Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quinta-feira, 15 de julho de 2010

VAMOS SALVAR O TURFE BRASILEIRO



Chegou a hora de abordarmos um tema crucial para as corridas de cavalos no Brasil.
Não adianta termos PEDRA ÚNICA & TURFE ÚNICOS, se o maior cliente dos Jockeys Clubs não for ouvido e respeitado.
Todo o turfista faz alguma coisa. É rico de berço, classe média, trabalha, faz bicos etc. Não interessa. O dinheiro é dele e por isso faz o que quer com o mesmo.
Apostar em corridas de cavalos é para muitos (não entendidos) apostar em jogo de azar.
Ora bolas... jogo de azar, desculpem-me, é a roleta.
Turfe é esporte, aliás, o “esporte dos reis”.
Hoje temos dois Jockeys Clubs que comandam as redes de apostas no Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo.
A melhor e maior rede é a do Jockey Club Brasileiro. Porém, 90% de suas agências estão localizadas em seu Estado sede.
O Jockey Club de São Paulo possui 1/3 das agências cariocas, contudo, nacionalmente, elas estão mais bem distribuídas.
Há duas décadas só não tínhamos corridas em São Paulo às terças-feiras. O Rio tinha 4 reuniões (como hoje), o Cristal 3 (às vezes 4) e o Tarumã 1 (raramente duas).
O credenciado em média fatura 8%. Hoje é muito pouco para ele e muito para o Jockey Club.
O dono da agência tem que pagar o aluguel para deixar por 2 (RJ) ou 3 (SP) dias o local fechado. Além disso, tem que dar crédito – isso o diferencia do JC – ao seu cliente que, muitas vezes, lhe fica devendo...
E, para melhorar sua situação desde o dia 1º de julho, os equipamentos já obsoletos das agências do JCB foram doados pelo clube aos parceiros de uma vida inteira. Só que qualquer despesa de manutenção, bem como localizar o responsável pela mesma, fica por conta do AC. Ralaram-se mais uma vez os agentes... Até quando?
Se o agente vive na penúria, imaginem seus clientes.
Frequento Jockeys Clubs desde os 8 anos e nunca, mais nunca mesmo, vi qualquer tipo de pesquisa para saber o que é bom ou ruim para o apostador.
Toda e qualquer mudança ocorre goela abaixo. Bem como o aumento nas apostas. Aliás, aumentá-las só favorece aos de muita grana. O pelado se pela antes do 5º páreo.
Outro ponto importante: as retiradas são absurdas e beiram os 40% em média (juntando todas as modalidades do JC).
Vamos começar nossa avaliação pelo JCSP. A não ser o Betting 5 que possui uma combinação de R$ 0,50, todas as demais combinações são caras: R$ 2,00 trifeta e Pick 8; R$ 3,00 o Fast 6 e a Quadrifeta.
O mínimo para apostar são R$ 2,00, e não existe a dupla japonesa ou inexata, obrigando o apostador a jogar R$ 4,00 por páreo. Caro... muito caro!
O JCSP tem suas virtudes: as bonificações excelentes para seus concursos e acumuladas. O apostador pode dar uma tacada! Isso mesmo. Ganhar de R$ 500 mil a 1 milhão em um Betting 5, por exemplo. Mas, do 3º ao 6º páreo, seu desempenho financeiro é pobre.
Na década de 90, uma quadrifeta acumulada rendia um Carro Zero Km.
O apostador, que jogar no páreo a páreo, quebra!
As corridas de Cidade Jardim são sérias, possui uma boa Comissão de Corridas, presidida por um homem inatacável, chamado Nereu Ramos.
Além disso, a CC paulista possui comissários contratados (Gastão Massoli, José Alves e Gabriel Meneses), além da comissária atuante Jessie Navajas de Camargo.
O órgão possui critérios de julgamento transparentes e animais favoritos que, se fracassam, vão diretamente para exame.
E as duas pistas estão niveladas, embora a de grama tenha voltado a dar vantagem para os animais que largam e chegam por fora. Este problema precisa ser solucionado.
Vamos para o Jockey Club Brasileiro, onde algumas modalidades, que caíram no gosto do apostador, foram retiradas sem aviso-prévio. Estamos falando do Vintão, Superpule de Placê, Betting 5 e Pick 8.
O primeiro do ranking nacional só o é graças às apostas na modalidade de vencedor.
É um absurdo, mais de 80 a 90% do movimento de um páreo são em apostas de vencedor, exceto quando acumulam trifetas ou quadrifetas.
O pior é que nem a Diretoria de Apostas, como o Marketing, criam um modelo para mudar este jogo. Estão parados no tempo. Melhor dizendo, algemados.
As apostas têm inversões baratas, o que favorece ao apostador com menos dinheiro.
A garantia da Quadrifeta do último páreo é ENGANOSA, pois de fato ela não existe, ou seja, quando chega aos R$ 10 mil, a largada é autorizada!
Mas vamos ao HOJE. O JCB acabou dias atrás com o Pick 8 e Betting 5, colocando em seus lugares o Pick 7 e o Pick 5 de Placê, respectivamente.
O que mudou? Tudo. As bonificações acabaram e os concursos, para quem tirá-los sozinhos, compra no máximo um carro popular.
Que modelo é este? Simplesmente igual ao que a CODERE implantou no Brasil em suas lojas.
Sabem como é? Se acertar um Pick 4 em um hipódromo “a” , você recebe no máximo R$ 40 mil. No “b”, R$ 1,5 mil.
O JCB estabeleceu ao seu cliente o mesmo que uma banca faz: vai ganhar no máximo R$ 20 mil quando tiver a sorte de acertar um concurso sozinho. Quando tiver azar... vai perder sempre!
O Open Betting mantém a bonificação, mais ela é mínima. Esta segue sendo a única chance de se ganhar um pouco mais.
Atualmente, a pista de grama é muito boa. Mas a de areia, péssima. Numa semana, só ganham animais pela baliza 1; na outra, pelo meio da raia e, na seguinte, colado a cerca externa.
A pista de areia precisa ser nivelada!
A Comissão de Corridas do JCB, diferentemente da de São Paulo, não POSSUI PRESIDENTE HÁ TEMPOS.
Seus comissários (inclusive com 3 profissionais contratados) não possuem CRITÉRIOS, julgam de forma equivocada o mesmo prejuízo, não punem os galopes etc.
Há duas sextas-feiras, teve um favorito que entrou em terceiro lugar. O jóquei fez de tudo para chegar nesta posição. Foi uma ensacada descarada... O que a CC fez? NADA. E isto foi herdado das gestões passadas, muito mais voltadas ao social do que ao turfe.
As corridas da Gávea não são tão sérias quanto às de Cidade Jardim e a palavra IMPUNIBILIDADE é o que vinga.
Outro ponto crucial: as parelhas em números separados. Para os concursos do JCB, prejuízo para o apostador. No simulcasting (apregoação de SP), o prejuízo é total (concursos e páreos).
Como vocês viram, cliente e credenciados são maltratados. Sem apostador, o turfe vai quebrar.
E não falta muito!
Ele precisa ser ouvido, bem como o credenciado.
E as corridas precisam ter LISURA. E Comissários e Comissões de Corridas necessitam de CRITÉRIOS e PRESIDENTE.
Precisamos mudar este jogo.
Precisamos salvar o turfe brasileiro!


Marcos Rizzon

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