Aos 57 anos, Darci Minetto, gaúcho de Santo Ângelo das Missões, já conquistou a confiança dos turfistas cariocas com a excepcional média de aproveitamento nas inscrições dos puros-sangues por ele treinados. Casado com dona Cleonir e pai de dois filhos, Darciano, 28 anos, o seu braço direito na cocheira, e Daniela, de 26 anos, formada em Administração de Empresas, ele se orgulha da confiança dos apostadores no desempenho dos seus pensionistas. O índice sempre superior aos 20% demonstram a sua preocupação de só inscrever os cavalos nos páreos certos e sempre no auge da forna atlética. “Sinto-me lisonjeado com a receptividade dos cariocas com relação ao meu trabalho. É gratificante você receber elogios das pessoas que vivem o dia a dia das corridas e tem carinho e reconhecimento ao seu trabalho”.
Minetto lembra com saudade da curta carreira de jóquei, de 1968 a 1973, iniciada nas canchas retas de Carazinho, e que teve sequência em inúmeros páreos do interior. Em 1974, transferiu-se para Porto Alegre e chegou a montar ao lado de jóqueis consagrados como Adail Oliveira e Nilton Pires. Foram tempos difíceis na luta para manter o peso, mas os sonhos de vencer na vida estavam bem acima das dificuldades. A ideia de mudar de profissão amadureceu e voltou para o interior para começar a treinar. Depois de mostrar serviço nas retas mudou-se em definitivo para Porto Alegre e lá obteve vitórias importantes, entre elas, o Grande Prêmio Bento Gonçalves, com Amor Eterno.
A possibilidade de dar voos mais altos começou a se concretizar com o convite do Stud Capitão para treinar no turfe carioca. Era a chance que Minetto esperava para provar num centro mais evoluído todo o seu talento para preparar cavalos de corrida. Com o apoio de vários proprietários, entre eles, o Stud Eternamente Rio e Haras Di Cellius, ele conseguiu em pouco tempo dar provas inequívocas de sua competência. “Encarei de frente a chance de me estabelecer num turfe de ponta. A adaptação da família ao Rio de Janeiro foi absoluta, tanto que hoje em dia nem a Daniela e muito menos o Darciano pretendem sair daqui”, conta.
Darci Minetto possui sob sua responsabilidade cerca de 35 puros-sangues, todos alojados em Teresópolis, no centro de treinamento Paraíso Trade-Center. Ele divide um total de 80 boxes com o colega Cristiano Oliveira. A raia tem uma volta fechada de 900 metros, encontra-se em bom estado e o treinador gaúcho se mostra esperançoso em conseguir ter melhores oportunidades profissionais em breve. “Estou pronto para maiores desafios. Afinal, que graça teria a vida da gente sem eles? Mas o profissional de turfe, seja jóquei ou treinador, depende da mola mestra da nossa atividade que é o cavalo de corrida. Assim como o piloto precisa estar no dorso de bons cavalos para cruzar o disco de chegada na frente, o treinador também. Ele só consegue conquistar os páreos importantes, as provas de grupo, se puder treinar cavalos de categoria para tanto”, filosofa.
Minetto admite ter sido sondado por um grande haras de São Paulo para assumir os seus animais num centro de treinamento construído no Uruguai. O profissional achou o desafio interessante, mas sua vida está estabilizada no Rio e a princípio não pretende ir para o exterior.”É preciso ter calma nesta hora. Atravesso um momento bastante proveitoso na minha carreira. E tudo na vida é momento. Penso que se conseguir manter o mesmo nível de trabalho, com os meus cavalos sempre bem apresentados e com o reconhecimento dos proprietários, a qualquer momento vai surgir uma coudelaria importante, com um plantel capaz de me proporcionar alçar voos bem mais altos do que aqueles que pude dar até agora”.
transc. JCB |
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