Pecuarista é o principal suspeito de encomendar morte de ambientalistas no Pará
As investigações da Polícia Civil do Pará apontam um pecuarista como o principal suspeito de ter encomendado a morte do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, assassinados em Nova Ipixuna (PA). A polícia ainda não pediu a prisão preventiva do fazendeiro, apesar de o crime ter ocorrido há mais de duas semanas.
Segundo investigação da Polícia Civil, o homem é proprietário de uma extensa área vizinha ao assentamento Praialta/Piranheira, onde o casal vivia. Recentemente, para aumentar sua propriedade, o pecuarista adquiriu dois lotes de dois assentados, o que é não é permitido.
Ao saber da irregularidade, José Cláudio impediu os assentados de sairem dos lotes e denunciou o caso ao Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária). Após a ação, o pecuarista teria começado a fazer ameaças ao extrativista e teria encomendado o crime, ainda segundo a investigação.
Os laudos do IML (Instituto Médico Legal) sobre os crimes foram concluídos na tarde desta quarta-feira. O instituto realizou exames de necropsia e balística. A conclusão é que Maria foi morta antes do que José Cláudio. Ambos foram alvejados por balas de chumbo, disparadas por armas de caça. No total, quatro tiros foram disparados pelos pistoleiros.
Ontem, a Polícia Civil do Pará divulgou os retratos falados de dois suspeitos que seriam autores dos disparos. Segundo o delegado agrário José Humberto de Melo Júnior, os retratos foram desenhados por peritos da Polícia Civil a partir de depoimentos das testemunhas que disseram ter visto a movimentação dos suspeitos antes e depois dos crimes.
De acordo com os retratos, um dos suspeitos seria branco e teria altura entre 1,60 m e 1,65 m, rosto arredondado e cabelos lisos castanhos. Já o segundo homem seria negro, com olhos médios, nariz chato e cabelos curtos escuros, compleição forte e altura aproximada de 1,70 m. A polícia do Pará já tem a identidade dos dois principais suspeitos, mas não irá divulgá-la antes que as prisões ocorram.
Guilherme Balza
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