Tarumã e Cristal - Calendários
Em meados de dezembro de 2010, os Jockeys Clubs do Paraná e do Rio Grande do Sul deram publicidade pela internet aos seus calendários nobres para 2011.O Jockey Club do Paraná já vem de algum tempo se enquadrando nas normas vigentes ditadas pela Associação Brasileira e seguindo a linha veterinária do Jockey Club Brasileiro. As normas determinam a dotação mínima admitida para Grandes Prêmios de G.1 o valor para o proprietário do vencedor de 5 vezes o maior prêmio de prova eliminatória no país, que no momento é 7.260 reais na Gávea, para provas de G.2 pelo menos 4 vezes, para G.3 3 vezes, e para as Listadas pelo menos 2 vezes, mas tendo como índice o maior prêmio comum local de premiação. Dentro das regras inclusive com respeito à proibição de medicamentos para correr nas provas dos três grupos e também nas provas listadas, o calendário nobre paranaense compõe-se de 82 provas, a saber em ordem crescente de importância: 15 prêmios (sem “chamada” própria, devendo assim serem nominadas em provas da programação comum), 7 taças (com regulamentos próprios), 50 provas especiais, grande prêmio regional, 7 clássicos (Listados), 1 Grupo 3 (o Derby Paranaense, em 2.200m) e 1 Grupo 1 (o GP Paraná, em 2.000m). É uma programação financeiramente equilibrada, sendo de se notar por meros exemplos que as duas iniciais provas da tríplice coroa Paranaense são clássicos, que o jornalista altamente gabaritado Raphael Munhoz da Rocha foi homenageado como titular de uma prova especial, honraria mais do que merecida.Já o Jockey Club do Rio Grande do Sul promoverá 78 provas nobres intituladas clássicos, grandes prêmios regionais, grandes prêmios Listados, grandes prêmios de G.3 e grande prêmio de G.1. São 63 clássicos regionais, 6 grandes prêmios regionais, 6 grandes prêmios Listados, 2 grandes prêmios de Grupo 3, e 1 grande prêmio de Grupo 1. Há detalhes a serem lembrados. As três provas da tríplice coroa Gaúcha não são nem Listadas, sendo que o Derby continua em 2.400 metros assim como o Bento Gonçalves. O Protetora manteve-se nos tradicionais 2.200m. O clássico que homenageia o grande criador Antônio Joaquim Peixoto de Castro Júnior, que foi corrido em 2010 constando no programa oficial como A. J. Peixoto de Castro (?), para a temporada de 2011 figura como J.A. Peixoto de Castro (?), da mesma forma que ocorreu quando da publicação do calendário de 2010. O jóquei Antônio Ricardo mereceu um clássico regional. O homenageado ex-presidente Olinto Borda Streb tem o segundo nome trocado para Borba (?).Os enfoques, ou as linhas técnicas das programações nobres do Tarumã e do Cristal são diferentes, o Paraná reconhecendo a importância dos enquadramentos nos ditames nacionais e também dos internacionais dentro do possível, o Rio Grande do Sul mantendo a sua tradicional linha local, e chegando para isso a ter que “inventar” grandes prêmios Listados. Os dirigentes dos dois clubes devem saber o que fazem, conhecem as características locais, não se pode nem deve criticar de longe e sem saber de detalhes. Quem está “de fora” pode até não entender porque o Tarumã não se lembrou de Luiz Rigoni e o Cristal de João Chaves Barcelos, Mário Difini e Mário Luiz Mazeron, porque dois clubes importantes e da segunda faixa não se utilizam da mesma forma de nomenclatura, o que em um é “prova especial” no outro é chamado de “clássico” (naturalmente regional), e assim por diante. Mas o total respeito às determinações da Associação Brasileira, quanto a medicamentos e dotações, já é muito importante.Nos turfes do Rio e de São Paulo, naturalmente regras são respeitadas, e o Paraná vem seguindo o mesmo caminho. A maior parte de sua programação nobre é constituída por “provas especiais”, não abusando de terminologia normalmente atribuídas a provas Listadas, os chamados Clássicos da Gávea e de Cidade Jardim, um respeito que o Cristal não levou em conta preferindo manter a nomenclatura local de muitos anos. Há coisas curiosas como “Grande Prêmio” sem ser de grupo, Grande Prêmio como prova Listada etc. Mas isso é cabível na ótica dos dirigentes do Paraná e do Rio Grande do Sul, que vivem os turfes locais e devem saber mais do que ninguém as conveniências locais.O que no momento mais importa é a publicidade dada aos Calendários nobres do Jockey Club do Paraná e do Jockey Club do Rio Grande do Sul, em meados de dezembro de 2010, antes do início da temporada de 2011.
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