Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

domingo, 18 de setembro de 2011

Floreando, por Milton Lodi

Floreando, por Milton Lodi

INGRESSOS NA REPRODUÇÃO

A agencia paulista Belair, de Eduardo Ratto de Freitas Guimarães, que tem entre as suas atividades o gerenciamento de garanhões, colocou no Haras Faxina, da Srª. Margarida Polak Lara, para a temporada de 2011, o ótimo cavalo Flymetothemoon. Esse fato é muito auspicioso, pois representa uma renovação, um “refresco” no plantel do vitorioso Faxina, uma das glórias do turfe brasileiro. Flymetothemoon foi um ótimo corredor na primeira turma, ganhador de provas de Grupo, e irmão próprio de Ay Caramba, que como ele foi ganhador de importantes provas nobres de Grupo, e que fez uma temporada nos Estados Unidos, obtendo entre outros sucessos uma importante vitória em G.2. O pai é o consagrado Roi Normand na melhor linha feminina do clássico Haras Doce Vale, a da Court Lady. Parabéns à D. Margarida, demonstrando que permanece com o seu reconhecido amor ao turfe, e parabéns a agencia Belair pela bela iniciativa.

A ida por empréstimo de Flymetothemoon do Haras Doce Vale para o Haras Faxina levanta uma questão importante, qual seja a do eventual aproveitamento de reprodutores do próprio haras. A ida de um potencial bom reprodutor de um haras para outro é salutar, não só pelo sangue novo que é levado como a recíproca, abrindo espaço para bons indivíduos diferentes. Ganhadores de grupo de haras líderes têm que ser sempre bem-vindos. Aqueles que investem mais forte têm naturalmente e em princípio melhores resultados, e é normal haver de quando em quando um expresso de consangüinidade, impossibilitando em princípio a utilização de ótimos cavalos em seus haras de origem.

Abre-se aí uma boa oportunidade para aqueles que não dispõem de garanhões à altura. Atualmente, só para meramente exemplificar, cavalos de primeira ordem como Quatro Mares, são excedentes em seus haras de origem. Molengão foge a essa regra, está emprestado fora do TNT, e se por um lado está sendo experimentado para o seu haras, por outro está dando boa oportunidade para aqueles que querem cobrir as suas éguas por um reprodutor que tem tudo para dar certo, campanha, pedigree e tipo físico não lhe faltam.

Antigamente, não havia circulação de reprodutores e garanhões, cada haras só utilizava os seus próprios animais, não havia sequer venda de coberturas.

Os haras mais importantes tinham orientações diferentes. O Mondesir vendia os seus craques que não poderia utilizar (os dois melhores machos de filhos de Sayani, os clássicos Xaveco e Xadrez, foram vendidos, o primeiro para o Haras Patente e o outro terminou no Haras Ipiranga).

O Guanabara normalmente exportava os seus excedentes. O São José & Expedictus basicamente não vendia, mantinha um depósito de garanhões sem utilização, sendo que a venda de Guaycurú para a Fazenda Santa Ângela e Tapuia para o Uruguai resultaram em espetaculares sucessos. Mas hoje em dia é diferente, os costumes são outros, e há um natural e profícuo entra-e-sai.

Voltando ao turfe atual, a enorme distância técnica entre os dois clubes da primeira faixa e os dois da segunda facilita a questão.

No Paraná e no Rio Grande do Sul os seus G.G.P.P. Paraná e Bento Gonçalves são disputados e vencidos por cavalos que na Gávea e/ou Cidade Jardim são de padrão “4 anos com duas ou três vitórias”, no máximo corredores de “pesos especiais”, e quando excepcionalmente vai um corredor de real expressão, não é um páreo normal, mas uma verdadeira “caça a raposa”. O caminho é claro, irrefutável.

A não ser que os criadores menos pretensiosos prefiram continuar importando cavalos de no máximo segundo ou terceiro padrão da Argentina ou dos Estados Unidos, via de regra dependentes de drogas, e na eventual impossibilidade de trazer animais da primeira linha internacional da Europa, há o bom caminho natural e barato da utilização dos ganhadores de provas de Grupo 1, de preferência, na Gávea e/ou Cidade Jardim. Só como meros exemplos, Timeo, Hong Kong e Sal Grosso, elementos da primeira turma brasileira, devem ser excedentes. O proprietário de Timeo não é criador, os dos outros dois costumam importar em “shuttle” ou mesmo importar em definitivo. É uma mera exemplificação.

O primeiro passo para produzir qualidade é ter um reprodutor de qualidade.

A tática inteligente é a utilização de garanhões os melhores possíveis, em quaisquer circunstâncias, pois o clima nas pistas é de competição, e pelo menos em princípio os melhores, os de melhor capacidade, chegam na frente.

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