Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

PORTUGAL, 74% DO IMIGRANTES AFIRMAN TER SOFRIDO DISCRIMINAÇÃO EM PORTUGAL

Dos brasileiros que vivem em Portugal, 74% disseram já terem sido vítimas de discriminação por motivos de etnia ou por serem imigrantes e 10% afirmam terem sido discriminados nos últimos 12 meses por diferentes motivos, como idade, sexo e religião. Os dados são de um relatório publicado nesta quarta-feira pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) sobre discriminação nos países da União Europeia (UE). A pesquisa entrevistou 23.500 imigrantes e pessoas pertencentes a minorias étnicas dos 27 países-membros da UE, em 2008.
Segundo o estudo, o fato de pertencer a uma minoria étnica ou de ser imigrante foi o motivo mais habitual de discriminação múltipla nos países da UE de acordo com os entrevistados (93%, tanto entre homens como entre mulheres), seguida da religião (72% no caso dos homens e 56% entre as mulheres) e o sexo (24% e 44%, respectivamente).
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Pessoas pertencentes a "minorias visíveis", ou seja, que têm um aspecto físico diferente do resto da população, se sentem discriminadas com maior frequência e por um número maior de motivos, como idade, sexo e religião, comparadas com as de outras minorias.Os homens jovens imigrantes, por exemplo, tendem a sofrer níveis superiores de discriminação, segundo a pesquisa. A população cigana e a de origem africana têm "mais probabilidade" de sofrer discriminação do que as pessoas procedentes da antiga Iugoslávia, de origem russa e os oriundos da Europa Central e Oriental, aponta o relatório.
Os resultados mostram que um em cada quatro entrevistados pertencentes a minorias étnicas ou imigrantes na UE afirma ter se sentido discriminado por dois ou mais motivos durante os 12 meses anteriores à enquete, entre esses, 28% eram norte-africanos, 18% subsaarianos, 16% ciganos e 15% turcos. No caso dos imigrantes originais dos Bálcãs ou dos países do centro da Europa, os números ficam abaixo dos 9%.
O relatório também destaca que os fatores socioeconômicos, como um baixo nível de renda, "podem aumentar a experiência de discriminação múltipla".
Neste sentido, o diretor da FRA, Morten Kjaerum, destacou a necessidade de que a legislação europeia introduza o conceito de "discriminação múltipla" para "melhorar a correspondência entre a Justiça e as complexas experiências cotidianas de discriminação sofridas por uma pessoa".
A maioria dos tribunais europeus abordam unicamente um motivo de discriminação por caso, de modo que "fica mais difícil (para as vítimas) apresentar seu caso em um tribunal e receber compensação por vários tipos de discriminação sofridos", assinalou Kjaerum em comunicado.

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