Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cavalo Branco

Cavalo Branco




CORRIDA SEM CAVALO, PODE? (I)

* O turfe começa e termina pelo criador da nossa matéria-prima, o cavalo. O resto vem depois, culminando com a cancha de corrida: reta, prado ou hipódromo.

* Mas há muito tempo que a indústria desse produto está em forte declínio, principalmente no Brasil: os Haras.

* Qualquer Jockey Club grande, pequeno, quase fechando ou já temporariamente fechado, sempre acena com a promessa de venda de cavalos para novos proprietários.

* Que cavalos, se nossa criação está galopantemente defasada? Leilões ainda existem, mas a trancos e barrancos, com a incoerência da liquidação de 100% de planteis criacionais.

* Se os próprios criadores brasileiros desistem que ilusão é essa para boi dormir de se tentar novos proprietários se o turfe está a pé, com escassez de sua principal matéria-prima?

* Os Jockeys sempre desengavetam aquele velho projeto oferecendo a venda de cavalinhos visando novos pequenos proprietários em seus hipódromos, infelizmente, desertos.

* E a culpa, de quem? Dos próprios, Jockeys Clubs e Haras que, por falta de entendimento, tem se distanciado do seu objetivo primordial: o estímulo à criação do puro-sangue de corridas.

* Hoje mesmo um matungo custa ao criador, uma fortuna até a hora de ir, dois anos depois, para o hipódromo. E novo dono que encarar o turfe como negócio, já começa falido.

* E pior: um cavalo para ganhar mais de três corridas num ano tem que ser muito bom, cujos prêmios sequer vão cobrir o próprio trato e muito menos a própria compra do bucéfalo.

* A premiação no Brasil se tivesse sido, há anos, estimulante e planejada criteriosamente teria evitado o atual panorama de falências múltiplas de haras e de proprietários.

* Se as entidades, desde dantes, fossem dirigidas pelas Associações dos Criadores, provavelmente não teríamos chegado onde estamos: no fundo do poço.

* Sempre que uma nova diretoria assume, a ideia é sempre a mesma, a de inventar a roda quadrada, mantendo o mesmo tradicional divórcio de entendimento com outras entidades.

* Nossos Jockeys Clubs vivem mais brigando com suas próprias sombras ao invés de levantar uma bandeira de união com procedimentos únicos e, sobretudo, profissionais.

* Entra diretoria, sai diretoria e o choro é sempre o mesmo: pagar dívidas herdadas que se arrastam desde o século passado. E quando negociam, vendem o patrimônio.

* E sempre às vésperas das eleições, situacionistas e opositores, fazem planos mirabolantes para a salvação da lavoura, como “Turfe Forte”, “Turfe Único”, “Pedra Única” e fica nisso.

* E enquanto cada vez mais vai escasseando a nossa matéria-prima, lembramos que há 130 anos o cavalo saía da carroça diretamente para a corrida no pradinho local.

* Claro que a história não vai se repetir, ainda porque nem carroça temos mais...

por Luiz Renato Ribas - ribas@cinevideo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário