Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quinta-feira, 8 de março de 2012

NÚMEROS DA CRIAÇÃO MUNDIAL EM 2010

NÚMEROS DA CRIAÇÃO MUNDIAL EM 2010

Conforme publicação da 45ª Conferência Internacional das Autoridades Hípicas, realizada em outubro de 2011 em Paris, e por mim recebida, referente à criação mundial de cavalos de corridas em 2010, haviam registrados 8.936 garanhões, 176.993 reprodutoras e 109.095 potros em criação, representando um aproveitamento efetivo de 62,14%. Esses números mostram como a técnica brasileira está evoluída. Segundo a mesma publicação, em 2010 o Brasil tinha 235 garanhões, 3.827 reprodutoras e 2.844 produtos, com um percentual de aproveitamento efetivo (produtos que nasceram e que chegaram a ser registrados) de 73,68%. Dos 61 países relacionados, em número de reprodutoras, o Brasil ocupa a 11ª colocação.

A seguir, por ordem do número de reprodutoras, os 61 países (número de garanhões, de reprodutoras e de produtos registrados).

- Estados Unidos (2.481 – 39.914 – 27.800)
- Austrália (824 – 27.022 – 17.191)
- Irlanda (240 – 15.345 – 7.588)
- Argentina (828 – 13.774 – 8.437)
- Grã Bretanha (250 – 9.826 – 4.665)
- Japão (256 – 9.751 – 7.105)
- Nova Zelândia (166 – 7.908 – 3.778)
- França (421 – 7.876 – 5.470)
- África do Sul (93 – 4.418 – 3.245)
- Turquia (435 – 4.041 – 1.149)

Esses dez países com maior número de reprodutoras que o Brasil.
Confiando-se nos números, percebe-se o péssimo índice de aproveitamento da Turquia, e como o Brasil (235 – 3.827 – 2.844) está em situação privilegiada quanto ao aproveitamento, quanto ao setor técnico.
Continuando, os 50 países que completam a relação dos 61, por ordem alfabética, e sempre por ordem de garanhões, reprodutoras e produtos registrados, ano de 2010.

- Áustria (8 – 59 – 29)
- Azerbaijão (6 – 27 – 19)
- Bahrain (28 – 109 – 68)
- Bélgica (5 – 45 – 22)
- Bulgária (20 – 43 – 63)
- Canadá (232 – 2.643 – 2.100)
- Chile (119 – 3.550 – 1.745)
- Croácia (26 – 35 – 23)
- Chipre (50 – 777 – 209)
- República Tcheca (43 – 513 – 267)
- Dinamarca (16 – 203 – 144)
- Alemanha (66 – 1.982 - 1.034)
- Grécia (45 – 284 – 139)
- Hungria (39 – 245 – 121)
- Índia (114 – 3.338 - 1.804)
- Itália (110 – 2.730 – 1.800)
- Cazaquistão (45 – 70 – 21)
- Quênia (9 – 135 – 80)
- Coréia (102 – 2.253 – 1.363)
- Líbano (2 – 8 – 3)
- Lituânia (15 – 35 – 0)
- Malásia (5 – 85 – 53)
- Ilhas Maurício (57 – 526 – 350)
- Marrocos (70 – 344 – 191)
- Holanda (2 – 12 – 5)
- Noruega (4 – 70 – 40)
- Omã (2 – 0 – 2)
- Panamá (60 – 318 – 186)
- Peru (60 – 824 – 589)
- Filipinas (77 – 1.178 – 732)
- Polônia (84 – 729 – 380)
- Portugal (3 - ? - ?)
- Porto Rico (61 – 447 – 286)
- Qatar (23 – 88 – 43)
- Romênia (20 – ? – ?)
- Rússia (149 – 596 – 430)
- Arábia Saudita (202 – 2.121 – 1.172)
- Sérvia (19 – 93 – 70)
- Eslováquia (9 – 122 – 22)
- Eslovênia (13 – 34 – 5)
- Espanha (67 – 550 – 310)
- Suécia (32 – 363 – 272)
- Suíça (4 – 44 – 31)
- Síria (4 – 6 – 6)
- Tailândia (14 – 425 – 389)
- Tunísia (6 – 86 – 55)
- Emirados Árabes (1 – 1 – 1)
- Uruguai (356 – 3.231 – 1.860)
- Venezuela (217 – 1.763 – 1.141)
- Zimbábue (9 – 151 – 125)

Como se pode observar acima, a ordem alfabética não é rigorosa, já que em nosso idioma há palavras bem diferentes das usadas na publicação, mas apenas a ordem que é exata.

Em uma apreciação, mesmo superficial, percebe-se que o aproveitamento de potros registrados em relação ao número de reprodutoras em nosso país, é ótimo, excelente fruto de técnica, de boa qualidade dos veterinários especializados que cuidam do plantel nacional, com aparelhos sofisticados e modernos, e racional seleção dos animais, sob o ponto de vista sanitário, físico e também pedigrístico. O resultado é o que se vê, inconteste sucesso da criação brasileira, competitiva internacionalmente. Viver é resolver problemas, e os quatro principais clubes brasileiros promotores de corridas enfrentam, no momento, situações diferentes.

O Jockey Club Brasileiro atravessa bom momento financeiro, longe do ideal, mas razoavelmente satisfatório, e embora sob aspecto empresarial de sua Diretoria seja bom, o enfoque turfístico é inadequado. O setor do turfe, a razão de ser da existência do Clube, é considerado com um simples setor equivalente em importância a outros setores do Clube.

O Jockey Club de São Paulo está se reerguendo em mãos de sua nova Diretoria, após alguns anos de delírios promocionais inadequados, o turfe sendo relegado e o dinheiro a ele necessário sendo desviado para outros setores e atividades. Mas desde março de 2011 o Jockey Club de São Paulo, com uma Diretoria de turfistas, e ainda, dentro do primeiro ano de gestão, a melhoria é evidente. Apesar de ainda haver muito trabalho e sacrifícios pela frente.

O Jockey Club do Rio Grande do Sul deu uma demonstração de melhoras no último Bento, em função de uma nova Diretoria eficiente, operante e apesar dos reflexos das Diretorias anteriores, menos qualificadas para as atividades, já mostrou que é qualificada, merece a confiança dos turfistas. Acontece que gravíssimos obstáculos aparentemente intransponíveis, como a diminuição da capacidade da Vila Hípica por venda de boa área para empreendimento imobiliário, mutilou o Hipódromo do Cristal, não há boxes suficientes para acolher a demanda, e a construção de mais cocheiras enfrenta problemas até com as autoridades governamentais. Mas há de haver uma boa solução, e a atual Diretoria do Jockey Club do Rio Grande do Sul saberá dela se aproveitar desde e logo que ela surja.

Quanto ao Jockey Club do Paraná, é o único dos quatro maiores do qual nada de bom ou de melhor se pode alvitrar, pois os fatos mostram que a atual Diretoria, aquela que foi derrotada nas eleições, claras e limpas em 15 de março de 2011, aquela que através de acrobacias jurídicas e/ou judiciais está completando um ano, metade da gestão daqueles que venceram o pleito, mas a Justiça ou Injustiça, ainda não permitiu a merecida posse, repito da atual administração do Jockey Club do Paraná nada de melhorias se pode esperar.

O Jockey Club Brasileiro promove semanalmente 4 programas com média de 40 páreos por semana. O Jockey Club de São Paulo promove três, com aproximadamente 30 páreos semanais, o Jockey Club do Rio Grande do Sul um programa com boa média de inscrições em 10 páreos, e o Jockey Club do Paraná, em princípio, programas em semanas alternadas, algumas vezes nem isso, programas fracos, além de não ter boxes suficientes por vendas imobiliárias. Na opinião generalizada dos turfistas, se a atual situação perdurar por mais tempo, o turfe paranaense pode ou deve chegar ao fim da linha.

Enquanto isso, os criadores, na maioria, gaúchos seguem investindo, trazendo garanhões de alta expressão em “shuttle” e em compras definitivas, e os produtos brasileiros já atingiram padrão e projeção internacionais. A falta de incentivos financeiros, em outras palavras os aviltantes e baixíssimos prêmios oferecidos pelos clubes brasileiros, diminuiu o ímpeto da criação paulista e também da paranaense, responsáveis, atualmente, cada um por 21,5% do plantel e da produção nacional. Enquanto que a criação gaúcha segue em frente, criando cada vez melhor, acreditando, programando um futuro previsível de grandiosidade, já representando 49% do plantel brasileiro.
Os números internacionais apresentados na presente publicação mostram o Brasil bem posicionado, com um número de reprodutoras que deixa a desejar, mas com um aproveitamento técnico espetacular.

Na vida também é assim, enquanto uns desbravam e rompem barreiras, outros se acomodam e esperam por eventuais melhores dias.
Pelo que o tal trabalho mostrou, o Brasil está bem posicionado, com número de reprodutoras que poderia e deveria ser maior, mas a eficiência técnica só merece elogios.

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