Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Going Somewhere , "Ganô Brasil" - Sérgio Barcellos

“Ganó Brasil!” No domingo, dia 16, o conceituado jornal La Nacion escreveu sobre a vitória do brasileiro Going Somewhere no Pellegrini de 2012: “O risco de ficar encerrado junto à cerca se multiplica na pista de San Isidro. Mas tudo fica mais fácil quando se corre uma carreira sem o compromisso de ter que ganhar, aliviado da carga dos prognósticos, esquecido do olhar dos outros concorrentes, como fez Nelito Cunha. Aí, tudo fica mais fácil.” E prossegue: “Mas quando a todas essas circunstâncias se junta a permissão de gozar de uma liberdade impensada, em um espaço que deveria estar totalmente preenchido nos metros finais, a coisa se torna inexplicável.” Parece choro, mas não é. No fundo é um tributo à calma quase temerária, e à enorme categoria, de um jóquei experiente e maduro como o brasileiro Nelito Cunha. Talvez na história recente do Gran Premio Carlos Pellegrini, nenhum cavalo argentino tenha pisado a raia tão favorito diante de seu público (de 52.000 pessoas, no sábado, dia 15) como o excelente potro Indy Point, ganhador do Gran Premio Nacional – Derby Argentino (2.500 metros), do Gran Premio Jockey Club (2.000 metros), do Gran Premio Estrellas Juvenile (1.600 metros), todas elas provas de Grupo I, em um país que cria mais de 8.000 produtos por ano. Mas não é só isso. Indy Point é também o maior rating de todos os cavalos que correram na América do Sul em 2012, com 118 libras-peso (cerca de 59 quilos). No entanto, perdeu para o potro brasileiro. E, no jargão do turfe, perdeu em boa lei, perdeu em sua casa, e sem “nunca ter deixado de correr”, como igualmente anotou o La Nacion. E se mais 100 metros houvesse, talvez tivesse perdido para Didimo também (rating 115). E Didimo, não custa lembrar, dava 6 quilos a um, e cinco quilos a outro. Em 2.400 metros, isso é uma montanha de peso... O tempo da prova? O tempo foi de 142” 20/100, a confirmar que os três primeiros correram a milha e meia em torno de 143”. Isso não é para qualquer um, e não acontece todo dia. No fundo, porém, o que tudo isso quer dizer? Quer dizer que o Brasil hoje cria cavalos que ganham aqui, ganham na Argentina, ganham nos EUA, ganham em qualquer lugar onde haja um turfe organizado e desenvolvido. É isso que quer dizer a vitória de Going Somewhere. Sobre o vencedor, finalmente, também não custa lembrar que ele é construído para a distância clássica e a grama. Dos seus cinco primeiros pais, nada menos que quatro ganharam os Derbys de sua geração mundo a fora (Sulamani, Hernando, Nijinsky e Northern Dancer). E o quinto, Ninisky, não ganhou, mas produziu um vencedor do Derby alemão, o notável Lomitas. Então, não há muita novidade no fato dele estar em plena evolução e inteiramente adaptado, à distância e à pista. Agora, é esperar e ver o que este surpreendente, mas não menos espetacular, Going Somewhere fará em 2013. Se depender de sangue, ele será adversário para qualquer um nos embates que virão. Porque os 2.400 metros, na grama, ele tem. Que o diga Indy Point... por Sergio Barcellos Publicado no Site Raia Leve - Espeço do Leitor http://www.raialeve.com.br/

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