Diversos deputados manifestaram nesta terça-feira (29) repúdio às declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), dadas ontem no programa "CQC", da Band.
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A deputada Manuela D'Ávila, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, prometeu apresentar uma moção de repúdio pelas afirmações. Disse ainda que vai encaminhar ao Ministério Públicos e à Procuradoria Geral da República pedido de investigação contra o parlamentar pelo suposto crime de racismo.
Junto com o presidente da Frente LGBT, Jean Wyllys (Psol-RJ), e com o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), estuda ainda qual atitude tomar internamente: pode ingressar no ir ao Conselho de Ética ou na corregedoria.
"Achei as declarações muito graves, por expressar vários preconceitos em uma única fala. Um deputado tem o direito de pensar e expressar suas opiniões, mas não de cometer crimes, como o racismo", afirmou.
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), também criticou as declarações. "Sou contra o mérito [do que ele falou]. O comportamento [de Bolsonaro] não é dos mais adequados", falou. Já o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PT-BA), afirmou ontem que recebeu mais de cem e-mails cobrando uma atitude do colegiado.
Em sua defesa, Bolsonaro disse que não tem nada contra os negros e que não entendeu direito a pergunta feita pelo programa "CQC". "Acha que em sã consciência teria dado aquela resposta?. Não vejo problema nenhum [se um filho casasse com um negro], desde que a pessoa não tivesse o comportamento de Preta Gil". Questionado pela Folha sobre qual era o comportamento da cantora, limitou-se a responder: "você sabe melhor do que eu".
Boslonaro disse que entendeu que a pergunta era sobre homossexuais e não contra os negros. "Tenho uma briga contra os homossexuais, isso eu não nego", afirmou.
A deputada Manuela D'Ávila ressalta, porém, que o racismo aconteceu, independente de contra quem. "O crime de racismo não é só contra os negros, mas também contra os homossexuais", afirmou.
Bolsonaro informou ontem que vai protocolar um ofício no Conselho de Ética pedindo para ser ouvido. "Vou me adiantar para não deixar que pessoas faturem politicamente com isso. tenho inúmeras pessoas afrodescendentes no meu gabinete", afirmou.
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