Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Grande Premio Brasil, curiosidades do GP Brasil V

1981 – Ocorreu uma desclassificação, muito justa por sinal. Denee, que corria no bloco intermediário, no meio da reta tomou a ponta de golpe e foi violentamente para dentro. Quando Campal e o chileno Rasputin II avançaram por fora, foi abrindo propositadamente, prejudicando fortemente os dois. Rasputin II ficou para 3º, mas Campal voltou a insistir, perdendo por pescoço. Campal era de criação e propriedade dos Haras Jahu e Rio das Pedras, dos irmãos João Adhemar e Nelson de Almeida Prado. Campal e Denée eram nacionais, o 3º, Rasputin II, chileno e o 4º, Leonico, argentino.

1982 – Nesse ano, o vencedor, por boa margem, foi Gourmet, nacional, com pai (Negroni), a mãe do pai (Aurora), a mãe (Saint Tropez), a mãe da mãe (I Love You). Todos eles de criação e propriedade do Haras Ipiranga, SP. O avô paterno era francês Flamboyant de Fresnay ( Pharis em filha Asterus). O avô materno era Xadrez ( Sayani em filha de King Salmon). Gourmet correu sempre na ponta. New Dandy (cavalo do ano em 1982 na Argentina e posteriormente bom reprodutor) finalizou em 2º, com Clackson (ótimo corredor e ótimo pai) em 3º.

1983 – Off the Way foi um dos últimos animais grandes ganhadores clássicos do Haras Faxina (Henrique de Toledo Lara e Margarida Polak Lara). Égua bem pequena, de aparência franzina, pesando cerca de 380 quilos, corria uma barbaridade. Após corridas em que mostrou muita classe e qualidade, Off the Way terminou por se acidentar em corrida e teve que ser sacrificada.

1984 – Outra égua nacional de alta qualidade veio a vencer o G.P. Brasil, daquela vez em 1984. A tordilha Anilité havia corrido muito mal no G.P. Osaf, em Cidade Jardim, SP. Chegou em último, sentindo muito os efeitos da altitude da cidade, cerca de 700 metros. A intenção primeira do proprietário foi do encerramento da campanha nas pistas e ir logo para a reprodução, em Bagé, RS, e aguardar o início da estação de monta, mas cedeu aos argumentos do experiente treinador Alcides Morales. A égua foi levada de volta para o Rio e, pouco mais de dois meses, correu, contra os machos, o G.P. 16 de Julho, prova preparatória para o G.P. Brasil. Ganhou. Dessa corrida, até o G.P. Brasil, Anilité só foi movimentada e galopada e fez um único trabalho nas citadas três semanas, sem preocupação de tempo e em 1.200 metros. A experiência e inteligência do treinador e a confiança do proprietário, foram o que Anilité precisava para ganhar o G.P. Brasil de 1984. Correndo acomodada para atropelar na reta, Anilité foi um sucesso. O 2º colocado foi, o também nacional, Full Love, um dos melhores de sua geração em Cidade Jardim, de criação e propriedade dos Haras Jahú e Rio das Pedras, SP. A tordilha Anilité era filha de St.Chad em égua da criação Mondesir. Anilité foi mãe de dois ganhadores de provas de grupo. Anilité era de propriedade de José Carlos Fragoso Pires ( Haras Santa Ana do Rio Grande, RS).

1985 – Em 1985 tivemos a vitória de Grison, um filho de Falkland e Liselotte, esta também, mãe do tríplice coroado African Boy. Grison, de criação e propriedade dos Haras São José e Expedictus, venceu de ponta a ponta. Em 2º chegou o também nacional Blessed Nest, um paranaense bem corredor.

1986 – Grimaldi, o ganhador, é o único que conseguiu ganhar o G.P. Brasil, o G.P. São Paulo, o Derby Brasileiro e o Derby Paulista. Sempre montado por Juvenal Machado da Silva, Grimaldi tinha como uma de suas principais características a coragem para lutar e nunca se entregar. De criação do paulista Haras Morumbi (Paulo Miranda), Grimaldi era filho do norte-americano Executioner II, um alazão filho de The Axe II, este filho de Mahmoud, ganhador do Derby de Epsom e de criação e propriedade do H.H. Aga Khan. A mãe de Grimaldi era uma excelente égua argentina, Greves. Para ganhar o G.P. Brasil, Grimaldi teve que se empregar ao máximo para escorar a forte aceleração final de Bowling, um tordilho que tinha muitas qualidades, dentre elas um físico sólido, desprovido de quaisquer problemas.

1987 – Foi o ano do tordilho Bowling, um filho do norte-americano Crying-to-Run em égua de criação Mondesir. Bowling correu muitas vezes, foi ótimo corredor e ganhador clássico, corria quieto para uma violenta partida final e tinha como ponto vital uma saúde perfeita. Atravessou a campanha nas pistas sem sofrer nenhum problema de saúde, nem dores de canela, nem resfriados, nada. No G.P. Brasil de 1987 teve como escoltante o argentino Larabee. Bowling era de criação e propriedade do Haras Santa Ana do Rio Grande, Bagé, RS.

1988 – Em 1988 tivemos outra vitória de um animal criado pelo Haras Santa Ana do Rio Grande e de propriedade de José Carlos Fragoso Pires Júnior. O castanho Carteziano, um filho de Waldmeister na égua inglesa Scold, filha de Sheshoon, isto é, pedigree de fundo. Ele seguia sempre, tinha bom padrão. O 2º lugar ficou com o gaúcho Corto Maltese que, à época, corria muito, um bom valor.

1989 – Trouxe a primeira vitória do Haras Santa Maria de Araras na principal prova do calendário clássico brasileiro. Troyanos foi um favorito destacado, era fora de dúvidas o melhor corredor daquela fase. Foi uma vitória indiscutível, sem sustos, merecedora. O pai era o argentino Vacilante, de uma linha alta de Tourbillon. Vacilante era um cavalo tipicamente argentino, grande, forte e de cabeça acarneirada. O Santa Maria de Araras havia me comprado, por intermédio e indicação do meu amigo e hipólogo Bertrand Joachim Kauffmann, como homem de confiança e homem de cavalos do Araras, uma potranca de nome Nappy, de régio pedigree (Adil e Happy,essa, de importantes vitórias clássicas em provas de velocidade, filha de Manguari em égua da criação Boussac e de notória produção clássica). Nappy foi coberta pelo nacional Sabinus e produziu Lady Pat, e foi essa Lady Pat que deu o bom Troyanos. O 2º colocado foi o nacional Laurus, que teve seu brilho naquela época.

1990 – Foi marcado pelo duelo, que se estendeu por uns três anos, entre dois excelentes nacionais. Falcon Jet, um corredor de primeira linha, um lutador, um verdadeiro gladiador, enfrentava outro alazão Flying Finn, corredor também de primeira linha, como Falcon Jet, nascido e criado em Bagé, RS Flying Flinn era filho do nacional Clackson, em filha de Hang Ten, em égua Argentina, por Dorileo. Criação do Haras Nacional (Armando Rodrigues Carneiro). O jóquei habitual de Fying Finn era Juvenal Machado da Silva, extraordinário, e Falcon Jet com Jorge Antonio Ricardo. Os dois foram protagonistas de lutas memoráveis. Em 1990, Flying Flinn como de hábito tomou a ponta, e Falcon Jet avançou impetuosamente, houve luta, mas Juvenal havia guardado reservas, e Flying Finn, em raia seca, ganhou por meio corpo.

por Milton Lodi

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