Um mês depois da enxurrada situação ainda é caótica no litoral
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Diversos acessos estão bloqueados por madeiras e entulhos.
Quase um mês depois que o temporal e enxurradas que atingiram o litoral do Paraná afetaram mais de 32,5 mil pessoas, deixando 2,5 mil desabrigados e 3.906 casas danificadas, a situação ainda é caótica na região.
Nas comunidades mais atingidas de Morretes, como Floresta e Morro Inglês, não é possível chegar sem contar com um veículo com tração nas quatro rodas. Na região, os bombeiros aconselham os moradores a não retornarem, uma vez que não há condições de reconstruir as casas porque o espaço foi totalmente tomado por madeira e entulhos.
Os prejuízos causados pela chuva estão estimados em cerca de R$ 105 milhões, segundo informações repassadas pelos municípios para a Defesa Civil do Estado. No último dia 6, o governo Federal afirmou que deverá repassar aos municípios R$ 25 milhões para a realização das obras emergenciais, valor que não chega a cobrir um quarto dos recursos necessários para que as regiões voltem ao normal.
De acordo com o governo estadual, esses recursos deverão ser utilizados para a reconstrução e recuperação de moradias, de estradas rurais, pontes e vias urbanas. O dinheiro irá também para recuperação de prédios públicos, rodovias estaduais e canalização de rios. O recurso será repassado em duas parcelas com total de R$ 9,3 milhões para Antonina, R$ 8,8 milhões para Morretes, R$ 5 milhões para Paranaguá e R$ 1,7 milhão para Guaratuba.
Mas o prefeito de Morretes, Amilton Paulo da Silva (PT), disse que ainda não foi comunicado sobre quando o dinheiro chegará. “Desse recurso a gente não teve nenhuma sinalização. O que nós temos no momento é do Governo Estadual, ações como construção de pontes”, afirmou.
Segundo ele, pelo menos 25 pontes da região ainda precisam de obras. “Emergencialmente nós precisamos de seis pontes de concreto. Isso precisa ser agilizado pelo Estado porque o município não tem condições de construir. Temos lugares como Morro Alto, onde o acesso está muito precário. Lá fizemos acesso para os moradores pelo rio, mas é preciso investimento. “Segundo ele, somente para recuperar as cabeceiras de cada ponte é preciso, no mínimo, R$ 60 mil, recursos que a prefeitura não dispõe.
De acordo com Amilton, as aulas nas escolas públicas municipais em Morretes retornarão nesta segunda-feira (11), mas o acesso das crianças às escolas ainda ficará prejudicado pelas más condições das estradas. “O sistema de ensino também fica prejudicado porque a malha viária, que é de 480 quilômetros, teve 150 quilômetros danificados, o que prejudica o acesso das crianças às aulas”.
Para o prefeito, as medidas mais imediatas que são necessárias são o desassoreamento do leito dos rios e a abertura e recuperação das estradas nos locais que ainda permanecem isolados.
Karla Losse Mendes
Gerson Klaina
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