Jeane Alves
terça-feira, 20 de março de 2012
Foi dada a largada, por Jéssica Dannemann
O dinheiro dos caça-níqueis não fizeram nada para ajudar as corridas de cavalo
Com esse título Andrew Beyer, um dos mais notáveis e consagrados colunistas do turfe americano, com quatro livros publicados, recém assinou artigo no Washington Post afirmando que enquanto as corridas de cavalo prosperam em Santa Anita, as coisas não são tão boas nos hipódromos cujos caça-níqueis são a grande atração.
Claro! O americano está chegando à triste conclusão daquilo que sempre chamamos atenção aqui no Raia Leve: de que os proprietários de hipódromos com caça-níqueis vão perdendo totalmente o interesse pelas corridas de cavalo, considerando-as até um incomodo. “Eles não fizeram nenhum esforço para melhorar o jogo ou atrair novos fãs; jogadores de máquinas são clientes bem mais lucrativos”, escreveu Beyer.
Por outro lado (o que também sempre alertamos) não há argumentos para que as autoridades “defendam” a prosperidade de caça-níqueis dentro dos hipódromos, tanto assim que por lá, as coisas já começam a mudar de rumo de forma dramática:
- Na Pensilvânia, o Governador Tom Corbett propôs cortar 72 milhões de dólares em subsídios nas corridas de cavalo para bancar outros projetos de agricultura. Enquanto o dinheiro beneficiou proprietários, treinadores e criadores, não se fez nada para popularizar ou melhorar as corridas de cavalo. Ao contrário, feriu-se o esporte em muitos aspectos.
- Em Ontário, o governo da província propôs encerrar todos os subsídios dos caça-níqueis para a indústria do cavalo já a partir de 2013. O Ministro da Educação Laurel Broten soltou uma nota declarando, “Nós simplesmente não podemos nos dar ao luxo de apoiar os subsídios às corridas de cavalo, quando o dinheiro poderia melhorar os cuidados com a saúde dos idosos e oferecer jardim de infância o dia inteiro para nossas crianças.”
- Em Indiana, o inspetor geral do estado defendeu o corte imediato do subsidio as corridas.
- Em Nova Jersey, o Governador Chris Christie encerrou o apoio dado pelo Estado as corridas de cavalo criticando os líderes do esporte por “extorquirem os contribuintes em milhões de dólares para subsidiar sua industria”. Christie ainda disse: “Não vou mais permitir que tirem dinheiro dos contribuintes do Estado para financiar a indústria de cavalos”.
“Muitos governos estão sob severa pressão financeira e estão batalhando para manter os serviços básicos para seus cidadãos, assim como os políticos, que ao procurarem por fontes de lucro, não poderiam deixar de ignorar os milhões de dólares que giram em benefício das corridas de cavalo e que poderiam facilmente moldar argumentos populistas de que o dinheiro estaria sendo mal alocado”, escreveu Beyer.
Andrew Beyer termina o artigo afirmando que o atual status dos caça-níqueis será insustentável porque os políticos vão, cada vez mais, se perguntar: Por que deveríamos subsidiar um esporte com o qual tão poucas pessoas se importam? Por que deveríamos ajudar uma industria que não ajuda a si mesma?
A conclusão natural é que o caça-níquel seria o “Crack” do turfe brasileiro, a ruína que aniquilaria aos poucos o esporte como a droga corrói o organismo das pessoas. No começo é tudo maravilhoso (paz e amor), depois... Bom mesmo seria para os responsáveis pelo “tráfego”, e isso é de uma clareza de ofender os olhos, como diria Sergio Barcellos.
Esse é o ponto que a administração do “presidente” LECCA não observou quando dedicou quase todo o mandato em busca da exploração de caça-níqueis na Rua Jardim Botânico, assinando artigos no jornal, perdoando dívidas e outras coisitas mais.
Não observou porque jamais poderia observar, porque na verdade não tem o menor conhecimento dessa causa e tão pouco estava se incomodando com o futuro das corridas de cavalo e de seus profissionais.
O que estava em jogo era um outro jogo, na verdade nem o jogo era, seria apenas a grande jogada do “Agente Credenciado Internacional” que nadaria de braçada pelas escassas águas do velho e bom Chico Preto.
Pena que este artigo não tenha sido disponibilizado pela “Gerência de Turfe” do JCB, interessada que está em publicar apenas aquilo que possa agradar o “patrão”, e certamente este artigo o desagradaria muito. Já que não temos “gol contra” no turfe, diria que o cavalo dessa gente ficou parado no partidor.
Para quem quiser ler a íntegra do artigo, é só acessar o link abaixo, e se alguém se interessar pelo Beyer, sugiro ler um de seus livros intitulado: “Picking Winners”, pois assim todos acabarão reforçando a idéia de que não deveria ter sido sequer permitida a entrada do “presidente” LECCA no hipódromo da Gávea.
a.
http://www.washingtonpost.com/sports/money-from-slots-has-done-noth
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