Israel é acusado de abandonar arma química próximo a casas palestinas, diz jornal
O Exército israelense teria abandonado perigosos tubos de arma química próximo a casas de palestinos, segundo informações do jornalista Conal Urquhart publicadas esta semana pelo britânico “The Guardian”.
A acusação foi levantada depois que dois garotos se queimaram gravemente depois de apanhar com as mãos um curioso tubo prateado de 20 cm de altura por 5 cm de diâmetro que encontraram próximo de suas casas.
Segundo o jornal, Eid Da’ajani, 15, teria se deparado com o objeto em fevereiro passado, na vila de Buweib, ao sul de Hebron, enquanto cuidava das cabras da família.
Eid mostrou o objeto para o primo, que lhe advertiu sobre a chance daquilo ser uma bomba. Mesmo assim, Eid apanhou o objeto, que então começou a emitir uma densa fumaça branca. Os dois saíram correndo, mas o gás “grudou” em suas roupas, derretendo os tecidos e seus sapatos e causando severas queimaduras na pele.
“No momento em que a fumaça saiu, eu soltei o negócio, mas a fumaça veio atrás da gente. Quando fugimos é que a dor começou”, ele contou ao “Guardian”.
Um segundo objeto semelhante foi detonado uma semana depois, em uma explosão controlada.
O exército israelense admite que é um artefato militar seu, mas não diz o que seria. Ainda de acordo com o jornal britânico, Israel teria sugerido que as armas poderiam ter sido abandonadas após exercícios militares. “A área em questão serviu como campo de treino no passado e não está mais sendo utilizada", afirmou um comunicado do porta-voz do exército.
"Os dois jovens foram tratados no local por uma equipe médica militar. Como os ferimentos foram leves, não foi necessário encaminhamento para um hospital israelense”, acrescentou o porta-voz.
Especialistas consultados pelo “Guardian” dizem que o efeito descrito pelos garotos é semelhante ao efeito do fósforo branco, mas é prematuro especular sem análises químicas mais precisas.
Uso de fósforo branco em áreas civis é proibido pela Convenção de Genebra, mas já foi usado por Israel em Gaza no passado.
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