Tanta ciência e tecnologia não ofuscam a Índia das artes milenares. Como uma das civilizações mais antigas do planeta, a Índia é plural, de línguas diversas e de hábitos e modos de vida também diferentes. Por tudo isso, a arte não poderia se apresentar como uma grande unidade e sim de diversas cores, formas e significados.
Entre os muitos significados, a arte indiana é pautada também por seus credos, o que coloca a espiritualidade presente nas diversas expressões artísticas, como na arquitetura, na escultura, na pintura, na joalheria, na cerâmica, nos metais e nos tecidos, revelando diversos traços dessa sociedade.
Essa cultura estendeu-se por todo o Oriente, com a difusão, principalmente, do hinduísmo, e exerceu uma grande influência da arte indiana sobre outros países como a China, o Japão e a Tailândia.
Do hinduísmo, por exemplo, têm-se as divindades, com seus muitos braços, cada um deles carregando objetos ou armas. Eles indicam as direções, a maioria representa os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste.
Entre as esculturas, a lamparina, chamada de deepak, tem muita importância como símbolo. Tradicionalmente feita em cerâmica, representa o corpo humano porque para o entendimento de algumas religiões, assim como o barro, todos viemos da terra. Já o óleo que é queimado nela é um símbolo do poder da vida.
Na arquitetura, a primeira mostra indiana foi inovadora, com construções milenares de edifícios de tijolos, ao tempo que se levantavam estruturas de madeira. Embora estas últimas tenham desaparecido ao longo dos séculos, foram imitadas por construções de pedra que ainda estão de pé. São exemplos também, as stupas - pequenos templos para guardar as relíquias dedicadas a Buda - e os chaityas - templos rupestres -, entre os quais destacam-se a Grande Stupa de Sanchi, o Chaitya de Karli, do início do século II.
A partir do século V, a marca da arquitetura indiana, que aparecem talhados nas rochas, formam as sanefas. Os exemplos mais importantes estão na colina de Parasnath, em Bihar; no monte Abut, em Abu Rajasthan; e em Strunjaya, em Gujarat.
A influência islâmica na Índia vem desde o século XIII até os nossos dias. A ela pertencem o famoso mausoléu de Gol Gundadh, de 1660, em Bijapur a torre Qutb Minar, do século XII. Na fase mongol do estilo indo-islâmico, entre os séculos XVI e XVIII, eram utilizados materiais luxuosos, como o mármore. Um exemplo desse estilo é o mausoléu do Taj Mahal, em Agra, uma das maravilhas do mundo.
Os murais das cavernas de Ajanta estão em destaque entre as pinturas indianas. É destaque também a cova de Jogimara, em Orissa, que pertencem a dois períodos: ao século I a.C. e à época medieval. A fase clássica conserva-se um Kalpa Sutra - manual de liturgia religiosa - do ano 1237, ilustrado em folha de palma. A pintura, de maneira geral, era de imagens religiosas, feitas no interior dos templos. Algumas eram em miniatura. Influenciadas pelas técnicas persas, são especialmente famosas as do século XVII e XVIII, com suas cores e detalhes mínimos. Cabe lembrar que, com o declínio do Império Mogol, os ingleses se tornaram a força dominante entre as nações européias que passaram a estar presentes na Índia, influenciando inclusive, em suas expressões artísticas.
Eis um mosaico da Índia, enfim.
por Bianca Encarnação
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