’Caliente’ frio
Depois da saída da Odebrecht do projeto de construção de uma vila comercial no lugar das cocheiras e da vila hípica, nova confusão no Jockey do Rio. A juíza Priscila David, do 4º Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro, mandou ao Ministério Público uma denúncia dos sócios do clube contra seus administradores e o grupo espanhol Codere. Desde 2005, a Codere administrava as apostas do prado em troca de um percentual sobre seu volume. Havia ainda a expectativa de que, um dia, pudesse explorar também máquinas de caça-níqueis.No dia 4 de março de 2010, o gerente de contabilidade do clube foi guardar seu laptop numa gaveta que pertencera ao controlador de administração e finanças, e encontrou um maço de notas fiscais emitidas pela Codere por “serviços prestados em gestão de apostas internacionais, através do provedor ‘Caliente’”.Procurou os registros desses pagamentos e nada achou, “porque inexiste a prestação de tais serviços”. Preocupado com o valor das notas e com os impostos que deveriam ter sido pagos, escreveu uma carta ao superintendente-geral do clube e contou o caso.O Jockey reconheceu ter recebido as notas fiscais, mas garante que nada pagou, até porque a cobrança seria imprópria. Nesse caso, as notas teriam sido frias.O valor dos hipotéticos serviços do “Caliente” estaria na casa das dezenas de milhões de reais.O MP talvez descubra por que as notas fiscais foram emitidas e como foram parar na gaveta do controlador de administração e finanças do clube.
Nota transcrita da coluna de Elio Gaspari do Jornal O Globo de 16 de Janeiro de 2011. (Pág.12)
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