Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

domingo, 20 de novembro de 2011

Querem Acabar com a Renovação no Turfe

Sim, se você não leu o título, repito: querem acabar com a renovação no turfe. Não existe outro motivo para atos covardes e egoístas. Mas de onde vem esta conclusão? Vamos por partes...

Se você nunca foi ao jockey club, então não pode ter uma idéia fundamentada sobre isso. Mas para todos os outros que já foram ou acompanham o turfe, basta uma simples visão do público freqüentador. A média de idade é altíssima. Se você não é filho de treinador, criador, proprietário ou qualquer outro profissional do turfe, você não é bem vindo. Se você não faz parte de uma minoria que se julga a nata da “cátedra turfística”, nem se arrisque a ousar marcar um vencedor que seja. Você é acuado. É tratado com repulsão. Acho que é porque não participou de toda a derrocada deste esporte. Um esporte que já foi respeitado, e que hoje em dia é tratado como vício, roubalheira e sujeira.

O jovem não tem oportunidade neste entretenimento. Se o jovem turfista está na mídia de turfe, em programas de TV, sites ou jornais, é uma falta de consideração aos mais antigos. São logo classificados como inexperientes ou fracos. Mas quando o jovem acerta mais que aqueles que o julgam, parece que o inconformismo torna-se incontrolável. Até porque, se eu tenho mais de 30 ou 40 anos de turfe, é inadmissível que um “fedelho” com menos de 10 anos de corridas me dê uma aula ou deixe-me no chinelo. E tem mais. Se eu me arrisco a promover o turfe, dependo de patrocinadores para o meu sustento, como ousa alguém tentar competir comigo, este moleque fedendo a fralda, me fazer correr o risco de perder este meu ganha-pão? Antecipo que isto é assunto para a próxima semana, com o tema: A “Imprensa Limpa” do turfe.

O jovem turfista também é pouquíssimo adepto das apostas paralelas. Tente chamá-lo para um tete a tete. Poucos aceitarão. Uns por corretamente não empregarem seu dinheiro limpo nesta prática suja. Outros por ainda nem terem este dinheiro, pois estão lutando no mercado de trabalho para conseguí-lo.

Mas eu acredito que o rancor, o sentimento de repulsão não venha de acertar-se mais ou menos nas corridas, tomar ou não tomar o espaço já conquistado dentro do turfe, e ainda de perder patrocinadores ou simpatizantes para os “novatos”. A maior frustração dos mais antigos é o não seguimento de seus filhos por este seu gosto de décadas. Grande parte destes turfistas assume um gosto pelas corridas isolado, solitário em sua família. Seus filhos, muito influenciados pela má fama assumida por este esporte, seguiram outros caminhos e passam longe do jockey club.

Ou aqueles que possuem algum comprometimento com o turfe assumem um papel mais voltado para a renovação, ou levarão o turfe brasileiro consigo para o caixão.



Leia mais: http://amantesdoturfe.webnode.com

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