Renato esteve presente na festa máxima do turfe brasileiro no Hipódromo da Gávea
Na cidade de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul, à aproximadamente 220km da capital Porto Alegre, está situado o merecidamente vitorioso Jockey Club de Pelotas. E atualmente, quem preside o clube com total aptidão e competência é o simpático e cordial Renato Braga. O Raia Leve bateu um papo com ele.
RL: Presidente Renato, conte-nos de onde veio e como chegou onde está hoje.
RB: Nasci aqui mesmo em Pelotas, no dia 13 de Junho de 1972. E desde que estava na barriga da minha mãe, já era um genuíno turfista. E daí para frente tudo foi acontecendo naturalmente, pois meu pai sempre foi proprietário, inclusive já fez parte de diversas diretorias no Jockey. Então já era de se esperar, que o menino Renato fosse um futuro proprietário e turfista apaixonado.
Sempre tive animais correndo no Hipódromo da Tablada e atualmente sou proprietário conjunto com meu irmão, Rodrigo Braga, do animal Oakfast, que provavelmente quando acabar sua campanha, seguirá para a reprodução. Mas estamos estudando a aquisição de mais três animais.
RL: Dentro de todos estes anos, qual foi, ou é, sua maior alegria no turfe?
RB: Minha maior alegria é ter sido eleito presidente do Jockey Club de Pelotas por aclamação pelo Conselho Deliberativo. Mas ainda quero viver o sonho de vencer um Princesa do Sul. Sendo este o maior clássico do interior do Brasil, com público estimado de 15 mil pessoas.
RL: Qual o melhor animal que viu correr?
RB: Ao vivo, All Arz. Animal iniciado dentro da Tablada, vencedor de prova de grupo, dono do recorde dos 2.000 metros, areia em Cidade Jardim, criação do Haras Santa Ignes de Spanier.
RL: O que o senhor achou do Grande Prêmio Brasil 2011?
RB: Lindo, foi um luxo... Foi muito bom, mesmo com o cavalo que eu apostei não sendo vencedor, o pupilo do Stud Rio Iguaçu, Jéca, do meu amigo Paulo Pelanda. Fui super bem tratado, e realmente o Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa, e o Hipódromo da Gávea, um dos mais lindos do mundo.
RL: Certamente, o falecimento do Presidente Carlos Mazza foi um momento muito delicado, não só para os turfistas de Pelotas, como também para toda a diretoria do Clube. Conte-nos como tem sido o dia a dia com a ausência do saudoso Mazza. E o que a sua história representa para a sociedade turfista da cidade.
RB: Foi uma grande perda tanto para o turfe pelotense, quanto para o turfe nacional, visto que o Stud Comendador M, tinha animais atuando, na Tablada, Tarumã, Cristal e Gávea. Quando ele faleceu, nós iríamos concorrer novamente à diretoria, ele de presidente e eu de vice. A morte dele para nós e a diretoria toda foi como a quebra de uma pilastra de sustentação. E aos poucos estamos botando em prática o legado que ele nos deixou, que é um manter o turfe pelotense sempre forte.
RL: O Jockey Club de Pelotas passou um período de portas fechadas, devido à perda de sua carta patente. E após muita luta e determinação dos envolvidos, a carta foi recuperada e o Hipódromo da Tablada voltou a realizar seus páreos. Conte-nos como foi este momento.
RB: Quando da perda da Carta, foi a mesma coisa que perdermos o chão. A Tablada ficou nove meses fechada, e no dia 16 de setembro de 2010, quando os fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vistoriaram o Hipódromo e Vila Hípica, os mesmos já no momento da vistoria ficaram maravilhados com o hipódromo e também com a sanidade da Vila Hípica, Neste momento já tivemos a sensação de dever cumprido.
E me lembro como se fosse hoje. Toda imprensa de Pelotas estava presente no Jockey, e o senhor Motta, responsável pelo setor de Equídeocultura do mapa informou que a Tablada teria novamente sua Carta Patente aprovada. Eu vi no rosto do meu Presidente as lágrimas caindo. E como dizia o Carlinhos - apelido este carinhoso, que os amigos o chamavam - esta carta foi adquirida com muito suor e lágrimas.
RL: E quais são os planos daqui pra frente? Existe algum projeto encabeçado pela diretoria, para o fortalecimento do turfe em Pelotas?
RB: O Hipódromo Tablada, é o Jockey da região sul do Rio Grande, sendo que os Jockeys de Rio Grande e Bagé, perderam suas Cartas Patentes. Tanto é que a Tablada promoveu o Grande Prêmio Cidade de Rio Grande, na primeira semana de fevereiro, e na segunda semana de novembro, irá acontecer o GP Rainha da Fronteira, homenagem esta ao JC de Bagé.
RL: Quais são as suas expectativas para o futuro do turfe no Brasil?
RB: Minha expectativa é que o turfe só vai melhorar ou se perpetuar quando o Governo Federal auxiliar os hipódromos, como faz com os clubes de futebol.
RL: O que senhor tem a dizer, sobre o sucesso de animais de criação brasileira no exterior? Você acha que estes animais deveriam permanecer correndo em território nacional, para valorizar mais o turfe brasileiro, ou é válida a participação da criação nacional no exterior?
RB: Pro turfe nacional é muito bom quando os animais vão para o exterior e são vitoriosos. Isto só fortalece a criação nacional. Vivemos num mundo capitalista, lá fora o prêmio é muito maior que o nosso, não acho errado isto, é a mesma coisa que um jogador de futebol.
RL: Para finalizar, qual mensagem o Presidente do Jockey Club de Pelotas deixa aos profissionais, turfistas e proprietários que estão desmotivados e desacreditados com o turfe nacional?
RB: O turfe no Brasil é viável. Isto eu falo porque nós tivemos uma das maiores provas de que isto é possível. Pessoas que tiveram o comprometimento com o nosso hipódromo, que são grandes proprietários do centro do País, tais como: o Sr. Luiz Felippe Índio da Costa, o Sr. Afonso Burlamaqui e um grande empresário local, o Sr. Jaime Power. Sem estes eu não estaria aqui hoje, dando esta entrevista ao Raia Leve, visto que o Jockey Club ainda estaria fechado. E a minha mensagem final, é que os proprietários que estão desmotivados com o turfe, que adquiram animais novos, pois não há coisa melhor que ver seu animal disputando uma carreira.
Uso as palavras de um grande amigo, o colunista Jarbas Plínio de Mello. “O esporte faz amigos, mas o turfe faz muito mais”
por Eluan Turino
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