O local que nas décadas de 1950 e 1960 serviu de ponto de encontro para a elite paulistana foi incorporado ao parque para onde moradores da Vila Guilherme e região se dirigem hoje a fim de praticar atividade física e relaxar. Denominado oficialmente Parque da Vila Guilherme, o espaço de 187 mil metros quadrados, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), atende hoje pelo nome de Parque do Trote e é praticamente unanimidade entre os frequentadores, que não hesitam em destacar sua importância, mas lembram da necessidade de manutenção.
O Parque do Trote foi inaugurado em 2006, pela Prefeitura de São Paulo. A desapropriação da área, antes pertencente à Sociedade Paulista de Trote, havia sido homologada apenas um ano antes, embora a ação correspondente tenha se arrastado desde a gestão do ex-prefeito Jânio Quadros.
A Sociedade Paulista de Trote, onde o parque se originou, foi fundada em 1944, mas viveu o apogeu nas décadas de 1950 e 1960, quando a elite paulistana para lá se dirigia a fim de fazer suas apostas nas corridas de charrete. Depois, entrou em decadência.
Apresentado pela Prefeitura como um espaço de ampla acessibilidade a deficientes físicos, crianças e idosos, o parque, que fica aberto diariamente das 8h às 20h, recebe duas mil pessoas durante a semana e até cinco mil aos sábados e domingos. São principalmente interessados na prática de exercícios (corrida, caminhada e bicicleta) e participantes das oficinas do Centro de Convivência e Cooperativa Vila Maria/ Vila Guilherme, o Cecco.
Braço da Secretaria Municipal de Saúde, ele ocupa desde 2008 um galpão dentro do parque, onde promove atividades voltadas à prevenção de problemas de saúde físicos e mentais. De acordo com a coordenadora Luciene Marques Lupatelli, 50 anos, 150 pessoas passam diariamente pelo Cecco, encaminhadas por serviços de saúde municipais ou por iniciativa própria.
Diariamente também, o parque é procurado por praticantes de corrida. "A pista aqui é ótima para o treino de tiro (corrida rápida e em trecho pouco extenso)", explica a corretora Lídia de Moraes, 50 anos, que, apesar de residir em Sumaré, cidade da região de Campinas, usa o parque para treinar toda vez que vem a São Paulo a trabalho.
"O único problema aqui são os usuários de fim de semana", avalia o funcionário público José Célio Perrud, 59 anos. "A Prefeitura deve conscientizar os frequentadores. Isso é um espaço público, para ser cuidado. As pessoas precisam jogar lixo na lixeira e cuidar do verde e dos equipamentos", resume.
Existe um projeto de ampliação do parque, já aprovado pelo Departamento de Patrimônio Histórico e atualmente em fase de ajuste e licitação. Ele prevê a restauração das edificações que eram da antiga Sociedade Paulista de Trote e a elaboração e implantação de um projeto paisagístico para o espaço
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