Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Wilson Natal, entrevista com o jóquei e treinador goiano


W.Natal na foto da vitória após vencer o GP Goiânia 2010

Nascido praticamente dentro do Hipódromo da Lagoinha, Wilson Natal é filho de um dos primeiros treinadores de PSI do Estado de Goiás (F.Carmo). Nascido em 25 de dezembro de 1966, fazendo jus ao seu sobrenome, Wilson nasceu em dia de natal.

Tendo este contato direto com o turfe desde muito novo, Wilson foi crescendo e se profissionalizando na arte de montar cavalos de corrida. Ainda na adolescência começou ajudando o pai como cavalariço. Terminando seus compromissos, dava a tradicional caminhada nos animais que ainda não haviam trabalhado no dia. Fazendo de seu relacionamento com o animal, ainda mais íntimo.

RL: É nítido que você ingressou na profissão por influência familiar, mas existiu ou existe alguém que se tornou importante no decorrer da sua carreira?

WN: Realmente minha grande influência foi meu pai, que antes de se tornar treinador também foi jóquei, mas eu devo muito também ao meu amigo Estrelim, que foi meu professor durante um bom tempo.

RL: Como a carreira de jóquei começou?

WN: Comecei como jóquei aos 16 anos. Mas minha primeira corrida foi inesperada. Não tinha assinado montaria naquela reunião, pois a resolução da liberação da minha montaria, aqui em Goiânia, não foi feita no dia previsto. E como faltou um jóquei, o substitui montando a égua Força, treinada por Ale Garcia (in memorian).

RL: E em que momento você começou a treinar?

WN: No ano de 2006 foi quando comecei a exercer a função de treinador, graças aos titulares do Stud Rancho 3, Aires e Subeida, que acreditaram na minha capacidade e profissionalismo, me dando esta nova oportunidade de crescimento profissional.

RL: No decorrer de "suas carreiras" existiu ou existe algum animal que se tornou seu xodó?

WN: Tive muitos xodós, pois me apego demais aos animais. O primeiro foi Fambino. Havia corrido 1 ano sem vitória, e assim que fui liberado para montar, venceu 3 carreira seguidas comigo. Vencemos nossas primeiras corridas juntos.

Já minha primeira vitória em Cidade Jardim foi com o cavalo Mister Wagner (JL.Silva - in memorian), carregando-me até o disco final.

O cavalo Improve, que ganhou de 800 metros à 1800 e com recorde em todas as provas.

Ourudo, é o xodó de toda a equipe do Stud Rancho 3.

E por último, Vidiz, o qual ganhei o Grande Prêmio Goiânia 2010, como jóquei e treinador, em um fim de prova eletrizante.

RL: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pela profissão aí em Goiás. Por ser um hipódromo menor, existem barreiras ou necessidades?

WN: A falta de divulgação pelos meios de comunicação, devido aos problemas econômicos enfrentados hoje pela entidade, é considerada por mim a maior dificuldade.

RL: Quais foram as suas maiores alegrias como jóquei e como treinador?

WN: Tive várias alegrias como: Os 5 GP’s Goiânia que ganhei como jóquei. E os últimos 4 anos sendo líder de estatísticas como treinador, e 2 como jóquei. Todos consecutivos.

RL: E tristezas?

WN: O não reconhecimento da atual diretoria do Jockey, pois venho ganhado muitas estatísticas e nunca fui ao menos homenageado.

RL: Na sua opinião, quais são os atrativos necessários para levar mais jovens aos hipódromos?

WN: Nos Hipódromos Pequenos como o nosso, principalmente, o motivo que afasta os jovens do meio turfístico é a baixa remuneração. Havendo melhoria nessa parte, creio que, haverá mais demanda de admiradores.

RL: O que lhe faz sentir saudades?

WN: Dos tempos que as reuniões aconteciam semanalmente.

RL: Na sua opinião, qual foi, ou é, o maior jóquei da atualidade?

WN: Montei ao lado de grandes jóqueis como G.Meneses, I.Quintana, M.Latorre, JM.Silva e o maior de todos em minha opinião, A.Barroso.

RL: E treinador?

WN: Montei para muitos bons treinadores como M.Gosik, P.Nickel, M.Signorrete e muitos outros.

RL: Você tem algum ídolo em que você se espelha?

WN: Meu grande ídolo é, e sempre será A.Barroso!

RL: Quais são suas expectativas para o turfe em Goiás, e no Brasil?

WN: Minha expectativa é que sejam, acima de tudo, cumpridas as leis do turfe. Ocorrendo isso, só haverão melhorias. E que a direção consiga cumprir com seu papel corretamente, auxiliando o crescimento do ambiente turfístico.

RL: Quais são seus maiores sonhos? O que você mais almeja no turfe?

WN: Meu maior sonho é, quem sabe algum dia, conseguir montar no Rio de Janeiro. E minha meta é continuar trabalhando para alcançar novas vitórias e ser campeão das estatísticas de treinador, consequentemente, também o Stud Rancho 3.

RL: Para finalizar, qual o recado que você deixa para todos os amantes do turfe no Brasil, que estão insatisfeitos/decepcionados com diversos problemas administrativos e políticos nos hipódromos oficiais brasileiros.

WN: Meu recado para aqueles que amam corridas de cavalo é, que continuem amando e admirando esta bela e milenar tradição. E que não deixem que os maus administradores acabem com o turfe nacional, colocando opiniões para a melhoria do meio turfístico.

por Eluan Turino

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