Jeane Alves
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Jockey Club Brasileiro, Sugestões ao Presidente da Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro
Na última semana, foi publicada no site oficial do Jockey Club Brasileiro, uma entrevista do presidente da Comissão de Corridas, Dr. Luiz Fernando Alencar. Apesar de pouco esclarecedora, a entrevista mostra uma nova atitude, louvável por sinal, do Dr. Luiz Fernando Alencar, quando o mesmo afirma, ao deixar seu recado final, que "a Comissão de Corridas está sempre aberta a receber sugestões de todos os interessados e agradece o acompanhamento semanal de um membro da Associação dos Profissionais do Turfe na confecção dos programas".
A afirmada surpresa na mudança de comportamento se deve principalmente a dois eventos: há cerca de um mês, houve uma tentativa de retirada do presidente da APTJARJ da formação dos programas, o que, depois de muita discussão acerca do assunto, acabou se transformando em um rodízio de membros da APTJARJ. Além disso, a questão de abertura a sugestões também parece ser novidade, uma vez que, no dia 01/07/2012, a diretoria da ACPCPSI reuniu-se com o Presidente da CC e alguns de seus comissários apresentando uma pauta de 15 sugestões, várias delas sem custo nenhum para o Jockey Club Brasileiro. De todas as sugestões apresentadas, NENHUMA foi atendida, o que gera diversas dúvidas sobre o real interesse que a Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro tem de recebê-las. Dentre as sugestões, encontravam-se:
- A divulgação diária dos comissários de plantão através da TV oficial do Jockey Club Brasileiro, antes do início das corridas;
- A divulgação, por escrito, através das resoluções da Comissão de Corridas, de relatório com justificativa em casos de reclamação e/ou sindicância, com criação de banco de dados para arquivamento (durante a apresentação dessa sugestão, foi solicitado pelo Presidente da Comissão de Corridas, Dr. Luiz Fernando Alencar, um só hipódromo no mundo que tivesse este tipo de procedimento. Foram enviados mais de 10 modelos que são adotados pelos hipódromos de Cingapura, Hong Kong, Austrália etc);
- A promoção de cursos/workshops, organizado pelo JCB, com o intuito de esclarecer aos jóqueis e treinadores seus direitos e deveres, estabelecidos no Código Nacional de Corridas, com a necessidade do comparecimento para a renovação das matrículas para a temporada 2012/2013;
- A criação e a divulgação de uma tabela com limites máximos de substâncias proibidas, baseado em estudos científicos e consultas a renomados veterinários / químicos;
- A participação efetiva de um membro da ACPCPSI na confecção do projeto de inscrições; a divulgação e o cumprimento de um horário específico (sugestão: fim do "um minuto", início de "apostas abertas") para anúncio dos compradores - mesmo que não haja o que anunciar - dos páreos de claiming, dando maior publicidade aos licitantes e arrematantes nos páreos de claiming.
- A melhora de comportamento/postura/interatividade do programa Turfe Espetacular (sábados e domingos) e do aproveitamento do tempo no programa de TV, nas 4ªs feiras às 19 horas, no canal 13 da NET.
- Análise, reparos e melhorias da iluminação das pistas.
- Criação de um grupo de trabalho para estudar e propor soluções para os problemas do turfe. O grupo deverá ter participação de sócios do JCB, membros da ACPCPSI, da APTARJ, e quantos membros foram necessários da diretoria do JCB.
É uma pena que as sugestões apresentadas pela ACPCPSI foram todas rechaçadas, inclusive de maneira rude, pelo Presidente da CC. Diante disso, tivemos que acompanhar, durante esses sete meses de administração várias situações desagradáveis como:
- O caso do "forfait" no qual o cavalo (Notorius Big) correu e chegou colocado em quarto lugar.
- O caso - gravíssimo e seriíssimo - da fuga, na calada da noite, de animais de um CT em caso que envolvia o mormo e que não mereceu nenhum tipo de punição, terminando em pizza maior do que a do CPI do Cachoeira.
