Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

GP Paraná: craques e retas inesquecíveis


Canavial, Grande Prêmio Paraná 1957, uma chegada memorável.

Uma das provas mais importantes do calendário clássico brasileiro, o GP Paraná (Grupo I), terá a sua 64ª versão disputada no próximo domingo, em 2.400 metros, no Hipódromo do Tarumã.

Evento tradicional em Curitiba desde 1942, no Hipódromo de Guabirotuba, a carreira deixou de ser realizada apenas em 1963, devido a um surto de gripe eqüina que se espalhou pelo país.

Há momentos inesquecíveis, emocionantes, que marcaram a história do GP Paraná. Em 1957, no dia 8 de dezembro, o percurso ainda era o de 3.000 metros, cobertos em 193s cravados. No início da reta final, Canavial (Radar), pensionista de Pedro Gusso Filho, conduzido pelo fantástico Luiz Rigoni, assumiu o comando das ações. A 350 metros do disco, John Araby, instigado por Pierre Vaz, emparelhou e, “agarrados”, os cavalos cruzaram, com vantagem para Canavial, por dentro, verificada após a revelação do photochart. Os pilotos trocaram “gentilezas” durante o calor da disputa e ficaram 10 anos sem se falar. A imagem que ilustra esta matéria foi digitalizada a partir da foto original, guardada pelo turfista Ricardo Micka.

Na edição de 1975, no chuvoso domingo de 9 de novembro, o veloz Manacor, com José Pedro Filho, ponteava a prova, quando, na altura dos 700 metros finais, Arnaldo (Tang), de criação e propriedade do Haras Tibagi, sob a direção de José Fagundes, aproximou-se decididamente. Travaram um duelo sensacional, cabeça a cabeça, em toda a reta. No entanto, Pedro Filho, nos últimos 200 metros, segurou as rédeas de Arnaldo, conseguindo, assim, garantir pequena vantagem para Manacor. Houve sino de reclamação e a ordem da pista acabou sendo invertida pelos comissários. Em pista encharcada, a prova foi corrida na marca de 163s2/10. Right Jane, La Ranchera (Albênzio Barroso) e Cleaver completaram o placar.

No ano seguinte, novamente, fortes emoções. Desta vez, no dia 10 de outubro, foram protagonistas Grão de Bico (Egoísmo), uma verdadeira máquina de correr, de criação e propriedade da Coudelaria FAN, e o chileno Piduco. Juvenal Machado da Silva estava no dorso de Grão de Bico; o jovem Roberto Penachio, no de Piduco, que ponteou a carreira. Lutaram durante grande parte da reta final, firmando-se Grão de Bico na frente a 100 metros do espelho. Penachio cruzou gesticulando, com o dedo em riste, apontando para o “mestre” Juvenal. Houve sino de reclamação e, apesar da demora do julgamento, o páreo foi confirmado. Cidilema, Uníssono e Sábio ocuparam as demais colocações.

Poucas vezes o público paranaense vibrou tanto como na tarde de 8 de outubro de 1978. Com as tribunas do Tarumã superlotadas, Riadhis (In Comand), ídolo do turfe local, exigido por Mauri Santos, resistiu com enorme valentia ao poderoso Big Lark, que, inclusive, chegou a livrar pequena vantagem no meio da reta. Reagindo, Riadhis livrou meia cabeça, levando sua imensa torcida ao delírio. Jeton, Faro e Lusi chegaram a seguir.

Em 2001, as emoções ficaram por conta de Impardonnable (Exile King), conduzido por Antonio Queiroz. O excelente cavalo da criação Lorolú parecia com a carreira definida a 350 metros do vencedor, porém, trazendo forte arremate, surgiu Wiseguy. A luta foi renhida e, fazendo prevalecer sua categoria, Impardonnable, favorito dos apostadores, alcançou o disco com pescoço à frente do adversário. Mucho Diñero, Echoes e Horowicks fecharam o marcador do primeiro GP Paraná do século XXI.


pesquisa, roteiro e texto: Roberto Micka
texto final: Zig
foto arquivo pessoal/RM

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