Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

sábado, 15 de janeiro de 2011

MAYLAN STUDART, ENTREVISTA COM



MAYLAN SONHA EM MONTAR UM GRANDE PRÊMIO BRASIL

O Raia Leve fez uma entrevista com a joqueta Maylan Studart, hoje trabalhando nos Estados Unidos, sobre como começou na profissão e a volta ao Brasil.
Veja a entrevista:



RL: Idade e onde nasceu?


MS: 21 anos. 10 de Março. Rio de Janeiro RL:




Quem levou você para os Estados Unidos? MS:


Visitei minha mãe que já estava lá ha 1 ano em Los Angeles, California quando tinha 7 anos e fiquei até os 11 anos, quando meu padrasto faleceu e voltamos ao Brasil. Eu frequentava escola judaica enquanto morava lá.Decidi me mudar para os Estados Unidos para montar quando após 1 ano e meio montando no Brasil como aprendiz eu vi que não iria chegar a lugar algum se continuasse montando aqui por falta de oportunidade. Trabalhava 10 a 15 cavalos por dia e montava apenas 4 azarões por semana, eu estava pagando para trabalhar. Não queria desistir de ser joqueta, e sabia que os Estados Unidos é a terra da oportunidade e era justamente isso apenas que precisava. Conheci pela internet uma pessoa do ramo que trabalhava no hipódromo de Nova York, John da Silva. Ele é brasileiro naturalizado americano e ficamos amigos imediatamente, conhecendo qual era as diferenças das corridas entre Brasil e Estados Unidos. Após 1 ano conversando sobre as possibilidades decidi me mudar para os Estados Unidos e ele me ajudou com um agente e foi por ele que fui apara lá. Chegando em Miami, Florida, conheci o grande Manoel Cruz, um jóquei brasileiro com muita garra, pois ele não sabia inglês quando ele foi montar nos Estados Unidos e aprendeu lá e através do seu talento fez o nome dele no esporte e ele já foi líder de estatística em Calder Race Course mais de 5 vezes!!! Ele me acolheu e me ensinou quase tudo que sei hoje. Agradeço a ele o tempo que ele separou para mim para poder me ensinar, desde montar até como falar com os treinadores. É por causa dele que cheguei até onde estou hoje. Ele gosta de ver as pessoas vencerem, especialmente o compadre brasileiro! Após eu vencer 10 corridas em Calder eu me mudei para Nova York onde como aprendiz ganhei muito corridas e estou de pé até hoje, graças a Deus!




RL: Qual seu maior sonho?


MS: Montar em Santa Anita, California. Eu amo a California e gostaria de um dia montar lá.




RL: Pensas em voltar a montar no brasil?


MS: Sempre. Um sonho meu desde que era aprendiz é claro, montar no Grande Prêmio Brasil! Gostaria muito de montar no GP Brasil e possivelmente ter um cavalo bom o suficiente para ganhar. Se eu passar as ferias de fim de ano (9 dias) no Brasil este ano, gostaria de poder montar aí, seja na Gávea ou Cidade Jardim, mas gostaria muito de montar no Brasil novamente.




RL: Como é seu dia a dia ?


MS: Trabalho o dia inteiro. Estou no hipódromo de 6 da manhã ás 5:30 da tarde. Trabalho de 6 ás 10:30 da manhã visitando os treinadores em seus estábulos e trabalhando cavalos na pista e quando termino vou direto ao “jockey room” (quarto dos jóqueis) onde descanso antes de montar as carreiras que começam 12:30 ou 1:00 da tarde, dependendo da temporada. Aqui temos quarto feminino e masculino onde temos uma sauna, camas, sofá e televisão para o jóquei poder usar entre as corridas, pois não podemos sair até terminarmos nossa última corrida. Por isso eu sempre faço meus sanduiches de queijo com peito de peru para poder me alimentar entre os páreos. É assim de Quarta-feira à Domingo, e não temos corridas Segundas e Terças. Pelo menos aqui em Nova York onde eu monto. As vezes vou a outros estados montar em outros hipódromos se alguém precisar que eu monte um cavalo lá.




RL: Como é vista a criação brasileira nos estados unidos?


MS: É vista como boa e crescendo. Existe um treinador aqui chamado Kenneth McPeek, ele é um dos maiores treinadores dos Estados Unidos e ele é fã da criação brasileira e Sul-Americana. Ele tem muitos cavalos brasileiros em seu estábulo e eu mesma já montei um cavalo brasileiro aqui chamado New Fandan, que terminou 4o no GP São Paulo, e ganhei um stakes de $60,000 com ele em Outubro de 2009. Aqui os cavalos brasileiros são vistos mais como grameiros e de longa distancias. A maioria dos cavalos brasileiros aqui correm longa distancias.




RL: Quantas vitórias já conseguiste na terra do Tio Sam?


MS: Não conto quantas vitórias tenho, pois o objetivo é obter o maior número de vitórias possível e fazer o meu nome como jóquei de Nova York. Tenho apenas 2 anos de experiência montando em Nova York enquanto os jóqueis que compito contra têm 10 anos ou mais montando. Acredito que estou indo muito bem no ramo considerando as circunstancias. Quando o inverno acaba e John Velazquez, Edgar Prado e Kent Desormeaux (Hall of Fame jockeys) voltam á Nova York e a competição começa a ficar mais difícil ainda, eu permaneço em Nova York competindo contra eles e continuo ganhando minhas corridas pra cima deles com os cavalos que me dão. Nestas épocas, de primavera até o inicio do inverno, sou a única joqueta montando em Nova York, todas as outras vão para outros hipódromos, considerados hipódromos “B”, como Delaware, Maryland, Philadelphia (onde tem mais de 5 joquetas montando), entre outros. É claro que esses jóqueis de nome montam os melhores cavalos do páreo, porém corrida de cavalo é corrida de cavalo, você tem que estar dentro para poder ganhar. E qualquer um pode ganhar! Perseverança é o nome do jogo. Até hoje creio que ganhei mais de 90 corridas. Tem vezes que ganho 2 ou 3 por semana e algumas vezes que ganho 1 de duas em duas semanas. É muito difícil ganhar aqui, pois o líder da estatística de Nova York ganha de 2 á 3 por dia, isso se não ganhar 4 por dia, ele monta sempre os melhores cavalos. Assim como os top 5, eles ganham de 2 a 3 por dia entre eles e temos que fazer muito para fazer o nosso cavalo correm um pouco mais que os deles e ganhar uma corrida!! É muito difícil, mas estou com um novo agente e estou montando para mais treinadores e predito um ano muito bom para 2011! RL: Deixe um recado para os leitores do Raia Leve. MS: Muito obrigada pelo apoio dos meus camaradas brasileiros!!! Sou brasileira e represento a garra brasileira aqui nos Estados Unidos. Obrigada aos meus fãs que frequentam a Codere que sempre torcem por mim e festejam quando ganho! Espero um dia voltar ao meu país e poder ganhar umas corridas e festejar muito! Tenho todos vocês no coração pois o esporte não seria nada se não fosse os fãs para torcer!!! Obrigada pelo apoio de todos na minha aventura para vencer!!




por Leandro Mancuso

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