- A não apuração de supostos casos de doping - abafados na gestão passada -, quando somente uma pessoa do JCB detinha o controle do recebimento das comunicações do Laboratório contratado. A não averiguação de TODOS os e-mails enviados.
- A não abertura de sindicância para apuração da declaração pública do Sr. Sergio Coutinho Nogueira de que o Laboratório Antidoping, contratado pelo JCB, não possuía os reagentes necessários para a identificação de substância proibida e que iria ocasionar a suspensão de dois treinadores que não se dispuseram pagar R$ 2.500,00 para a contraprova.
- O consentimento de aceitar patrocínio da CODERE.
- Não tomar nenhuma providência sobre as notas fiscais frias da CODERE, que ensejou ação da Polícia Federal.
- Não ter colocado uma só lâmpada nos mais de 35 refletores queimados das pistas de corrida.
- Erros crassos quanto a não manutenção da pista de grama - devido ao resultado da medida do penetrômetro (variação de 0,1 do limite) - feita cerca de quatro horas antes do início das corridas, em dia de céu limpo e sol forte, prejudicando significativamente o MGA.
- As péssimas chamadas de páreos (continuando com o copia-cola), ignorando as sugestões da ACPCPSI e da APTJARJ.
- Os páreos que são formados e nos quais, surpreendentemente, aparecem animais inscritos após o fechamento das inscrições.
- Os privilégios quando da apuração dos animais inscritos (ligações para amigos privilegiados inscreverem em páreos vazios e até em provas clássicas com pouca inscrições).
- Não analisar de forma fria e realista a evolução do MGA.
- A política absurda implantada na Escola de Aprendizes deixando apenas UM aprendiz (Fausto Henrique) apto a assinar montarias no mês de Janeiro de 2013, como alertado pelo Raia Leve no dia 29/11/2012, em matéria intitulada "Ausência de planejamento pode acarretar falta de aprendizes no JCB" (embora não tenham cumprido o regulamento, os aprendizes G. Araújo e Juan Gomes ainda não foram desligados, contrariando o CNC).
- O descompromisso em não reabrir a clínica odontológica da Escola de Aprendizes, que além destes atendiam aos 500 alunos da escola primária e que poderia também atender cavalariços e profissionais do turfe por custo ínfimo.
- O descontrole no gerenciamento da empresa que "administra" a água captada no rio dos Macacos (Jardim Botânico) e pela ilegalidade, pois não toma providências para obter a outorga junto ao INEA.
- A falta de compromisso em reabrir o Armazém das Vilas Hípicas, o que pode reduzir em até 17% o custo da ração (aveia e alfafa).
- O total descontrole do que acontece nos centros de treinamento, que são uma extensão do JCB.
- A forma inadvertida de em quatro dias querer regularizar todas as pessoas das Vilas Hípicas, barrando proprietários de acessarem o local só porque não portavam a carteira de proprietário.
- Barrar turfistas e proprietários sem ao menos criar um procedimento e um prazo adequado, criando constrangimento às pessoas barradas.
- Distribuir cocheiras e casas sem divulgação dos critérios adotados para as concessões, dando margem a comentários de protecionismo e de favorecimento.
- Continuar com os mesmos erros da administração passada, como, por exemplo, não modificar o horário do primeiro páreo com a entrada em vigor do horário de verão, impondo aos animais um sacrifício maior de exposição ao calor e podendo prejudicar os apostadores.
- Não cumprir a promessa de reduzir a taxa de transferência e de adoção de medidas incentivadoras mais favoráveis para proprietários de cavalos se tornarem sócios.
Para concluir, a ACPCPSI sinceramente espera que a entrevista do presidente da Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro, publicada no site oficial do clube, represente uma mudança de comportamento e de atitude, a fim de que o turfe carioca possa, finalmente, começar a sair dos 12 anos de abandono e de escuridão em que viveu.
copiado do site www.raialeve.com.br
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