Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

domingo, 17 de julho de 2011

F.S.Machado Jr., um cigano do Turfe, está de volta ao Brasil


Machadinho espera liberação da matrícula

Francisco da Silva Machado Júnior formou-se treinador em 1987, na Escola Nacional de Profissionais do Turfe, na Gávea. Um ano depois já exercia a função de segundo-gerente no Haras Santa Ana do Rio Grande. O veterinário José Roberto Taranto foi quem o trouxe para à Gávea. Gaúcho de Porto Alegre, filho de Francisco Machado, jóquei durante 42 anos e posteriormente treinador, este gaúcho de 43 anos, já andou mundo afora, sempre em busca de melhores oportunidades. Nos últimos quatro anos, Machado esteve nos Estados Unidos pela terceira vez e conquistou bons resultados em Sufolk Downs, Laurel Park, National Park e finalmente em Calder, aonde somou 23 vitórias, 11 segundos lugares, 14 terceiros e 17 quartos, com índice de 25% de aproveitamento. Em Gulfstream Park, na última temporada, fez apenas cinco inscricões e obteve 2 vitórias, 2 segundos lugares e 1 quarto.

Francisco Machado Júnior também vem de família turfística por parte de mãe, que é prima do ex-jóquei e treinador, Adail Oliveira. Começou a carreira como jóquei e chegou a montar em Porto Alegre, mas a dificuldade para fazer o peso o obrigou a desistir. Depois de bom início em Porto Alegre, em 1988, como treinador, transferiu-se para Cidade Jardim, aonde treinou de 1988 até 1990. Neste mesmo ano fez sua primeira aventura nos Estados Unidos com os cavalos do Stud Irmãos Borderes. Por lá ficou até 1994, quando o seu visto de permanência acabou. Neste período ganhou 11 carreiras em Hiealh Park e 6 em Calder. Voltou ao Brasil e trabalhou em São Paulo de 1995 até 1998. No final do ano foi pela segunda vez para os Estados Unidos, aonde ficou até o final do ano 2.000, com 24 vitórias em Miami.

De 2.000 até 2.007 treinou com relativo sucesso no turfe carioca. Mas de temperamento irrequieto e sempre a procura de melhores oportunidades resolveu fazer mais uma investida no turfe norte-americano. Desta vez estava mais experiente. Chegou a conversar, por telefone, com Jorge Ricardo seu amigo pessoal de longos anos, e este o incentivou a tentar a sorte pela terceira vez. Com o inglês mais fluente e maior conhecimento da cultura turfistica americana, Machado obteve o melhor resultado dos seus três ciclos nos Estados Unidos.

Depois de um período de readaptacão em Ocala, na Flórida, começou a treinar de novo. O contrato com dois proprietários estrangeiros, um deles indiano, e o outro, jamaicano, lhe permitiram deslanchar. Fez amizade com o aprendiz Angel Moreno, um panamenho talentoso, que conquistou 118 vitórias em 2.010, e só perdeu o Eclipse Awards por quatro triunfos para um aprendiz canadense. O balanço da última temporada, com 23 vitórias em Calder e excelente aproveitamento em Gulfstream Park, é dos mais positivos. Machado, entretanto, depois de desfeita a sociedade entre os seus dois proprietáros, ficou sem opcões e achou melhor retornar ao Brasil.

"Nada como o país da gente. Fui recebido com carinho pelos colegas e também por vários proprietários, que até já me prometeram alguns pensionistas para treinar. Posso citar o Stud ACD, para quem treinei o excelente corredor London Eyes, e também o Stud do Barone, Manoel Bispo da Silva Filho e Jorge Luiz Queiroz de Souza. Estou apenas aguardando a liberação da minha matrícula junto a Comissão de Corridas para colocar mãos a obra. E se as coisas acontecerem bem, como espero, vou tentar trazer o Angel Moreno para montar aqui. Ele tem apenas 21 anos, mas é um garoto promissor e excelente profissional. Estou otimista. Acho que já está chegando a hora de ter uma boa oportunidade no Brasil".

por Paulo Gama
foto Gerson Martins

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