Arritmia Cardíaca
François Joachin, cardiologista da fundação Sanitas Internacional em Bogotá, defende que a arritmia é uma das anomalias que mais freqüentemente se apresentam no funcionamento do coração.
Segundo o especialista, o coração é uma grande bomba, com duas cavidades ocas formadas por um músculo involuntário que ao contrair-se faz com que o sangue seja bombeado. Este movimento deve ser constante e contínuo para possibilitar que o coração possa levar o sangue de que todos os tecidos do corpo necessitam para funcionar corretamente.
Uma das duas câmaras do coração, a aurícula direita, contém um grupo de células chamadas de nódulo sinusal que atua como um marca-passo, produzindo impulsos elétricos que fazem com que o músculo do coração se contraia e relaxe a cada ciclo cardíaco. A freqüência do ritmo cardíaco que determina tais impulsos elétricos depende da atividade no momento, variando desde 60 a 80 batidas por minuto em uma situação de descanso, a até mais de 200 batidas por minuto quando se faz exercícios, de modo a assegurar o direcionamento de nutrientes suficientes aos músculos e ao resto do organismo.
Quando a geração e a condução dos impulsos elétricos são irregulares ou defeituosas, são produzidas arritmias. Estas podem apresentar-se sob a forma de ritmos demasiadamente rápidos, Taquicardia, ou demasiadamente lentos, Bradicardia.
Causas
Segundo a Equipe de Cardiologia do Hospital Cardioinfantil, localizado na área norte de Bogotá, existem vários fatores que podem causar a arritmia, incluindo diversas enfermidades do coração, e também, o café, alimentos e bebidas com cafeína abundante, o tabaco (cigarros), o álcool, determinadas drogas ilegais, e alguns medicamentos.
O cardiologista José Daniel Charria da Fundación Cardiológica Shaio, também localizada na capital da Colômbia, acrescenta que as TSV (taquicardias supraventriculares) apresentam-se mais freqüentemente de forma exacerbada, enquanto as incessantes são menos habituais. Na maioria dos casos, apresentam-se sem a presença de cardiopatia estrutural, e, desta forma, as crises ou as causas podem ser desencadeadas pelo exercício físico ou estresse emocional, embora freqüentemente não seja encontrado um fator de desencadeamento.
Segundo Charria, os pacientes apenas podem referir-se a palpitações, ansiedade, nervosismo e moléstias precordiais. Em certas ocasiões, também se fazem presentes a tontura, dispnéia ou angina de peito (dor no tórax). A síncope, a insuficiência cardíaca ou o infarto agudo do miocárdio também são possíveis, ainda que pouco freqüentes e apenas ocorrerem em pacientes com cardiopatia estrutural. Durante o esforço físico, o sintoma mais destacado é o pulso rápido e regular. Em muitos casos também pode ser constatada uma hipotensão, embora seja passageira. Às vezes é produzida uma grande quantidade de urina ao final da crise, fenômeno que parece ser secundário à dilatação auricular e liberação do péptido natriuretico auricular, causados pela taquicardia.
Conseqüências
As causas ou conseqüências que provocam as arritmias, declara Charria, podem incluir:
1. Arteriopatia Coronária
2. Insuficiência Cardíaca congestiva
3. Hipoxemia
4. Hipercapnia
5. Hipotensão
6. Transtornos de eletrólitos, em especial os que compreendem potássio, Ca e Mg (cálcio e magnésio),
7. Toxicidade provocada por medicamentos, cafeína e etanol
Tratamento
Segundo Fuentes, o tratamento inicial das taquicardias ou arritmias depende da situação clínica do paciente. Se o paciente apresentar uma descompensação severa, como o edema agudo de pulmão ou choque, a cardioversão elétrica imediata deve ser indicada. Nos demais casos, o tratamento habitual procura reduzir a freqüência cardíaca e reverter a arritmia através de medicamentos anti-arritmicos.
Em todos os casos, em adição aos medicamentos, é administrada uma dosagem lenta de soro fisiológico, além de freqüentes verificações da tensão arterial e é mantido um monitoramento eletrocardiográfico contínuo.
Para a prevenção de crises súbitas, indica Charria, a primeira medida consiste em eliminar os possíveis fatores responsáveis pelo desencadeamento. Se as crises são pouco freqüentes, bem toleradas e de fácil controle, não é necessário administrar o tratamento farmacológico crônico. Em casos contrários, os medicamentos mais indicados são os estabilizadores de membrana, também chamados de antiarrítmicos, que atrasam a condução aurículo-ventricular.
Segundo Charria, se a arritmia for crônica, o tratamento de manutenção se direciona para o controle da freqüência cardíaca. Por último, quando as medidas farmacológicas não surtem efeito, pode ser indicada implante de um marca-passo cardíaco.
Bibliomed, Inc.
parte 12 será postada em 25/04
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