A joqueta Maylan Studart é um dos muitos exemplos de brasileiros que precisaram sair do seu país para conquistar o reconhecimento em outro continente. Sem oportunidades no Jockey Club Brasileiro, apesar de ter ganho dois torneios de joquetas, um no Cristal e o outro em São Vicente, a carioca, aproveitando que quando pequena morou alguns anos, do sete aos onze, nos Estados Unidos, resolveu arrumar suas malas e ir tentar a sorte na terra do Tio Sam.
Com a cara e a coragem, Maylan Studart chegou aos EUA, com apenas 18 anos. Logo, foi acolhida pelo jóquei Manoel Cruz e começou a trabalhar, galopar, ajudar nas cocheiras, conseguir amizades e abrir portas. Para as vitórias começarem a aparecer, bastaram surgir as oportunidades que muitas vezes no Brasil não lhe foram dadas. Afinal, aqui, em dois anos, Maylan venceu apenas oito páreos. Nos EUA, em hipódromos competitivos, como Belmont Park, Gulfsream Park, Aqueduct e Calder, Maylan já conquistou por volta de 90 vitórias.
Num país muito voltado para seu povo, conseguir a atenção da mídia não só especializada, é necessário se destacar bastante no que se faz. Capa do New York Times, entrevistada pela FOX americana, mostram a qualidade que Maylan vem demostrando em sua profissão. Isso sem falar que Maylan recebeu a Jóia JK, juntamente com o cavaleiro e medalhista olímpico Rodrigo Pessoa (foto)na ONU, em Nova Iorque, comenda que só é dada a brasileiros que se destacaram no exterior. O primeiro agraciado, inclusive, foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ela fala com orgulho desse momento: “Mudei minha concepção das coisas, cresci profissionalmente e como pessoa. Arrisquei ao ir para os Estados Unidos, mas todo dia descubro que foi a decisão mais acertada da minha vida. Esse reconhecimento é gostoso, porém me mostra que eu preciso sempre trabalhar mais e mais para seguir fazendo meus objetivos se tornarem realidade”.
Morando em Nova Iorque, mais precisamente em Long Island, Maylan, que só não monta às segundas e terças por lá, aproveita seu tempo livre para, entre outras coisas, dedicar-se à caridade. Com o apoio da NYRA (New York Racing Association), voluntariamente, Maylan visita institutos de apoio a crianças excepcionais (Ronald Mc Donald’s House), pessoas com distrofia muscular (Muscular Distrophy Association), entre outras. Maylan fala sobre a importância desse trabalho voluntário: “Nunca fui rica, mas também nada me faltou, mas não podia ajudar e me sentia meio vazia por isso. Agora que, graças a Deus eu posso, não me furto em fazê-lo e até, muitas vezes, tirar de mim para dar a alguém mais necessitado”.
Feliz por ver que hoje no turfe carioca, Marcelle Martins está tendo boas montarias e ganhando seus páreos, Maylan em sua passagem pelo Brasil, onde pretende ficar até o dia 15 de setembro, irá participar das carreiras no Hipódromo da Gávea nesse e no próximo final de semana. A joqueta, que tem uma placa de titânio no fêmur por conta de uma fratura em 2009 ficou feliz com as montarias que recebeu no Rio de Janeiro “Foi ótimo ver que treinadores e proprietários que me davam oportunidades quando eu ainda estava aqui, seguem confiando em mim. Melhor ainda é ver que meu trabalho lá fora é acompanhado por todos aqui. Quem sabe um dia eu volto de vez, porque eu vou onde estão as oportunidades e, hoje, elas estão nos EUA”, finaliza com o típico sorriso da garota de Ipanema que está abrindo o caminho para o sucesso no competitivo turfe norte americano.
por Fernando Lopes
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