Jeane Alves

Jeane Alves
Vitória de G 1 com Equitana

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

HIPISMO E CAVALOS EXCELENTE MERCADO



Apesar da popularização do hipismo no Brasil a partir da conquista das medalhas olímpicas em 1996, 2000 e 2004, o esporte ainda é considerado de elite e movimenta um mercado de luxo de grande potencial no país.

Chris Morais, campeã brasileira de 2010 de adestramento (espécie de dança com o cavalo) na categoria Amador 2, treina na Hípica Paulista quase todos os dias.

Fiel, ela usa nos treinos, e até para sair, roupas de alto luxo para hipismo da marca holandesa Anky Technical Casual e da alemã Pikeur, que foram feitas para o frio europeu, mesmo nos dias abafados do mês de dezembro na capital paulista.

Apesar de não ser profissional, é patrocinada pela BMW Autostar. Até seus dois cavalos levam o nome da concessionária. "Eu sou usuária de BMW e os meus cavalos são BMW", brinca.

A concessionária é sua patrocinadora, segundo Morais, porque quer a atenção do público das classes A/B que pratica e que assiste às competições de hipismo.

O consumo de luxo relacionado ao esporte envolve desde roupas para o cavaleiro até produtos para o bem-estar e a beleza do cavalo.

Exemplo do potencial desse mercado no Brasil é o nascimento da grife brasileira Dressur, voltada para esse nicho, e a abertura da primeira loja física da italiana Cavalleria Toscana no país em 2011, a primeira a entrar em operação fora da Itália.

"O país vive um momento único, com o fortalecimento da sua economia, o que nos anima a investir aqui", afirmam Paulo Monteiro e Tiago De Ales, sócios da Cavalleria Toscana no país.

"No Brasil, o hipismo é um esporte de elite. A associação entre classe e elegância é o campo ideal para o desenvolvimento da nossa marca."

De acordo com Ales, a grife estuda a proposta de dois shoppings da capital paulista e pretende inaugurar a loja ainda no primeiro semestre do ano que vem.

Outra marca internacional que aterrissou por aqui é a Hermès. Embora também venda produtos não relacionados ao hipismo, a loja da grife francesa em São Paulo, que chegou ao país em 2009, tem acessórios como selas, chicotes, escovas para cavalos, sabonete para sela, estribos e botas.

MADE IN BRAZIL

A grife brasileira Dressur, lançada em novembro de 2009, trabalha com moda feminina inspirada nos esportes equestres. A marca foi criada por Isabella do Valle, que já trabalhou para John Galliano, um dos mais premiados estilistas britânicos.

A estilista, que monta a cavalo desde criança, conta que sentia dificuldade para encontrar roupas para praticar o esporte, pois era quase tudo importado. Percebeu aí um nicho de mercado e tentou criar produtos adaptados ao mercado brasileiro.

"A questão principal [das marcas estrangeiras] é o tecido muito quente, porque geralmente essas marcas são da Europa e dos EUA. E tem também o design, porque mesmo no hipismo, que é um esporte sóbrio, o brasileiro é mais alegre e pede cores mais claras", afirma.

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