Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sábado, 29 de dezembro de 2012

Kincsem 54 Vitórias, Tesouro Imortal

Enquanto ainda ecoam pelo mundo afora os feitos e glórias do extraordinariamente invicto Frankel, ganhador de 14 provas em 14 atuações (todas na Inglaterra, dos 1.400 aos 2.000m) e justamente cantado em verso e prosa como um dos maiores cavalos de todos os tempos, talvez seja apropriado relembrarmos a fantástica história de um outro invicto, ou, melhor dizendo, invicta. Certamente pelo fato de ter morrido há exatos 125 anos, é possível que pouca gente saiba de sua quase inverossímil saga, mas, se recordarmos que ela foi igualmente invencível, mas em 54 (isto mesmo: cinquenta e quatro) atuações, em 5 (cinco) países diferentes, dos 1.500 aos 3.200m, enfrentando a nata da Europa ao longo de uma campanha que aos 3 anos já englobava 27 saídas (e, evidentemente, 27 vitórias) é de se imaginar alguma curiosidade entre os turfistas.
Este animal fabuloso, mítico, chamou-se Kincsem, que, em sua língua nativa, o magiar, significa “meu tesouro”. Ela tinha ainda mais uma coisa em comum com Frankel: nunca viajava sozinha, pois adorava a companhia de um gato, cujo nome era... Frankie! Visitar o Kincsem Park em Budapeste, o maior hipódromo da Hungria, local onde sua estátua de bronze é venerada e está sempre rodeada de flores, e o Museu Kincsem em Tapioszentmarton (local de seu nascimento, há 1 hora de carro de Budapeste) para ver de perto a farda que envergou, seu cabresto e até o cocho onde comeu, e assim conhecer um pouco da história deste fenômeno, foi certamente uma aventura especial e diferente. Em sua 1ª campanha, aos 2 anos, Kincsem atuou 10 vezes, em 10 diferentes hipódromos, situados na Hungria, Alemanha e Áustria, vencendo com facilidade estes compromissos. Aos 3 anos ganhou outras 17, todas clássicas, inclusive o que seriam para nós as 2 Tríplices Coroas (aquela exclusivamente para fêmeas e a aberta, enfrentando os machos), e novamente competindo em 3 países. Aos 4 anos, depois de outra série de êxitos nobres, para surpresa daqueles que pensavam que ela não teria o mesmo sucesso nas pistas dos 2 maiores centros turfísticos do mundo, Kincsem fez como César na Gália: foi, viu e venceu! Ela conquistou a Inglaterra (Goodwood Cup) e a França (Grand Prix de Deauville) com novos triunfos clássicos, que somados ao GP de Baden-Baden (maior prova alemã) e à 3ª vitória no Oaks Húngaro em sua despedida, coroam um race-record jamais igualado em todo o mundo. Nome - e não apenas na Hungria - de hipódromo, museu, fazendas, praças, restaurantes, hotéis e peças de teatro (há também um filme sendo produzido sobre ela) Kincsem é, ainda hoje, uma lenda. E, se nas pistas ela atingiu a perfeição como nenhum outro PSI da história, e um recorde de 54 vitórias de forma invicta - que provavelmente jamais será batido (aliás, são raríssimos os animais de ponta que chegam quiçá a correr um terço disso atualmente). por Mário Sérgio Silveira Márquez Jornal do Turfe

Nenhum comentário:

Postar um comentário