GP PARANÁ 2011
O Jockey Club do Paraná promoveu a realização da sua principal corrida anual na tarde/noite de domingo, dia 9 de outubro de 2011. Foi uma festa bonita, o hipódromo ficou cheio, e os doze páreos do programa movimentaram quase 688 mil reais pelo sistema JCB e 456 mil reais pelo sistema JCSP. Os outros clubes promotores de corridas não realizaram programas, permitindo ao Paraná uma total exclusividade. A organização do evento foi muito bem, aplausos gerais.
Inexplicavelmente, como de hábito, os horários dos páreos não foram respeitados. Na hora determinada para a largada do 1º páreo, 13h45, os concorrentes ainda estavam rodando no padoque aguardando os jóqueis montarem. A largada do 1º páreo foi às 14h15, isto é, na hora prevista para o 2º páreo. Com isso, mais uns naturais atrasos nesses dias especiais, o GP Paraná, com largada prevista para as 17h30, só foi corrido pouco depois das 18h30. Nos intervalos entre os páreos finais, houve uma correria, pois em função da habitual saída do hipódromo de parte do público após o Grande Prêmio, o movimento de apostas decai. Os intervalos passaram a ser da ordem de vinte minutos. O programa encerrou-se cerca das 20h15. Essa mania de atrasar a realização dos páreos comum até no JCB e JCSP, é contraproducente, pois em lugar dos apostadores se apressarem em função dos horários previstos para as largadas dos páreos, são os clubes que passam a esperar pelos apostadores mais lentos, atrasando as corridas.
Em 1992, a então nova Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro, rompeu com esse tradicional atraso, não esperando pelos retardatários e mantendo as largadas nos horários. Em menos de duas semanas os apostadores ficaram espertos. As largadas dos páreos respeitaram os horários, e o movimento de apostas cresceu.
O GP Paraná de 2011 teve um desenrolar sensacional, apesar da habitual fraqueza da prova dita de Grupo 1. Até 1983 inclusive, era comum de vez em quando um cavalo superior ir correr e, consequentemente, ganhava com facilidade o Paraná. Como simples e meras lembranças, Negroni, Kigrandi e Clackson. De 1984 para cá, com grande realce pode-se destacar Mr.Nedawi, excelente arenático e grande ganhador clássico. E só. Neste ano, só um cavalo merecia destaque, como um dos melhores corredores em atividades no país, Jéca. Esse Jéca além de vitórias em provas listadas, já havia vencido duas provas de G.3 em São Paulo e obtido 2º no GP São Paulo (G.1), 2º no GP Matias Machline (G.1), 3º no GP Brasil (G.1) e 4º no Derby Paulista (G.1). Jéca apresentava-se como um competidor altamente gabaritado. Dos outros, nada expressivo. O número 1 era um 3 anos com campanha no Tarumã, e perdedor. O número 2 era um 3 anos com 1 vitória no Tarumã. O número 3 era Jéca. O número quatro era Haraquirí, um 6 anos com vitórias comuns de alguma expressão fora do Tarumã, mas que não se apresentava em suas melhores condições físicas (chegou colocado). O número 5 era um 3 anos com 2 vitórias comuns em Cidade Jardim. O número 6 era um 6 anos, e como o número 7, com 7 anos, já em declínio pela idade, não tinham pretensões maiores. O número 8 era um 5 anos com 2 vitórias no Tarumã (fez forfait). O número 9 era um 3 anos com 1 vitória no Tarumã. O número 10 era Tricky Indy, um 3 anos com 5 atuações em Cidade Jardim, com 1 vitória comum e 4 colocações, uma delas um 5º lugar em uma prova listada.
A raia estava encharcada pelas chuvas que ocorreram de madrugada assentando a areia, permitindo um tempo da prova em excelentes 4/10 do recorde. A corrida se resumiu a uma perseguição inicial até a entrada da reta final, com Tricky Indy, levando 7Kg de vantagem (52Kg), vigiado pelo favorito Jéca (59Kg). Na reta, com os dois competidores abrindo para o lado externo da pista, que no Tarumã, dá uma vantagem principalmente na raia pesada, e em viva luta vieram até o disco final, com vantagem da ordem de ½ corpo para Jéca, o que vinha mais por fora.
Tricky Indy é treinado por Pedro Nickel Filho, filho do consagrado Pedro Nickel, que após temporada no Tarumã, radicou-se no Centro de Treinamento de Campinas (SP). O jóquei W.Blandi fez um percurso precioso, e na reta lutou muito. O ganhador Jéca teve uma direção de alta categoria e classe por Altair Domingos, jóquei que iniciou-se no Paraná, foi para Cidade Jardim onde obteve muito sucesso, e depois radicou-se em Buenos Aires, onde é um dos melhores jóqueis em atividade. A.Domingos correu pelo pilotado de Blandi, mas sempre guardando energias em função dos 7Kg de diferença e, nos metros finais ainda tinha forças para dominar o páreo. Na pista, Jéca e Altair Domingos se completaram.
Fora da pista, o grande destaque do GP Paraná foi o criador Jael Bergamaschi de Barros, que com Jéca chegou a seis vitórias na prova máxima (King Of Rivers, Kanaloa, Baccarat, Fogonaroupa, Jaburú Vip e Jéca). Um recorde difícil de ser algum dia batido. O criador vitorioso tem outro recorde, também difícil de ser alcançado, pois é tricampeão do GP Latino-Americano (Much Better duas vezes e Hot Six). O Haras J.B.Barros continua em atividades, com 20 éguas.
Jael Bergamaschi de Barros é o legítimo Presidente do Jockey Club do Paraná, em clara e limpa eleição em 1º de março de 2011, mas ainda não foi empossado, já passados sete meses e meio da eleição, por motivo de acrobacias judiciais do grupo perdedor.
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