Titular do modelar Haras Regina, Sergio Coutinho Nogueira é o novo convidado da coluna de entrevistas do site do Jockey Club Brasileiro, Papo de Turfe.
Como conheceu o turfe?
SCN: Sinceramente, lembro de estar no meio de cavalos de corridas desde a minha infância. Aos cinco anos já tirava fotos com cavalos de meu pai, José Bonifacio Coutinho Nogueira, que naquele tempo usava a farda vermelha e preta, hoje do Haras Regina. Depois ele passou a correr seus animais em nome do Haras São Quirino, com a farda laranja e verde, que meu irmão Toni usa hoje.
O que as corridas de cavalos representam para você?
SCN: Eu não saberia definir exatamente se é um hobby, uma atividade ou uma paixão. Mas eu colocaria nesta ordem: Paixão, hobby e atividade. Se fosse levar só pelo lado da atividade não se justificaria ter a quantidade de animais que tenho em treinamento e agora também na criação.
Quais são melhores cavalos que já viu correr?
SCN: Dos cavalos que tive ligação pelo haras São Quirino, colocaria Viziane e Dono da Raia, ambos ganhadores do GP São Paulo (G1) e Brasil (G1). Entre os outros, era fã do Farwell que via correr do estacionamento do Jockey de São Paulo ou do ambulatório, pois era a época em que o Janio Quadros proibiu a entrada de menores de idade nos Hipódromos. Dos que vi do hipódromo, não me esqueço do Quari Bravo, o expresso de prateado.
Melhores éguas?
SCN: Como frequentei muito mais Cidade Jardim, vou citar éguas que lá corriam: Immensity, Emerald Hill e a Elamiur, que ganhou tanto em Cidade Jardim quanto na Gávea. Já as do São Quirino, Bela Reca, que venceu o GP Diana (G1) em São Paulo.
Cavalo/égua mais bonito que já viu?
SCN: Pergunta difícil, pois já vi um número enorme de cavalos lindíssimos. O reprodutor Shirocco é uma beleza; Public Purse, sobretudo quando mais novo, chamava atenção; Elusive Quality, Wild Event, Emirates To Dubai, Refuse To Bend, Amigoni, Top Hat, enfim, esta é uma pergunta realmente difícil.
Melhor cavalo de sua propriedade e/ou criação?
SCN: O Snack Bar com duas Milhas Intencionais (Rio e SP), sem duvida, foi o melhor cavalo. E a melhor égua foi a Olympic Message, que por uma infelicidade não ganhou o GP Diana (G1), mas venceu diversas provas importantes e agora está em Bagé sendo coberta pelo Manduro.
Quais jóqueis fazem a diferença?
SCN: No Rio há alguns jóqueis excelentes: Dalto Duarte, C. Lavor, H. Fernandes, que vai se firmando e amadurecendo, I. Correa (se não fosse sua eterna luta contra a balança seria imbatível), e agora o V. Borges, que tem estado arrasador. Em São Paulo sou fã do Blandi e do Leal. Entre as joquetas, Josiane Gulart.
E quais os melhores treinadores em sua opinião?
SCN: O Beto Solanés é uma revelação, ou já não é mais, pois já atingiu o nível igual aos melhores. Sou fã do Venâncio Nahid. Respeito o Guignoni pelos resultados que realmente são dignos de destaque. Em São Paulo temos bons treinadores também: Tolu, Pedro Nickel e Petrochinky, sem contar o Altahyr de Oliveira, com quem tenho cavalos há mais de 30 anos e que hoje, mesmo com mais de 80 anos, ainda treina com qualidade.
Melhores garanhões da atualidade no turfe nacional?
SCN: No ano passado tínhamos o Elusive Quality, Refuse To Bend e o Shirocco. Neste ano Manduro, Refuse To Bend e Shirocco. Dos nacionais, gosto muito do Top Hat e do Redattore.
Melhores da história do turfe brasileiro?
SCN: Acho que o Coaraze, Henri Belafré, Ghadeer, Waldmeister, Roi Normand. Entre os nacionais: Clackson, Viziane e recentemente o Romarin.
O que espera do turfe brasileiro nos próximos anos?
SCN: Seria saudosismo pedir a voltar ao nível que estivemos há muitos anos atrás. A década de 90 foi a última época áurea do turfe brasileiro. Mas vamos dar a volta por cima e dentro de um mundo moderno, mundo dos Ipads, mundo virtual, usarmos de meios eficazes para recuperamos os espaços perdidos.
Seu momento inesquecível no turfe?
SCN: Como proprietário inegavelmente vencer com o Snack Bar, que eu havia comprado na véspera da Milha Intencional da Gávea em 2008. E a vitória da Olympic Message no GP Henrique Possolo (G1) de 2011.
Algum páreo marcante?
SCN: A vitória do Dono da Raia do Stud Miktik no Grande Prêmio São Paulo, quando entrou na reta longe e teve que atropelar bem aberto, não fosse ele o cavalo que era não teria vencido.
Qual foi sua maior tristeza com cavalos?
SNC: A derrota da Olympic Message no GP Diana de 2011. Era candidata à Tríplice Coroa e teve um percurso muito infeliz. A Hunka-Hunka foi uma merecida ganhadora, pois correu muito, mas se a Message tivesse tido percurso favorável, teria sido uma linda briga no final.
O que você diria para um novo proprietário que está começando a investir em cavalos de corrida?
SCN: A esperança é a última que morre! Esteja preparado que a cada momento de alegria serão dez derrotas, mas a emoção e alegria da vitória recompensará todas as desilusões e decepções sofridas.
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