turfistas, aos proprietários e treinadores já que praticamente nada existia ao redor do hipódromo da gávea.

E assim, o saudoso treinador Cirilo de Souza veio em 1926, para a cocheira n° 7 da Vila Hípica.

Vida dura, mas a paixão e o dia a dia com os animais recompensavam todos os sacrifícios da profissão.

Cirilo de Souza casou-se com Nonita Penelas, que já era mãe de Walnyr Penelas, nascido em 1936.

Pois bem, desde jovem, Walnyr Penelas aprendeu com seu padrasto a arte de treinar cavalos. E em 1960, aos 24 anos tornou-se treinador e hoje em dia, orgulha-se de sua trajetória nestes 51 anos de difícil profissão.

Em 1977, assumiu a cocheira de seu padrasto.

Ganhou centenas de corridas, dentre elas, em 1976 o GP 16 de Julho com Orff, e em 1981 o GP Henrique Possolo com a craque Dourness. Quem não se lembra ou nunca ouviu falar deles? Pois é, poucos sabem que por trás destes belíssimos animais está a mão de Walnyr Penelas.

Sua cocheira, com 15 boxes, hoje em dia, está ocupada com 6 cavalos, e aos 75 anos é donde tira o sustento de sua família, junto com sua ínfima aposentadoria.

Mas as vitórias nas pistas não o abandonaram como as obtidas agora em julho.

Está sendo abandonado pelo Jockey Club Brasileiro, pelo Presidente Lecca, que neste fim de semana assinou carta pedindo sua cocheira e sua casa.

Qual o propósito de se pedir uma cocheira ocupada?

Por que não incentivar aos proprietários a colocarem animais nas cocheiras da Gávea?

Qual o propósito de gerar intranqüilidade ao turfe, ao invés de abrir um diálogo com os comodatários para que juntos discutam os problemas?

São perguntas que não encontram respostas.

Só sobram os sentimentos de desumanidade, revolta, e de tristeza, em saber que este tem sido o presente aos homens que construíram a história do JOCKEY CLUB BRASILEIRO.

Luiz Octavio Figueiredo
Presidente da Associação Carioca dos Proprietários do Cavalo Puro Sangue Inglês.

Um comentário:

  1. E a unica cocheira do jockey que foi cedida e nao faz parte do comodario sendo pertençente ao seu filho ainda vivo Cyrillo martins de souza junior

    ResponderExcluir