Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sábado, 17 de setembro de 2011

Ponto final, por Milton Lodi

O direito de pensar e de externar opiniões é inerente à liberdade de expressão.

O meu artigo “Esclarecimento” coloca os vários, em separado, e com clareza os aprecia de forma isenta.

As minhas opiniões, certamente baseadas em experiência e bom senso, incomodou e incomoda ufanismos inadequados. Volto a dizer, que misturar a boa qualidade dos produtos paranaenses com aspectos evidentemente negativos nada adianta. No meu “Esclarecimento”, há a expressão "qualidade à parte", quando analiso o não ótimo momento do turfe paranaense. Não há nenhum desdouro no fato de Tarumã hoje e já de algum tempo, ser um Centro de Treinamento de Cidade Jardim e da Gavéa, pois além do mais enseja o surgimento de bons valores, que naturalmente procuram centros mais ricos para tentarem melhores resultados financeiros.

Não reconhecer os pontos fracos, e em lugar disso inverter e misturar detalhes, só faz postergar eventuais medidas saneadoras. Aumentar-se uma situação aumentando com detalhes maiores que a média e/ou diminuindo detalhes abaixo da média. Querer esconder as evidências com, como disse, ufanismos inadequados, não colaboram para a necessária melhoria.

Tive cavalos no Tarumã por muitos anos, tive o privilégio de ganhar duas estatísticas, uma com o treinador Anísio Andretta e outra com o saudoso Elídio Pierre Gusso, esse tendo me dado duas vitórias no G.P. Paraná, uma com um cavalo superior, Negroni, e outro com um ganhador de 2 ou 3 vitórias em Cidade Jardim, Ruffus. Essa segunda vitória foi conseguida de mera observação da qualidade dos concorrentes, quanto a ter frequentado o Hipódromo do Tarumã ao ritmo de uma semana por mês, durante muitos anos, posso dizer que conheço o turfe paranense desde os tempos de Luiz Gurgel do Amaral Valente de Alô Tricoulat Guimarães, fiquei amigo de muitos criadores, proprietários e diretores do Jockey Club do Paraná. Posso dizer que conheci e conheço o turfe paranaense. Não adianta negar evidências, o momento no turfe do Paraná não é ótimo. Analisar separadamente detalhes é procurar eventuais deficiências para serem sanadas, e não embrulhá-las para encobrir negativos e ressaltar positivos, esse não é o caminho certo.

Dos Haras mais destacados do Paraná, com o encerramento de atividades dos Haras Pemale e J.B. Barros, parece-me, salvo melhor juízo ou falha de memória, ficou o vitorioso Santarém sobre os ombros do qual pesaria a maior parte da responsabilidade criacional, se não fossem os Haras de "forasteiros", como o Santa Rita da Serra, o L.L.C, o São José da Serra e o Estrela Energia. É claro que há outros bons haras "nativos", mas o entusiasmo não é uma constante no aspecto geral.

Há muitos anos, o Carlos Paes de Barros, então Presidente da Associação Brasileira, constituiu um grupo de 15 turfistas para elaborar um trabalho sério referente às provas de grupo, e com isenção e bom senso, com a maioria dos votos, o G.P. Paraná seria rebaixado para um clássico ou no máximo um grupo III e, assim mesmo, como incentivo. O trabalho ficou pronto e foi entregue ao criador que, à época, presidia a Associação. A pressão política do Paraná foi de tal ordem que o Presidente preferiu, covardemente, engavetar o tal trabalho. Essa é uma realidade que já vem de longe. Se tivesse havido o rebaixamento, hoje, certamente, o G.P. Paraná até poderia ter voltado a GI, como consequência de medidas técnicas e promocionais que o turfe paranaense, certamente, teria assumido. É um assunto antigo, e se esse detalhe não for encarado com seriedade, com verdade, um dia certamente, o G.P. Paraná vai ser colocado como uma prova listada. Sempre é tempo de providências adequadas, que se forem morosas poderão encontrar o G.P. já rebaixado. Não sou eu que quero, é apenas a realidade dos melhores hipólogos brasileiros, Marcos Araujo Ribas de Faria, Samir Abujamra e Bertrand Joachim Kauffmann, certamente pensam igual à maioria.

Quanto a mim, pessoalmente tanto faz, apenas deploro a atual injusta classificação. Fiz parte da Diretoria e do Conselho da Associação Brasileira durante muitos anos, mas já de algum tempo apenas acompanho de longe os acontecimentos. Diretamente nada tenho a ver com esse importante detalhe, não tenho nenhum interesse nem participação.

Assim, só fico com pena quando surgem críticas infundadas, desprovidas de isenção e bom senso.

Àqueles que aceitam os meus argumentos, representados por inúmeras manifestações de apoio e concordância, só posso agradecer e àqueles que discordam apenas me dão a certeza de que lêm o que eu escrevo, o que já é bastante.

Não posso responder a todas as manifestações, ainda mais quando elas são decorrentes do direito de pensar e de se expressar. Os artigos "Esclarecimento" e "Ponto Final" foram caso esporádico, específico, e apenas apresentados para uma colocação adequada dos muitos aspectos que foram invertidos e misturados.

Como não tenho vontade nem tempo para polêmicas, dou por encerrado o que penso a respeito, pois nem mesmo consegui me fazer entender por alguns no caso.

Quanto a outras eventuais manifestações negativas, nem sempre bem educadas e fruto de pessoas que, certamente, não conhecem nem entendem, que nunca fizeram nada pela grandeza do turfe, apenas o meu silêncio, não merecem sequer consideração e/ou respeito.

Vou continuar a escrever o que eu penso, de modo livre e honesto.

Esse é o meu Ponto Final na questão.

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