Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

domingo, 12 de junho de 2011

Lula ainda tenta “desencarnar”

Lula ainda tenta “desencarnar”
Com a popularidade em alta, ex-presidente se mantém na mídia e abre discussão sobre o papel de quem deixa o cargo

A assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou já no início da semana: em sua passagem por Curitiba, na última quinta-feira, não haveria entrevistas coletivas nem individuais. O petista, avisavam, continua em seu processo para “desencarnar” da Presidência e, portanto, manteria o silêncio. Chegando ao Paraná, porém, quem disse que Lula se aguentou? Acabou falando, entre outras coisas, da ascensão da paranaense Gleisi Hoff­­mann à Casa Civil da Presidência.

A saída de Lula do governo não eliminou a sua presença na mídia. Pelo contrário, acabou adicionando uma polêmica a mais à sua longa lista. Agora, a pergunta passou a ser a seguinte: até onde pode ir um ex-presidente da República? O que ele pode fazer e o que deveria evitar, até em nome do bom andamento do novo governo?

“A discussão sobre o que fazer com os ex-presidentes é antiga e afeta todas as democracias”, afirma o professor de Ciência Política Ricardo Costa de Oli­­­veira, da Universidade Fe­­deral do Paraná (UFPR). No entanto, como Lula gosta mais de falar e também é mais ouvido, o problema acabou vindo à tona com maior importância.

Para Emerson Cervi, também cientista político da UFPR, o que torna o caso de Lula mais importante e leva à discussão é o fato de ele ter saído do governo com a popularidade em alta. Soma-se a isso um segundo fator relevante, que é a influência que o ex-presidente tem sobre sua sucessora, que só chegou ao Palácio do Planalto com a ajuda de Lula.

“O Lula faz o que todos os ex-presidentes brasileiros fazem, que é atuar na política partidária”, diz Cervi. “Só que, no mo­­mento, o partido dele continua no poder. E por isso ele tem uma influência que outros ex-presidentes não tiveram”, afirma. Ou seja: se o PT deixar o poder, Lula deixará de ter influência e passará a ter um peso mais ou menos igual ao de seus antecessores.

“Se você for prestar atenção, é um caso realmente à parte”, diz Oliveira. “Os presidentes, antes do Lula, saíram com baixa popularidade. O Fernando Collor, por exemplo, não teria nunca essa influência por ter saído do governo após um processo de impeachment”, afirma

fone Gazeta do Povo

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