Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

TARUMÃ, ESTRANHOS ALIADOS, ALIADOS ESTRANHOS


A destruição das cocheiras do Tarumã começou em 2011 e termina ainda em 2012


* Na mídia nacional, exceto a imprensa especializada, o turfe há muito tempo não consta mais do dicionário dos jornalistas.

* Bem, nem tanto, pois ainda além dos grandes prêmios estaduais um ou outro jornal faz discretas referências ao antes conhecido esporte dos reis.

* Nós mesmos da mídia especializada, incluindo a do papel e a online, sistematicamente mais noticiamos o negativo do que o positivo.

* O negativo, na queda brutal de público nos hipódromos mesmo nas datas festivas dos grandes prêmios Paraná, São Paulo, Brasil e Bento.

* O também negativo, como esforço desesperado, da venda patrimonial dos Jockeys Clubs mesmo que, na maioria, áreas tombadas pela Cultura.

* Mas sempre se tem dado um jeitinho, com a tolerância de alguns conselhos culturais, impotentes diante de assédios políticos inevitáveis.

* Todo esse negativo reflete consequentemente nas estruturas sociais dos Jockeys Clubs, cada vez mais ocupadas por sócios fantasmas.

* E para piorar o turfe, que tem no cavalo o seu maior fundamento, está ficando a pé diante da criação do puro-sangue que encolhe ano a ano.

* O amadorismo tem sido desde o século XIX, a tônica operacional das corridas, ao contrário de outros esportes antes amadores hoje profissionais.

* Mas poucos atentam que um dos principais responsáveis por essa lastimável situação são os próprios aliados: hipódromos e haras.

* É incrível, mas verdadeiro, hoje, diferente de outros tempos não distantes, dirigentes dos Jockeys e criadores eram aliados em carne e osso.

* Ultimamente a realidade é outra, um querendo, para se defender, comer o outro como se no turfe ambos fossem partes separadas do mesmo corpo.

* Não faz sentido, principalmente aqui no Tarumã, que politicamente essas duas alas, obrigatoriamente aliadas, não se entendam.

* E a coisa piorou ainda mais quando começou a destruição da vila hípica, para dar lugar ali ao maior shopping em área construída do Paraná.

* Também está no projeto a remoção da sede, do tattersall, da farmácia que até 2020 estão assegurados contratualmente à Associação dos Criadores do PR.

* Nada a contestar em nome do progresso e no futuro benefício econômico, talvez, para o Jockey Club do Paraná.

* Mas o que causa espanto aos menos avisados é essa estranha realidade envolvendo diretamente os próprios aliados: Jockey Club e Criadores.

* Um nítido reflexo que os atuais aspectos negativos, seja de dinheiro ou desvios de condutas, são consequência de uma sonora crise de valores.

* Uma crise de valores morais e éticos no turfe paranaense devida claramente a quem a carapuça melhor servir, cujos donos até cachorro no prado já sabe.

por Luiz Renato Ribas
transcrito do Jornal do Turfe

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