Terapia genética tem sucesso para tratar Parkinson
Terapia genética pode vir a ser opção para tratar rigidez muscular, tremores e lentidão de movimentos, sintomas da doença de Parkinson.
Opções atuais incluem drogas e cirurgias
Pesquisadores de sete centros dos Estados Unidos mostraram que a transferência de uma enzima chamada GAD (descarboxilase glutâmica), implantada diretamente no cérebro do doente, recupera parte de seus movimentos.
Esse foi o primeiro estudo bem-sucedido sobre transferência genética em Parkinson. Os resultados foram divulgados ontem na edição virtual do periódico médico "Lancet Neurology".
A doença de Parkinson provoca a degeneração dos neurônios na área da substância negra do cérebro, diminuindo a produção de dopamina e comprometendo o circuito nervoso envolvido na coordenação motora.
No trabalho, os pesquisadores de instituições como a Universidade de Stanford e Massachusetts General Hospital usaram um vírus como vetor da enzima GAD, responsável por produzir o neurotransmisor Gaba (ácido gama-aminobutírico), encontrado em pouca quantidade em quem sofre de doença de Parkinson.
Ao todo, 45 pessoas que tinham a doença havia mais de cinco anos foram divididas em dois grupos.
No primeiro grupo, a enzima foi injetada no cérebro. O neurotransmissor Gaba ajudou a regular o excesso de glutamato, causado pela diminuição da dopamina.
Os pacientes do outro grupo, em vez de material genético, passaram por cirurgia em que só receberam solução salínica inócua no cérebro.
Seis meses depois do experimento, houve recuperação de 23% dos movimentos nos pacientes tratado com a terapia genética.
No grupo-controle, a melhora foi de 12%. A hipótese dos autores é a de que o efeito placebo causou isso.
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