Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mais um round de uma luta antiga em prol do turfe, por L.F.Dannemann

Mais um round de uma luta antiga em prol do turfe, por L.F.Dannemann

O JCB possui um comércio voltado para venda de poules. O percentual retirado das apostas, conforme previsto na Lei do Turfe, que excetua as corridas de cavalo da contravenção penal, é utilizado para premiações diversas e promoção da atividade, elementos que preservam o potencial hípico e que compõe o fomento a equideocultura.

Em seu Estatuto, o JCB exige uma Comissão para garantir que todas as premissas referentes a esse conceito sejam cumpridas com o máximo rigor; para que a criação de cavalos (de todas as raças) em todo o território nacional seja preservada, contemplando múltiplos empregos nas regiões rurais, e o abastecimento do mercado, que é a única garantia de continuidade da atividade.

A luta da maioria dos criadores e proprietários de cavalo de corrida no Rio de Janeiro tem sido essa, resume-se apenas nisso: Preservar a integridade das apostas e a perfeita utilização do caixa do clube. Mais nada!

Daí a revolta contra centros gastronômicos, ampliação de parques aquáticos, demolição de cocheiras, esvaziamento da expertise pela demissão de funcionários, destruição de pistas de treinamento, perda de agência de apostas, e principalmente contra a autorização dada a um grupo estrangeiro para concorrer com o Hipódromo da Gávea, que presenciamos ter sido muito ampliada nos últimos três anos.

Toda nossa luta resume-se apenas nisso: A preservação da atividade de Turfe!

A necessidade de sermos oposição, portanto vem de longe, vem de mais de uma década em que vemos o clube criar uma bifurcação perigosa na estrada que o conduz ao futuro. A combatividade se acelerou na proporção em que percebemos que esse caminho alternativo podia nos levar ao precipício; no momento em que descobrimos que o interesse verdadeiro, escondido por detrás desse mandato, voltava-se principalmente para máquinas caça níqueis e projetos imobiliários, todos eles, infelizmente, a partir de péssimas equações financeiras.

No presente mandato, já com o copo cheio oriundo de outros dois, os erros se multiplicaram, e com eles, atos inconcebíveis foram testemunhados, o que nos colocou radicalmente contra o atual presidente, a ponto de iniciarmos um processo de impeachment contra ele, tamanho o desespero diante do caos que se instaurava.

Como nasceu o impeachment:

O processo de impeachment nasceu do perdão da dívida, do cancelamento voluntário e monocrático da cláusula de proteção à queda do MGA, da descoberta de um número milionário de Notas Fiscais sendo emitidas contra o clube sem qualquer origem legal, da destruição da estrutura de treinamento, do abandono das áreas comuns, do volume de processos trabalhistas, das declarações maldosas na mídia de que éramos “doentes terminais”, da falta de ocupação dos cargos vitais da sociedade, dos acordos de confidencialidade para alienar os nossos terrenos e suas ruidosas fórmulas de contra-partida, e também pelo abastecimento em espécie da conta corrente do clube que tem se prestado a remeter numerário de terceiros ao exterior, amparados por alguma outra ficção jurídica. E por aí foi!

Motivos não faltavam, ao contrário: Sobravam!

Se no mandato do presidente Collor (presidente da República do Brasil), uma Fiat Elba e um Jardim impediram a sua permanência no poder; no JCB, para nós simples turfistas, aquilo que nos chegava todos os dias, soava como uma autêntica frota de automóveis, e uma imensa mata atlântica de motivos, tamanha a irregularidade percebida, algumas delas que já alcançaram até o Ministério Público Federal, para infelicidade do JCB.

Como somos seres humanos, no cumprimento da nossa missão fiscalizadora, que se potencializa na proporção em que somos também donos do clube; na ânsia de tentar reconduzir o turfe ao seu caminho de glória, às vezes podemos errar. Errar na fórmula, no gesto, na letra, mas jamais no propósito!

Erramos porque nessa década em que presenciamos tantas deserções no turfe, no momento em que o quadro social crescia a partir de uma atividade superfula, nós nos tornamos poucos, e a fragilidade do nosso número, por vezes nos impõe sacrifícios enormes em prol da realização do nosso principal objetivo.

Ver o turfe voltar a crescer!

Por mais que sejamos, seremos sim, apenas um “grupo”, que ao contrário do que o presidente apregoa, não nos “escondemos atrás de um escritório de advocacia” apenas recorremos a Justiça para preservar um direito coletivo. Esse é único recurso que temos após longos anos de aflição e desespero, em que nos vimos demasiadamente cansados de presencia tantos ataques frontais a nossa atividade.

Quanto a isso, a inconseqüência dos atos lastimáveis observados nesse mandato, independente de alguns serem decorrentes de mandatos anteriores, como o caso isolado das Notas Fiscais, todos eles escondem-se por trás de uma verdadeira legião de advogados, com uma única diferença capital:

O nosso único advogado é pago com recursos próprios, enquanto os muitos advogados que Luis Eduardo utiliza para manter-se no poder, são pagos com o dinheiro do clube.

Portanto, nenhum tipo de peneira conseguirá aplacar os efeitos danosos desse sol. Nada que Luis Eduardo da Costa Carvalho venha a tentar ,ou mesmo a fazer, poderá consertar o estrago já feito. As feridas provocadas no segmento são profundas e ainda sangram.

Para alguns de nós, enganados com promessas descumpridas, como a famosa “auditoria” na CODERE, que inexplicavelmente nunca foi feita, Já não existe qualquer credibilidade. E quando a credibilidade é abalada, nada mais resta de soberano.

Infelizmente as batalhas judiciais seguirão os seus cursos, oportunidade em que a perda de algumas delas, não desmerecerá o objetivo de vencer a “guerra” para o bem do Turfe. Infelizmente presenciaremos também mais um round em 2012, nessa luta antiga em tentar fazer o turfe retornar ao comando dos turfistas; para que ele encontre, como nos idos de 1992, um caminho de respeito aos seus patrocinadores diretos (criadores e proprietários), profissionais, empregados e principalmente retome o bom ambiente institucional, consoante a tradição de toda a sua história centenária.

Luiz Fernando Dannemann
Sócio do JCB, criador e proprietário

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