Idealizado como porto-indústria ainda na década de 1960, o Complexo de Suape chegou a ser apontado como um imenso "Elefante Branco" e um sumidouro de dinheiro público.
A história começou a mudar em 1997, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, quando a União se convenceu de que o velho porto de açúcar dos holandeses três séculos e meio antes poderia muda a história do Nordeste.
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Duas obras são considerados hoje elementares para a mudança da história de Suape: a abertura dos arrecifes e a construção dos primeiros três berços para atracação dos navios.
Isso viabilizou a criação de uma estrutura portuária interna, antes dos arrecifes. Até então, a modesta estrutura de um píer avançado para o mar era tudo o que Suape tinha.
Daniel Marenco/Folhapress
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"Dos 12 governadores que assumiram o estado ao longo de 50 anos, cada um do seu modo e ao seu tempo apostaram em Suape. Foi essa insistência de vários governos que transformou Suape no que é hoje", disse Sérgio Kano, diretor do Terminal de Contêineres de Suape e ex-presidente do porto.
Os investimentos aumentaram na última década. Da idealização do porto até meados da década de 1990, Suape havia recebido apenas cerca de US$ 300 milhões.
A partir da obra nos arrecifes (abertura de uma faixa de 400 metros de largura e aprofundamento do canal até 16,5 metros), a aposta no porto começou.
O primeiro projeto foi o terminal de contêineres, que se prepara para alcançar capacidade para movimentar 700 mil TEUs (um TEU equivale a um contêiner de 20 pés).
Até 2010, as estimativas indicam investimentos de US$ 3 bilhões para dotar o porto de condições adequadas para receber grandes navios. Hoje, nem o Porto de Santos, o mais importante do país, tem condições de receber embarcações do porte que podem atracar em Suape.
"São esses investimentos públicos, tão criticados, que estão viabilizando aportes privados em projetos industriais de grande porte que já totalizam bilhões de dólares. Sem essa aposta, nada disso teria sido possível", diz Kano.
AGNALDO BRITO
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