MAKING OFF DE UMA INCRÍVEL ELEIÇÃO DO VALE E DO NÃO VALE.
* Em clima “cinicamente” amistoso, entre Situação (Cresus) e Oposição (Jael), aconteceram as polêmicas eleições do Jockey Club do Paraná, no dia 1º de março.
* Antes, porém, enquanto a chapa do Jael tinha postura ética, os “meninos radicais” do Cresus, espalhavam impressos apócrifos, mesmo contra a ordem do “chefe”, segundo seus parceiros.
* O fluxo, na abertura da votação às 10 horas, era enorme com filas amontoadas de jovens e idosos, aguardando a demorada instalação das mesas receptoras. Atrasou.
* Nesse horário, pelos botons, era evidente a esmagadora supremacia dos votantes da chapa Credibilidade, entre executivos, empresários e aposentados.
* Por ordem da diretoria não era permitida fotografias internas, nem TV, desde o saguão, nem entrevistas, nem seguranças das chapas, exceto da Situação, onde dois “musculosos armários”, despistavam vestindo a camiseta da “Consagração” como se sócios fossem.
* E para se fazer xixi ou se fazia nas calças ou na grama, porque o reduto da sala Vip era exclusivo da Situação, atitude que o próprio candidato e advogado do JCP, José Cid Campelo Filho, se manifestou contrário.
* A “esculhambação “da relação dos votantes provocava uma procissão de ida e vinda pelas autorizações de credenciamento, face a ausência do nome do sócio das listas eleitorais. Um caos comum de quase todas as administrações do Jockey.
* Contudo, pessoalmente devo dizer que fui muito bem atendido pelo diretor Arthur Almeida, que resgatou – como para outros – credenciais para o exercício do voto.
* Curiosamente, numa dessas credenciais, uma autorização veio em nome de Olivio Gaspareto, sócio 1888, quando na verdade o nome certo era Ovidio e sócio 1976.
* E aquele voto foi aceito assim mesmo, como provavelmente outros também o foram, em prejuízo de ambas as partes. Entidade amadora, resultado amador.
* E as 12h40 o primeiro episódio desagradável que poderá ter conseqüências extremamente graves: agressão racial a um sócio suspenso do JCP.
* O associado suspenso é o popular Gibi, proibido – até prova em contrário – de adentrar ao Jockey Club do Paraná, até mesmo perguntar o porquê da suspensão, tal como eu, liberado graças a uma liminar impetrada pelo meu advogado René Dotti.
* Bem o Gibi, na porta de fora do hipódromo, trabalhava tentando angariar votos para a chapa de sua simpatia, quando foi interpelado por um associado do JCP, que o teria chamado de negro, vagabundo e por último de “Macaco”. Gibi é negro.
* Com cinco testemunhas devidamente identificadas, o ofendido chamou a polícia que lavrou imediatamente um Boletim – BO – sobre a ocorrência que, se comprovada, é crime penal, por racismo, inafiançável.
* No hipódromo todo mundo ficou sabendo do incidente, do nome do suposto sócio agressor – provavelmente com a cabeça muito quente – criando um ambiente desconfortável. Enfim, esse é caso de polícia entre “mocinhos e bandidos.”
* Porém, no final da noitinha mais um episódio – quase sangrento – quando inesperadamente um enorme candidato da Situação investiu sobre o pequenino Eraldo Palmerini.
* Contudo, graças a uma gravata acrobática do ex-goleiro do Atlético, o Gil (Gilberto Koppe), no agressor evitou o pior. Eleição, cabeça quente, mágoas, dá nisso. Não devia, claro. Mais um BO registrado no distrito policial.
* A chapa da Situação somente ficou menos tensa no final da noite quando um camburão de votantes, provavelmente já fora do horário de trabalho, desembarcou diretamente para a urna dos sócios duvidosos, dos R$ 70,00, aquela que o juiz teria sentido cheiro de fraude.
* O movimento, então, passou a preocupar os menos avisados simpatizantes da chapa “Credibilidade”. Afinal os votos da urna apartada estariam sob judice.
* De qualquer forma ambas as chapas disfarçavam cortesia entre si, inclusive com frases típicas: “- Vim votar em você, porque o resto da chapa na presta!”
* Pura mentira, pois, o eleitor logo seria identificado pelo interlocutor, ao qual mostrara simpatia eleitoral, como uma autêntica traíra. Coisa comum de eleições.
* 20 horas, votação encerrada. Começa, então, o balcão das apostas: quem ganha, por quanto votos, em pura especulação.
* Pessoalmente, como sócio votante – não como jornalista – da “Credibilidade” coloco no papel meu vaticínio, sem incluir a urna pirata: ganha Jael por 60% a 40%, por 515 votos a 313. Por pouco, foram 59,88% contra 40,12%. E 515 (acertei) contra 356 (errei). E olhe que chutei o número de eleitores das urnas válidas, na hora, ainda sem saber o número certo do total de votos.
* Encerrada a contagem, a Oposição saiu primeiro do prado e foi comemorar pelos votos válidos e a Situação soltou foguetes somando os votos ainda sob judice, se apressando a colocar o resultado na internet, como se oficial fosse. Emoção acima da ética.
* Só falta agora prever, sem nenhum misticismo ou feitiçaria, quem levará a melhor na decisão judicial. Uma engenharia de adivinhação tão fácil quanto roubar doce da boca de criança.
por Luiz Renato Ribas
http://www.jornaldoturfe.com.br/brasil/colunistas/ribas.htm
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