Sob o argumento de uma pretensa falta de “comprometimento com o clube”, o presidente do JCB demitiu na tarde de ontem o funcionário, responsável pela segurança, Carlos Alberto de Jesus, o Peninha.
Peninha que ia completar 34 anos de serviços para o JCB - já que foi contratado em 20/04/78, pelo então Presidente Francisco Eduardo de Paula Machado – e era o coordenador da segurança do JCB.
Sempre agindo de forma correta, dilgente e educada prestou excelentes serviços durante os mandatos dos presidentes Adayr Eiras de Araujo, José Carlos Fragoso Pires, Luiz Alfredo Taunay e de 90% do mandato do atual presidente Luis Eduardo Costa Carvalho, que se encerra em maio de 2012. Cabe sublinhar que nos 43 meses sob o comando de Luis Eduardo Costa Carvalho, não se tem conhecimento de reclamação de diretores e sócios sobre o seu exemplar desempenho. Nunca sequer tinha contestado em alguma situação pelo Lecca.
Profissional sereno, sempre trabalhou de forma preventiva, conseguindo contornar potenciais problemas antes que os mesmos ocorressem.
Sempre cortês, porém rigoroso no cumprimento de suas obrigações, fazia prevalecer na sua forma de trabalho, o diálogo, a exposição da verdade dos fatos e o planejamento de ações. Talvez seu estilo fosse divergente da forma de trabalho do atual presidente, que privilegia o monólogo, a falta da transparência e a ausência de planejamento em suas ações.
Segundo Peninha, o principal motivo de sua demissão teria sido a postura de Marlene Serrador, sócia do clube e presidente da omissa e sempre “chapa-branca” Associação dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida do Rio de Janeiro, que se favorece há anos das benesses que recebe do JCB, que lhe permite explorar o Tattersall da Gávea, cobrando 1% do valor das vendas de todos os leilões que ali acontecem. Que transparência dá as suas contas? Que serviço presta ao turfe? Quem elege e de que forma isso é feito a presidência dessa Associação?
Essa senhora administra um Centro de Treinamento pertencente a essa subserviente associação, construído no passado com o dinheiro de criadores e proprietários não só do Rio, mas também de outros estados, cobrando dos proprietários que dele se utilizam valores de mercado. De novo, onde estão as prestações de contas? Quem as examina? Age como se fosse a dona do CT, a ponto do próprio site do JCB já tê-la citado como proprietária do mesmo.
Para se ter uma dimensão, o Tattersall da Gávea, em 2011, movimentou vendas de mais de R$ 17 milhões, o que proporcionou para a Associação da Dona Marlene, mais de R$ 170.000,00. Onde está esse dinheiro? Em prol do que e de quem foi utilizado? Onde podemos encontrar a prestação de contas? O próprio presidente Luis Eduardo Da Costa Carvalho, recentemente, informou que não cabe ao JCB e muito menos a ele fiscalizar a aplicação do subsídio. Mas quem subsidia não tem o direito e a obrigação de fiscalizar o destino dos recursos? Talvez a Dona Marlene seja a pioneira das ONGs que nos assombram no noticiário brasileiro de cada dia. Embora talvez um pouco tardiamente, pois o ministro dos Esportes, campeão das ONGs “pediu demissão”, o Raia Leve sugere que cadastre como tal. Caso lá não consiga mais, é só continuar a busca, pois opções de oferta de benesses sem controle parecem não faltar em nosso país.
Cabe salientar, que como presidente da Associação de Proprietários a Sra. Marlene nunca cobrou do JCB melhorias de qualquer natureza para os proprietários, mantendo-se sempre de forma omissa nas suas funções. Enquanto isso os prêmios ficaram congelados por mais de 10 anos, a raia de grama chegou a um ponto criminoso, a Comissão de Corridas cometeu as maiores barbaridades.
Talvez nervosa diante da iminência de perder esta ”nobre fonte de renda” para a sua “dedicada” associação, no dia da recente AGO para aprovação das contas, Dona Marlene, segundo Peninha, pretendendo mostrar serviço e subserviência ao presidente Lecca, não se conformou quando o Peninha seguindo orientação do presidente da mesa, entregou o microfone à Luis Felipe Brandão dos Santos, que estava sentado junto a um conhecido grupo de opositores. Como em outras ONGs, Luis Felipe tinha se inscrito para falar sobre graves omissões na prestação das contas do clube, que segundo ele ainda omitem mais de R$ 600 milhões em passivos fiscais e trabalhistas.
A atitude do funcionário Peninha de entregar o microfone ao Luis Felipe, aliás, no exercício de suas funções e em atenção ao determinado pelo presidente da mesa, gerou admoestação indignada da Dona Marlene, que exclamou: “você não deveria ter dado o microfone para ele, ele é da oposição. Você vai pagar por isso.”
O que 1% da receita dos leilões, sem ter que prestar contas a quem concede a benesse, não é capaz de fazer com o comportamento das pessoas!
Cabe lembrar que o 1% que vai para a Associação da Dona Marlene é igual ao percentual que vai para a Caixa Beneficente dos Profissionais. Só que esta tem seus recursos movimentados pelo próprio JCB, que utiliza os valores arrecadados para fazer face a diversos pagamentos, dentre eles, do Plano de Saúde dos profissionais do turfe, exatamente o mesmo que o presidente Lecca deseja extinguir, no que sofreu ontem mais uma derrota na justiça. Presidente: por que não destinar o valor que vai para uma Associação omissa, sem função, sem fiscalização, sem nada voltado para o turfe, para a Caixa Beneficente dos Profissionais? Por certo, os proprietários que tomaram a iniciativa de propor o aumento de 50% nas taxas de inscrição com o propósito de preservar os direitos dos profissionais, aplaudiriam sua decisão. A Dona Marlene certamente não, mas a ampla maioria sim.
A demissão do Peninha se junta a de tantos funcionários antigos e queridos dos sócios, que tem como marco a do Ernane Pires Ferreira.
Enquanto isso, o passivo trabalhista do clube só faz aumentar!
Que Deus salve o JCB, os seus sócios e a todos os que dependem do turfe carioca.
A Diretoria
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