Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Saúde Equina

RUPTURA DO ESTÔMAGO

Os problemas gástricos fazem parte do dia a dia daqueles que trabalham e gostam dos cavalos, pois como não podemos deixar de lembrar, estes animais não conseguem vomitar. No estômago encontramos de gastrites simples até as neoplasias e rupturas em casos severos.

A ruptura, assunto abordado hoje, não é comum nos ambientes controlados como nos hipódromos e centros hípicos, entretanto pode acontecer em consequência de grande dilatação gástrica pelo não esvaziamento de seu conteúdo para o intestino seja por um problema no próprio estômago ou mesmo na primeira porção do intestino como nas obstruções e/ou lesões nervosas.

Esta ruptura, que leva o animal a óbito, causada pela super distensão desta câmara normalmente ocorre pela parada da alimentação, a estase, e sua fermentação, gerando gás. Este gás, por sua vez, se acumula, ocasionando uma distensão aguda do estômago que caso não seja retirado com o uso de uma manobra conhecida como sondagem nasogástrica leva a ruptura deste órgão.

Como causa desta distensão por gás, na maior parte das vezes, temos o animal que se alimenta muito rápido e bebe água em seguida, forma-se um bolo alimentar que fermenta produzindo o acúmulo de gás, normalmente associada a ingestão de grãos de cereais.

A distensão gástrica pode resultar também de acumulo de fluido proveniente do intestino delgado, devido a obstrução ou excessiva secreção intestinal, bem como, algumas situações raras que incluem a obstrução pela presença de corpos estranhos que impedem a passagem do alimento do estômago para o intestino, o carcinoma, a hipertrofia ou estenose pilórica e a presença de parasitas como as larvas de Gasterophilus spp.

Os sinais desta ruptura pela distensão se iniciam com os mesmos sinais de um caso de abdômen agudo (cólica). A diferença está que o animal de repente passa da dor intensa e parâmetros como frequência cardíaca e respiratória aumentadas, assim como seus parâmetros laboratoriais, quando ainda não ocorreu a ruptura (pois esta distensão dói de sobremaneira) para um animal calmo e com pouca ou quase nenhuma dor em instantes. Neste momento onde a dor cessa temos a ruptura que poderá ser confirmada através de exames clínicos pelo médico veterinário.

As causas de uma possível ruptura quando diagnosticadas rapidamente e a prevenção normalmente são suficientes para que este problema nunca ocorra com seus animais ou em sua propriedade. O treinamento dos funcionários e o chamado do veterinário ao menor problema salvam vidas e diminuem muito o custo da criação e manutenção.

Dr. Tony Gusso - tonygusso@terra.com.br
Médico Veterinário Especialista em Clínica e Cirurgia de Equinos

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