Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Entrevista com o veterinário Dr. Tony Gusso

No próximo dia 9 de setembro, será comemorado o dia do veterinário.

Este profissional que está sempre ao lado dos animais, decifrando-os, trabalhando muitas vezes sob condições adversas, e em busca de dar as melhores condições aos animais, quer seja na cura de doenças quer seja na melhora da performance para as corridas.

A eles, em que muitas das vezes não recebem o nosso reconhecimento, o nosso muito obrigado, por zelar e cuidar dos animais de que tanto gostamos.

O Raia Leve aproveitando a oportunidade, conseguiu uma entrevista o veterinário Tony Gusso, que atende os animais alojados no hipódromo de Cidade Jardim, e que semanalmente nos brinda com sua coluna “Saúde Equina” com seus artigos, todos de temas atualizados e presentes no do dia a dia dos animais, escritos de forma clara, em linguagem bastante acessível para os nossos leitores.

Nascido no berço de uma das famílias mais tradicionais do turf nacional, o veterinário Dr. Tony Gusso, neto do saudoso treinador Elidio Pierres Gusso e filho do treinador radicado em São Paulo Elidio Pereira Gusso (Dengo), começou sua vida profissional logo após sua formação, fazendo especialização e residência de 2 anos em clínica e cirurgia de equinos.

Em 2006 iniciou seu trabalho no Jockey Club de São Paulo em medicina esportiva, atendendo importantes criadores e proprietários do país. Atualmente responsável técnico das principais agências de leilões que atuam com PSI e de algumas associações ligadas ao cavalo de corrida, também é colunista do site RAIA LEVE, escrevendo semanalmente sobre SAÚDE EQUINA, abordando assuntos sobre o dia a dia do veterinário e as mais comuns e principais doenças que acometem os equinos.

RL: Como foi sua escolha pela profissão de médico veterinário? Houve influência familiar?

TG: Sem dúvida nascer e viver no meio turfístico influenciou minha escolha por esta profissão. Ver meu avô, meus tios e prima, a primeira treinadora do Brasil, trabalhando com tanta dedicação, me mostraram como é gratificante cuidar e acompanhar os cavalos de corridas.

RL: Como foi o início da sua carreira de veterinário no JCSP?

TG: Comecei trabalhando com meu pai em suas cocheiras em São Paulo. Apesar de achar que o início seria um pouco complicado devido ao preconceito e receio de outros treinadores em achar que poderia influenciar a saída e mudança de seus proprietários para o meu pai, esta foi uma situação que nunca ocorreu. Não houve nenhum tipo de desconfiança por parte de ninguém e em dois meses já estava atendendo duas outras cocheiras, começando a ser reconhecido mais como o veterinário Tony Gusso e menos como o filho do E.P. Gusso. Comecei assim a adquirir minha própria identidade no meio.

RL: O nome da família ajudou ou atrapalhou em algum momento sua carreira?

TG: Nunca atrapalhou. Sempre tive orgulho deste sobrenome e o que ele representa no turf. Tenho certeza que o exemplo de trabalho, moral e bons costumes do meu avô, pai, tios, primos e prima, influenciaram e me ajudaram a alcançar a posição que me encontro hoje.

RL: Quem são seus clientes e parceiros hoje em dia?

TG: Estou em uma das melhores fases profissionais. Hoje temos uma parceria de sucesso com os treinadores do Paraná Beto Feltran (Haras Santa Maria de Araras, Stud A.M.L., Carlos e Paulo Roberto Fernandes dentre outros), Carlos Cesar Carlindo (Haras Ponta Porã dentre outros) e Carlos Pereira Gusso (Stud Daltex, Stud Bianco i Nero, Haras SIb dentre outros), Haras dos Girassóis, Haras Primavera e demais proprietários por eles assistidos. Toda vez que seus pupilos vêm ao hipódromo paulistano correr ficam alojados em nosso grupo de cocheiras sob nossos cuidados. Além destes, atendo mais quatro grupos de cocheiras paulistanas, dentre elas o Stud Nova República campeão de vitórias em 2005 e 2010 e com 11 vitórias nesta temporada em Cidade Jardim, Stud Lex Paxa 74, Stud Corazon de Leon e outros proprietários e os treinadores como G. Borba, A.F. Corrêa, L. Saldanha, O. M. Nascimento, Emilio Cabreira, C. Xavier, Alexandre Garcia, C. Soledade e E. P. Gusso.





RL: No decorrer de seu trabalho existiu ou existe algum animal que foi importante e qual o motivo?

TG: Pode parecer clichê, mas todos os animais são importantes por serem únicos. Cada um tem sua particularidade e merecem um cuidado especial. Dos animais por mim operados a última e grande alegria foi o TIRO DA GUANABARA. Com uma tendinite grave, após um procedimento cirúrgico experimental ele retornou as corridas e em 08 apresentações alcançou 04 vitórias sem sentir mais a lesão. Clinicamente gosto muito dos problemas de queda de performance com todas as suas causas e graças a DEUS os resultados desta dedicação estão nas inúmeras vitórias que temos alcançado com os proprietários que confiam em meu trabalho.

RL: Qual sua relação com os outros veterinários?

TG: A relação com os veterinários do jockey club são muito boas, tenho a destacar o Dr. Bernardo Espinhal, Dra Laura Pinseta e Dr. Leonardo, Dr. Hernani Azevedo Silva Neto e os Veterinários do Serviço Veterinário do Hipódromo. A relação de amizade e respeito sempre foi uma característica marcante destes profissionais.

RL: Quais foram as suas maiores alegrias como veterinário?

TG: A maior alegria é ver um animal alcançar sua vitória, seja ela de grupo ou prova especial como as vitórias de BLESSED MUSTANG (Hs. Springfield), SORRENTINO (Carlos R. Fernandez e J. C. Campelo), TATIANA SUREÑA (Hs. dos Girassóis) até os páreos de claiming. O importante e mais gostoso é chegar na frente no disco de chegada e ver seu trabalho reconhecido. Como veterinário de animais de esporte meu objetivo é sempre cuidar e manter os animais em condição de correr e chegar a vitória, isso sim me causa muita alegria.

RL: E tristezas?

TG: As fatalidades infelizmente acontecem como a perda de animais por fraturas irreparáveis. Ver um animal sofrendo com dor ou qualquer doença onde ele não responda ao tratamento também me deixa incomodado.

RL: O que você pensa do futuro da medicina veterinária nos hipódromos?

TG: Há espaço para todos. O turf se profissionalizou e todos somos prestadores de serviço. Desta forma o estudo constante e o aprimoramento de novas técnicas devem ser buscadas constantemente pelo veterinário. A palavra hoje é RESULTADO.

RL: Para finalizar, qual o recado que você deixa para todos os amantes do turfe no Brasil.

TG: O cavalo de corridas e as provas são viciantes pela emoção e alegria de ver seja seu animal chegar na frente ou mesmo pelas apostas e suas torcidas pelos resultados. Convido a todos a comparecer mais ao hipódromo e partilhar destas emoções com os grandes amigos que fazemos. E a aqueles que ainda não são turfistas venham conhecer o nosso dia a dia e participar deste grupo que está de braços abertos e esperando por você.

por Eluan Turino

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