Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

domingo, 6 de novembro de 2011

PAPO DE TURFE – Com Luiz Edmundo Barbosa

Titular do Stud Capitão, o advogado Luiz Edmundo Barbosa é o convidado especial desta semana da coluna de entrevistas do site do Jockey Club Brasileiro.

Como conheceu o turfe?

LE: O primeiro contato com o turfe se deu em Campos dos Goytacazes, minha terra natal, através do meu tio, Sylvio Fernandes, que possuía um bom número de cavalos na ocasião, quando eu tinha cinco anos. O meu tio costumava me pegar em casa bem cedo para ver os trabalhos bem como para assistir às corridas aos domingos.

O que as corridas de cavalos representam para você?

LE: As corridas de cavalo representam um prazer indescritível, sobretudo quando de uma vitória, seja ela em que nível for, seja quando se vê um craque correndo. Aliás, costumo dizer que essa emoção é inigualável e nada, nada mesmo, a ela se sobrepõe.

Quais são melhores cavalos que já viu correr?

LE: Escorial, Atlas e Farwell foram os cavalos que mais me impressionaram, talvez pelos anos dourados do turfe ou porque vinha de Campos, trazido pelo meu pai e ou por meu irmão, para ver os grandes clássicos. Fica extremamente difícil fazer a comparação entre esses craques com outros animais fantásticos dos últimos anos, tipo Pico Central ou Riboletta.


Melhores éguas?

LE: Dulce e Riboletta foram às melhores éguas que vi correr, embora Canzone, não fossem os problemas de balda que teve, pudesse ter sido uma campeã desse quilate.

Cavalos marcantes do Stud Capitão?

LE: Capitão Bank e Pico Central, sendo que o primeiro teria sido um fenômeno, se não tivesse fraturado a canela quando da terceira corrida. Se não estou equivocado, Capitão Bank foi o único potro a debutar ganhando uma prova de Grupo no Brasil. O Pico Central, por seu turno, o único a, aos três anos, a ganhar o Major Suckow e o Estado do Rio de Janeiro, ambas de Grupo 1, independentemente de ser o único animal brasileiro a ganhar 3 provas de Grupo 1 nos USA, na areia, na distância de 1.200, 1.400 e 1.600, esta última a célebre Met Mile, onde os americanos se consideram imbatíveis.

Cavalo/égua mais bonito que já viu?

LE: O cavalo mais bonito que já vi foi o Blade Prospector, do Stud Raça.


Melhor cavalo de sua propriedade e/ou criação?

LE: O meu melhor animal, em termos de desempenho, foi, indiscutivelmente, Pico Central, mas Canzone, Alcomo, Capitão Bank e Forever Buck também foram belos animais.

Quais jóqueis fazem a diferença?

LE: Atualmente, Dalto Duarte e Marcos Mazini fazem a diferença. O H. Fernandes tem tudo para se igualar aos dois, em futuro próximo. O Luís Duarte é o mais técnico, contudo, frio em demasiado. O Lavor, motivado, também deve ser citado.

E quais os melhores treinadores em sua opinião?

LE: Dulcino Guignoni e Venâncio Nahid, os resultados falam por si só.

Melhores garanhões da atualidade no turfe nacional?

LE: Crimson Tide e Wild Event, embora, em futuro bem próximo, Shirocco e Manduro certamente darão o que falar, além do Elusive Quality.

Melhores da história do turfe brasileiro?

LE: Nada fácil apontar o melhor garanhão do turfe nacional, talvez Ghadeer, Royal Forest, mas de pouca produção. Clackson poderia também ser elencado, como o Itajara.

O que espera do turfe brasileiro nos próximos anos?

LE: Espero uma mudança radical no turfe brasileiro, sobretudo um turfe voltado para as suas origens, com uma administração somente preocupada e direcionada para o cavalo, que é a fonte de tudo e é quem é a grande estrela e o provedor de tudo, clubes, etc... A falta de um projeto, no caso específico do JCB, voltado única e exclusivamente para os interesses do turfe, é o mal maior das últimas gestões. A vaidade e o gosto excessivo pelo poder é que vem maltratando o turfe nacional. Quando houver desprendimento, união entre os clubes, sobretudo Rio e São Paulo, pedra única, simulcasting efetivo e não o atual, que só canibaliza e sangra o JCB, marketing efetivo, entre outros inúmeros procedimentos, o turfe se recupera num átimo.

Seu momento inesquecível no turfe?

LE: A vitória de Capitão Bank ao ganhar o Grande Prêmio Nestor Jost, ao fazer a sua estréia, com Gilvan Guimarães up, já que entrou último na reta e engrenou uma atropelada maravilhosa, que deixou o criador, veterinário Walter Flores e a mim, sem fala!


Algum páreo marcante?

LE: Sem dúvida que a vitória do Pico Central no GP Estado do Rio de Janeiro, contra Hard Buck e outros excelentes potros de uma bela fornada, foi espetacular, sobretudo pela categoria e autoridade.

Qual foi sua maior tristeza com cavalos?

LE: A minha maior tristeza foi quando, fora do Brasil, recebi do A. Rocha a notícia de que o Capitão Bank tinha fraturado uma das canelas. Poderia citar, outro sim, a retirada da Canzone, no alinhamento do GP Brasil, quando era a grande estrela, sem que ela tivesse tido um único arranhão, foi de chorar! E em São Paulo, ela fez a mesma coisa e venceu como venceu.

O que você diria para um novo proprietário que está começando a investir em cavalos de corrida?

LE: Para quem quer iniciar no turfe, o melhor conselho é comprar uns dois potros e um cavalo em carreira desenturmado, podendo, dessa forma, preparar o coração para as grandes vitórias. Os potros representarão a grande esperança, o sonho de possuir um craque, além de exercitar a paciência, que é o predicado essencial para quem quer possuir um PSI.



Por Celson Afonso

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