Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

domingo, 6 de novembro de 2011

CORRIDA SEM CAVALO, PODE?

Cavalo Branco

* O Milton Lodi, o bam-bam-bam da criação do puro-sangue, tem escrito seguidamente sobre a decadência, pelo menos numericamente, de nossa criação.

* Tempos atrás, segundo registro do Stud Book Brasileiro, existiam mais de três mil haras e agora há apenas só uns 10% de gente criando puro-sangue. Deu no JT.

* Esses números negativos, verdadeiros ou não, sugerem que a quantidade atual de cavalos nas cocheiras nos centros de treinamentos nacionais é uma triste realidade.

* No Tarumã, com duas reuniões quinzenais, aquela tropa de mil e quinhentos bucéfalos, hoje mal chega a quatrocentos, incluindo os baleados.

* Como já se disse, há sempre os esforços promocionais dos hipódromos tentando promover a conquista de novos proprietários, ofertando cavalos a preços módicos.

* Cavalos, na sua maioria, com idade hípica bem rodada, alguns até sem dono com dívidas na conta corrente das entidades e dos treinadores. Pobre turfe.

* Aliás, a coisa mais fácil hoje é se conseguir de graça muito matungo em qualquer hipódromo, cuja economia da aveia, alfafa e da cenoura o treinador agradece.

* Lamenta-se o ponto a que chegou o turfe no Brasil, pela total falta de planejamento profissional com abandono de estímulo à criação do seu produto principal, o cavalo.

* Há muitos anos já se sabe que o custo-benefício ao criador do PSI e conseqüentemente ao futuro proprietário é ridículo, graças à pobreza das premiações.

* Fosse o contrário, o número de haras no país continuaria crescendo e, por conseqüência, o quadro de novos turfistas também.

* A aposentadoria dos velhos turfistas, por desânimo ou morte natural, não tem, como antigamente, estimulado substituições por filhos, netos e parentes a fins.

* E quanto mais o tempo vai passando, mais fica próximo o enterro do velho esporte dos reis, pela evidente falta de uma liderança nacional. Quase uma utopia.

* O que surpreende são as “vassouras novas” que insistem em prometer a revitalização das corridas brasileiras, porém, se omitem a um plano de união.

* Já se escreveu neste JT, várias vezes, que a vontade, por melhor que exista, fica apenas no pensamento sem a tão reclamada ação unificada.

* Pouco adiantará se os procedimentos das entidades, não forem objetivamente únicos e por todo o tempo, não paliativamente. A união não faz a força?

* Enquanto os criadores não assumirem o turfe como “Nova Direção”, o resultado é óbvio: corridas somente nas maquininhas com cavalos mecânicos industrializados.

* Nossos hipódromos, ano a ano, vão se constituindo em gigantescos elefantes brancos e tombados, com valor patrimonial no limite, quase esgotado.

por Luiz Renato Ribas - ribas@cinevideo.com.br

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