Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sábado, 21 de maio de 2011

Shirocco, o Imperador Negro

O IMPERADOR NEGRO

Para a estação de monta de 2010, três criadores gaúchos se juntaram para trazer para o Brasil, em “shuttle”, um garanhão de extrema qualidade. Os Studs/Haras cariocas Capitão, Eternamente Rio e Jessica, sediados no Rio mas com suas éguas de cria em Bagé/Aceguá, conseguiram trazer um dos mais lindos e bons cavalos da atualidade, o alemão Shirocco, o melhor corredor em um ano em sua época conforme entendimento de experts, com “rating de 129”. O “rating” é uma pontuação em termos de qualidade, só recebem mais de 100 pontos os realmente muito bons. Com 129 pontos, Shirocco, o Kaiser, foi o cavalo de maior pontuação que veio para o Brasil, e só em “shuttle” isso poderia acontecer, pois os preços, embora muito altos, são menores que os da temporada de 1° semestre.

Alojado no Haras Santa Ana do Rio Grande de fins de julho até a segunda semana de dezembro de 2010, Shirocco só recebeu elogios, pela sua perfeição física, pela sua beleza. Foi muito eficiente, tendo coberto mais de 120 éguas deixando 90% (noventa por cento) delas cheias. Shirocco, o Kaiser, foi um completo sucesso.

Capitão, Eternamente Rio e Jessica, merecedores de todos os elogios pela audácia, solicitaram ao melhor agente do ramo, o hipólogo Samir Abujamra, um novo empreendimento similar. Convidado a participar, a eles se agregou o Haras Regina, e os quatro tentaram uma nova façanha de alto relevo. Samir manifestou a intenção junto ao Darley Stud, do mesmo Shirocco ou outro de altíssimo padrão. A resposta foi positiva, pois os técnicos do Sheik Mohammed entenderam como ótimas as condições em que Shirocco voltou, após também as palavras do cavalariço e do veterinário que acompanharam o Kaiser até as suas instalações no Haras Santa Ana do Rio Grande, e também ao receberem de volta Shirocco no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Dada a altíssima qualidade dos cavalos da Darley, interessados do mundo inteiro tentam levar garanhões para o 2° semestre, principalmente a Austrália, onde o turfe é super desenvolvido. Como Shirocco, o Kaiser, já voltou para a Inglaterra, foi finalmente conseguido um outro alemão, e por incrível que pareça, de “rating 135”, uma pontuação espetacular quando se sabe que a máxima é de 142, naturalmente de um cavalo inglês (são os ingleses que atribuem o “rating”, e têm um agudo senso de “patriotismo”).

O cavalo de 135 pontos de “rating” é um alemão, também filho de Monsun, e foi como seu irmão paterno Shirocco, o melhor de sua época. Esse Manduro tem como avô materno Be My Guest, um Northern Dancer, o mesmo que Shirocco (The Minstrel - Northern Dancer).
Shirocco era basicamente um cavalo de 2.400 metros, e Manduro, que ganhou dos 1.600 aos 2.400m, era um milheiro alongado.

Shirocco, o Kaiser, e Manduro o Kaiser Negro, o “Schawartz Kaiser”. Mayra Frederico, a hipóloga que conheceu os dois na Darley em Newmarket, diz que são dois lindos cavalos, um castanho e outro preto, ambos ótimos.

Manduro, o “Schwartz Kaiser”, o Imperador Negro, vai naturalmente ficar alojado no Haras Santa Ana do Rio Grande.

Manduro comprado em um leilão de potros em Baden-Baden por um alemão, correu na Alemanha, França, Inglaterra e Itália com 18 apresentações (1 prova comum e 17 provas de Grupo), com 10 vitórias, 4 segundos, 3 terceiros e 1 quarto, mostrando-se um corredor excepcional, possivelmente o melhor a vir para o Brasil.

Terminada a campanha nas pistas, por uma soma delirante, o Sheik Mohammed o incorporou ao seu plantel.

Manduro, pela sua alta qualidade, pode vir a ser um marco na criação brasileira. (Transcrito da Revista Turf Brasil)

por Milton Lodi

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